A anima e o animus são descritos na escola de psicologia analítica de Carl Jung como parte de sua teoria do inconsciente coletivo. Jung descreveu o animus como o lado masculino inconsciente de uma mulher, e a anima como o lado feminino inconsciente de um homem, cada um transcendendo a psique pessoal. A teoria de Jung afirma que a anima e o animus são os dois principais arquétipos antropomórficos da mente inconsciente, em oposição à função teriomórfica e inferior dos arquétipos das sombras. Ele acreditava que eles são os conjuntos de símbolos abstratos que formulam o arquétipo do Self (Si Mesmo).
Na teoria de Jung, a anima compõe a totalidade das qualidades psicológicas femininas inconscientes que um homem possui e o animus as masculinas possuídas por uma mulher. Ele não acreditava que eles fossem um agregado de pai ou mãe, irmãos, irmãs, tias, tios ou professores, embora esses aspectos do inconsciente pessoal possam influenciar a anima ou o animus de uma pessoa. Para que a personalidade fique bem ajustada é necessário um equilíbrio entre anima e animus, ou seja: o lado feminino da personalidade do homem e o lado masculino da personalidade da mulher devem ser integrados ser expressos na consciência e nas atitudes.
Jung acreditava que a sensibilidade de um homem costuma ser menor ou reprimida e, portanto, considerada a anima como um dos complexos autônomos mais significativos. Jung acreditava que a anima e o animus se manifestavam aparecendo nos sonhos e influenciavam as atitudes e interações de uma pessoa com o sexo oposto. Jung disse que "o encontro com a sombra é a 'obra de aprendiz' no desenvolvimento do indivíduo … aquele com a anima é a 'obra-prima'".[1] Jung via o processo da anima como uma das fontes de capacidade criativa, sendo relacionada ao papel das musas na poesia. Refletindo sobre experiências românticas e visões psíquicas de seu conteúdo inconsciente ao longo de sua vida, Jung buscou explicar o sentimento do amor identificando esses conceitos como imagens contrassexuais (do sexo oposto) internas ao ser humano, baseadas nas quais desenvolvem-se a afinidade, projeção, transformação e integração do indivíduo, e ele associou a anima e o animus a símbolos alquímicos de conjunção, encontrando sua presença também nas imagens das mitologias e contos.[2]