Babalon

Babalon, também conhecida como Mulher Escarlate, Grande Mãe e Mãe das Abominações, é uma das deusas centrais da filosofia religiosa conhecida como Thelema, conforme esta filosofia foi estabelecida em 1904 por Aleister Crowley no Liber AL vel Legis (O Liber AL vel Legis). Em sua forma mais abstrata, representa o impulso sexual feminino e a liberdade da mulher. Contudo pode também ser identificada com a Mãe Terra, no sentido simbólico da fertilidade. Crowley também acreditava que Babalon possui um aspecto terreno na forma de um trabalho espiritual que pode ser exercido por toda e qualquer mulher, normalmente como uma contraparte masculina denominada To Mega Therion (A Grande Besta), cuja conjunção visa manifestar as energias místicas próprias da atual era espiritual da humanidade, o aeon.

O termo tem origem em 1904 e está nos escritos de Aleister Crowley, mais especificamente em O Livro da Lei, onde Babalon não é citada diretamente, mas a Sacerdotisa que seria a Mulher Escarlate, o que levou Crowley ao nome Babylon, depois "alterado" por ele para Babalon. O motivo seria a orientação desse estudo direcionado para o Apocalipse, onde seria uma cidade, apontada por alguns ocultistas para Roma, que oprimia os cristãos, com queda predita, apesar de haver escatologia cristã com interpretação para o final dos tempos e não em Roma. Em ambas as linhas de pensamento, o regente teria o número 666. Em Thelema, Babalon passa da representação Babylon para a energia mágica (em Thelema, Magick) da natureza sexual feminina, conforme citação no Livro da Lei.

Na sua forma mais abstrata, ela representa o impulso sexual feminino, a mulher libertária, embora também pode ser identificada com a Mãe Terra, no seu sentido de fertilidade, bem como com o "Grande Oceano" do Inconsciente, de onde nasce a luz, a vida e a Consciência. Ao mesmo tempo, Crowley acreditava que Babalon tinha um aspecto terreno, inerente a um estilo de conduta, que poderia ser incorporado em mulheres reais - geralmente como um contraponto à sua própria identificação como To Mega Therion (A Grande Besta), cujo dever foi então ajudar a manifestar as energias do Aeon de Horus.

Seu consorte simbólico é Caos, o Pai da Vida, princípio criador masculino. Babalon costuma ser descrita como portanto uma espada à cintura e montando a Besta, a qual controla através de sua Vontade. Costuma ser descrita como sendo uma Prostituta Sagrada, sendo seu símbolo primordial o Graal ou Cálice (símbolo do útero gerador). Conforme Crowley escreveu em "The Book of Thoth" ("O Livro de Thoth"), na descrição da carta "Lust" ("Desejo"), na qual ela aparece:

Como Crowley escreveu:

“Ela monta a cavalo sobre a Besta; na sua mão esquerda ela mantém as rédeas, representando a paixão que os une. Na sua direita ela mantém no alto o cálice, o Santo Graal ardente de amor e morte. Nesta taça são misturados os elementos do sacramento da Eternidade (Aeon)". [1]

Em Magia em Teoria e Prática, Crowley, refere-se a Babalon como Nossa Senhora, no Capítulo 11 intitulado De Nossa Senhora Babalon e da Besta que Monta:

"O conteúdo desta seção, que concerne a NOSSA SENHORA, é demasiado importante e sagrado para se imprimir neste tratado. Ele só é comunicado pelo Mestre Therion aos alunos escolhidos em seções privadas." [carece de fontes?]

Frater Zarazaz [2] menciona no artigo "O Equinócio de Babalon" [3] que John Symonds e Kenneth Grant, em uma nota em sua edição do "Magick in Theory and Practice," atestam que esse "conteúdo demasiado importante e sagrado" se refere a ensinamentos de Magia Sexual relacionados ao VI Grau O.T.O., transmitidos ao iniciado quando este era convidado por Crowley a unir-se ao Santuário Soberano da Gnose. Frater Zarazaz também cita "The Magick of Thelema" no mesmo texto:

"Em seu livro The Magick of Thelema, o nosso Frater Lon Milo Duquette define Babalon como Shakti, "a passiva, negativa corrente da natureza. Ela é magnética e atrai para Si a potencialidade da energia, esta ela absorve e armazena (no Santo Graal, a Taça de Babalon)." Babalon também guarda profundas semelhanças com Kali, a destruidora. Kali é uma deusa de morte, cujos principais cultuadores, os tugues, adoravam com o assassinato. Ela também é amante de Shiva, o qual é, muitas vezes, representado como um cadáver sobre o qual copula a Deusa, e o seu culto envolvia os mais profundos mistérios tântricos." [3]

  1. Crowley, Aleister (1981), escrito em Nova York, NY, The Book of Thoth,
  2. Frater Zarazaz é um pseudônimo do escritor Humberto Maggi: http://www.parareligion.ch/sunrise/santos.htm
  3. a b http://laylahsp.tripod.com/nox156.htm

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