Aterosclerose

 Nota: Não confundir com Arteriosclerose.
Aterosclerose
Aterosclerose
Lesão da artéria coronária
Especialidade cardiologia
Classificação e recursos externos
CID-10 CXXV,CXXV.1,CLXX
CID-9 440, 414.0
DiseasesDB 1039
MedlinePlus 000171
eMedicine 182
MeSH D050197
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Aterosclerose é uma doença vascular crónica e progressiva que normalmente manifesta-se na idade adulta ou idade avançada. A aterosclerose é uma forma de arteriosclerose caracterizada pela inflamação crónica da túnica íntima (a camada mais interna das artérias, em contato direto com o sangue) das artérias de grande e médio calibre; inflamação que se deve basicamente, mas não se limita, à acumulação e oxidação de lipoproteínas na parede arterial[1] (chronic lipid-driven inflammatory disease)[2] e que produz um conjunto dinâmico de lesões multifocais, sendo a mais comum a placa aterosclerótica.[3]

A aterosclerose é causada pela combinação de múltiplos fatores (etiologia multifatorial e fatores de risco cardiovascular (CV)[1]: factores genéticos, tabagismo, hipercolesterolemia, síndrome metabólica, diabetes mellitus, hipertensão, obesidade, hiper-homocisteinemia, sedentarismo. A estes acrescente-se outros factores para os quais as evidencias costumam ser menos estritas: álcool, agentes infecciosos (especialmente Chlamydophila pneumoniae), periodontite, algumas doenças inflamatórias crónicas como Doença pulmonar obstrutiva crónica, a artrite reumatóide, a doenças renais crónicas.[4][5][6] A multiplicidade de possíveis agentes etiológicos e a longa evolução de décadas das lesões reflectem-se na extrema complexidade do processo de formação patológica (patogénese).

Uma vez que é impensável restaurar a integridade das paredes vasculares de todo o sistema arterial, a intervenção terapêutica deve dirigir-se principalmente à prevenção primária (prevenção da ocorrência de doença aterosclerótica) através do controlo de fatores de risco "CV", com medidas comportamentais (dieta, exercício físico e hábitos de vida) e farmacológicos (por exemplo, anti-dislipidémicos, anti-hipertensivos, hipoglicemiantes, ácidos gordos omega-3, ácidos acetilsalicílicos). A terapia farmacológica é indispensável na prevenção secundária (prevenção de ocorrências de "CV" na aterosclerose sintomática): os fármacos antiagregantes plaquetares são essenciais para prevenir a formação de trombos; a ação da estatina e dos inibidores da ECA vai muito além dos seus efeitos sobre o colesterol e a pressão arterial. No entanto, a máxima eficácia dos diferentes tratamentos farmacológicos nos ensaios clínicos não excede os 30-40% da redução das ocorrências de "CV".[7] A estenose severa das artérias pode ser tratada cirurgicamente (por exemplo, endoarterectomia, stent, bypass).[8]

A intensa pesquisa tem como objeto o estudo de fenómenos auto-imunes[9] na aterosclerose e preparação de vacinas[10] que se espera que seja capaz de limitar o dano do vaso arterial. Um outro campo da nova exploração é a busca por terapias eficazes de lesões lesion-targeted: medicamentos que podem ser veiculados seletivamente nas zonas de lesão.[11]

  1. a b Lee Goldman; Andrew Shafer (2012). «cap.70». In: Elsevier. Glodman's Cecil Medicine (em inglês) 24 ed. Philadelphia: [s.n.] 
  2. Valentin Fuster (2011). «cap.52». In: McGraw-Hill Companies. Hurst's The Heart (em inglês) 13 ed. [S.l.: s.n.] 
  3. «Aterosclerose | Infopédia» 
  4. B. Field Bale (29 de novembro de 2016). «High-risk periodontal pathogens contribute to the pathogenesis of atherosclerosis». Postgrad. Med. J. (em inglês): 1-7. doi:10.1136/postgradmedj-2016-134279 
  5. F. Montecucco; F. Mach (2009). «Common inflammatory mediators orchestrate pathophysiological processes in rheumatoid arthritis and atherosclerosis». Rheumatology (em inglês). 48: 11–22 
  6. Z. Wang (2007). «Protein carbamylation links inflammation, smoking, uremia and atherogenesis.». Nat Med. (em inglês). 13: 1176–1184 
  7. Y. Soto; E. Acosta (2012). «Antiatherosclerotic Effect of an Antibody That Binds to Extracellular Matrix Glycosaminoglycans». Arterioscl., Thromb., Vasc. Biol. (em inglês). 32: 595-604 
  8. P.Y. Ng (2009). «Carotid endarterectomy or stenting?». Heart Asia (em inglês). 1: 39–40 
  9. C. Grundtman (2011). «The autoimmune concept of atherosclerosis». Curr. Opin. Lipidol. (em inglês). 22: 327–334 
  10. K.Y. Chyu (2017). «Vaccine against arteriosclerosis: an update». Ther. Adv. Vaccines (em inglês). 5: 39–47 
  11. I. Tabas (2013). «Making Things Stick in the Fight Against Atherosclerosis». Circ. Res. (em inglês). 112: 1094-1096 

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