Baependi | |
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O Baependy em uma propaganda da Cia. de Navegação LLoyd Brasileiro, 1930. | |
Brasil | |
Proprietário | Cia. de Navegação LLoyd Brasileiro |
Operador | a mesma |
Homônimo | Baependi, município do estado de Minas Gerais. |
Construção | 1899, por Blohm & Voss, Hamburgo, Alemanha. |
Lançamento | agosto de 1899 |
Viagem inaugural | (Hamburgo-Santos), em 23 de agosto de 1899. |
Porto de registro | Rio de Janeiro |
Estado | Afundado em 15 de agosto de 1942, pelo U-507 (Harro Schacht) |
Características gerais | |
Classe | navio de passageiros (paquete) |
Tonelagem | 4 801 ton. |
Largura | 14,1 m |
Maquinário | motor de quádrupla expansão |
Comprimento | 114,5 m |
Calado | 9,2 m |
Propulsão | vapor |
Velocidade | 12 nós |
Carga | 60 tripulantes mais 450 passageiros (máxima); 306 pessoas (por ocasião do afundamento) |
O paquete Baependi (Baependy) foi um navio brasileiro de carga e de passageiros, afundado, na noite do dia 15 de agosto de 1942, pelo submarino alemão U-507, no litoral do estado de Sergipe. Foi o décimo sexto navio brasileiro a ser atacado (o décimo quinto naquele ano), e o seu torpedamento consistiu, até então, na maior tragédia brasileira na Segunda Guerra Mundial, com 270 mortos, sendo superado nessa estatística apenas pelo afundamento do cruzador Bahia, em 1945, no qual morreram cerca de 340 homens.
Embora o desastre com o cruzador tenha custado mais vidas, o torpedeamento do Baependi - e os que se seguiram nos dias seguintes - causou tamanha comoção nacional, que levou o país a sair da sua neutralidade formal para declarar guerra ao Eixo no final daquele mês de agosto de 1942.
Com efeito, sendo o ataque realizado a poucos quilômetros da costa, somado ao fato de que muitas das vítimas eram mulheres e crianças, a repercussão foi enorme. Nos dias que se seguiram, mais cinco navios seriam afundados pelo mesmo submarino, elevando o número de mortos à casa das seis centenas e enchendo as manchetes dos jornais com as fotografias chocantes dos mortos, que apinhavam as praias do sul de Sergipe e do norte da Bahia.
Nesse ataque morreu exatamente o dobro de pessoas em relação aos quatorze anteriores (entre janeiro e julho daquele ano). Há quem considere a investida alemã ao litoral brasileiro como o "Pearl Harbor brasileiro": um ataque de surpresa, igualmente infame e ultrajante, com um número elevado de mortos e feridos.[1]
A consternação, seguida pela indignação, foi geral. A sequência de torpedeamentos incendiou uma revolta que já atiçava a opinião pública. A situação política tornou-se tensa, com manifestações antifascistas em todo o país. Depredações contra estabelecimentos comerciais, cujos proprietários eram alemães ou italianos, tiveram início, bem como perseguições às pessoas originárias ou descendentes daqueles países. Um grande comício no centro do Rio de Janeiro conduzido pelo Ministro das Relações Exteriores, Oswaldo Aranha, levantou a população, que marchou até o Palácio da Guanabara e exigiu de Getúlio Vargas a declaração de guerra aos países do Eixo.
O presidente, sentindo que não podia postergar a decisão sob pena de minar as bases do Estado Novo, decidiu então assumir a liderança da reação nacional e, no dia 22 de agosto, depois de uma reunião com todo o ministério, declarou guerra à Alemanha e à Itália,[nota 1] formalizada no 31 de agosto de 1942, pelo Decreto-Lei nº 10 358.
O ataque a esse navio — assim como os que se sucederam nos dias seguintes –, pelo impacto causado na história contemporânea do Brasil, é tema recorrente na literatura naval, bem como objeto de diversos estudos acadêmico-militares, porquanto constituiu-se no maior desastre naval brasileiro praticado por ato de guerra e quarto mais mortífero da história a envolver um navio nacional.[nota 2]
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