Abolicionismo (direitos animais)

Um homem segura um macaco por uma corda amarrada no pescoço do animal. Esta cena é um epítomo da ideia de propriedade animal, no modo de ver do movimento pelos direitos animais.

Abolicionismo é uma abordagem dos direitos animais que (1) requer a abolição da exploração animal e rejeita a regulação da exploração animal; (2) é baseada apenas na senciência animal e em nenhuma outra característica cognitiva; (3) considera o veganismo a base moral da posição dos direitos animais; e (4) rejeita toda violência e promove um ativismo em forma de educação vegana não violenta e criativa.[1]

Na dianteira do desenvolvimento da abordagem abolicionista encontra-se Gary Francione, professor de Direito e Filosofia da Rutgers School of Law-Newark, Estados Unidos. Francione publicou seu primeiro livro sobre o problema da condição dos animais como propriedade em 1995.[2] Em contraste com a abordagem abolicionista dos direitos animais, Francione se refere aos ativistas e grupos de defesa dos direitos animais que buscam reformas do bem-estar (tais como a PETA - People for the Ethical Treatment of Animals) como os "novos bem-estaristas" ou "neobem-estaristas", devido ao fato de eles focarem em campanhas para reformar o tratamento de animais usados para comida. Na opinião de Francione, embora essas campanhas sejam empreendidas visando a futura eliminação do uso de animais, elas se parecem com as campanhas tradicionais a favor do bem-estar, pois não há nenhum modo de distinguir as reformas que elas buscam das reformas que agradam os bem-estaristas tradicionais (pessoas que acreditam que os animais devem ser bem tratados, mas que não têm interesse em abolir seu uso).[3] As campanhas pela reforma são contraproducentes, afirma Francione, porque reforçam a condição dos animais como propriedade e não conseguem tratar do problema de seu uso, que é a preocupação dos ativistas dos direitos animais, em primeiro lugar. Em vez disso, elas corroboram a posição de que os animais são uma propriedade que precisa meramente ser tratada melhor.[4] Ele também argumenta que o público frequentemente apoia essas campanhas porque a reforma do bem-estar não desafia a opinião predominante sobre o uso de animais, e que o público tende a se sentir mais tranquilo usando animais e consumindo produtos de origem animal quando é levado a acreditar que os animais estão sendo mais bem tratados. Segundo a pesquisa de Francione, essas campanhas geralmente não resultam em nenhuma melhora significativa no modo como os animais são tratados.[4][5]

Na opinião de Francione, a educação vegana não violenta e criativa consegue fazer o melhor aproveitamento possível de recursos limitados porque, entre várias razões, ela desafia a crença de que é aceitável utilizar animais como coisas, ajuda significativamente os animais, e se presta a um ativismo de base que pode ser conduzido com independência e frequência.[6] Somando-se à educação vegana não violenta e criativa há outras formas de ajudar os animais de hoje de modo significativo, segundo Francione, que sugere que os abolicionistas podem adotar animais de abrigos e dar uma ajuda aos santuários de animais, entre outras opções.[7]

Referências

  1. Francione, Gary. Mission Statement, Animal Rights: The Abolitionist Approach, July 2009.
  2. Francione, Gary. Animals, Property & the Law, Temple University Press, 1995.
  3. Francione, Gary. Rain Without Thunder: The Ideology of the Animal Rights Movement, Temple University Press, 1996, pp. 36-37.
  4. a b Francione, Gary. Rain Without Thunder: The Ideology of the Animal Rights Movement, Temple University Press, 1996, ch. 5.
  5. Francione, Gary. Animals, Property & the Law, Temple University Press, 1995, generally.
  6. Francione, Gary. Ingrid Newkirk sobre o veganismo baseado em princípio: “Dane-se o princípio”, Direitos animais: a abordagem abolicionista, Setembro de 2010.
  7. Francione, Gary. Educação vegana não violenta e criativa—fácil e eficaz Arquivado em 6 de dezembro de 2010, no Wayback Machine., Ánima, Julho de 2009.

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