A Bahia (pronúncia em português: [baˈi.ɐ]) é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Banhada pelo Oceano Atlântico na costa mais extensa do país, está situada na Região Nordeste,[11] onde representa a maior extensão territorial, a maior população, o maior produto interno bruto e o maior número de municípios. A capital estadual é Salvador. Além dela, há outros municípios influentes na rede urbana baiana, como as capitais regionais Feira de Santana, Vitória da Conquista, Barreiras, o bipolo Itabuna-Ilhéus e Juazeiro do bipolo com o município pernambucano de Petrolina no sul do estado Eunápolis-Porto Seguro.[12]
Um dos primeiros núcleos de riqueza açucareira do Brasil, a Bahia recebeu um imenso contingente e enorme influência de africanos escravizados, trazidos pelos colonizadores portugueses para comercialização, visando a suprir os engenhos e as minas de ouro da colônia.[13] Esses indivíduos escravizados procediam em especial do Golfo da Guiné, das antigamente chamadas costas "dos escravos", "da pimenta", "do marfim" e "do ouro", no Oeste Africano, com destaque para o Império de Oió, fundado e habitado pelo povo iorubá, e o antigo Reino de Daomé. Em contraposição, o Rio de Janeiro viria a receber, posteriormente, escravos procedentes principalmente de Angola e Moçambique.[14] Assim, a influência da cultura africana na Bahia permaneceu alta na música, na culinária, na religião, no modo de vida de sua população, não só ao redor de Salvador e Recôncavo baiano, mas, principalmente, em toda a costa baiana. Não à toa, o gentílico do estado deu nome ao ofício comum a mulheres negras que preparam e comerciam no tabuleiro de acarajé, vestidas de turbante, colares e brincos dourados, pulseira, saias compridas e armadas, blusa de renda e adereços de pano da costa — isto é, a baiana do acarajé.
A Bahia é considerada a parte mais antiga da América Portuguesa, pois foi na região de Porto Seguro, litoral sul da Bahia, que a frota de Pedro Álvares Cabral ancorou, em 22 de abril de 1500,[15] marcando o descobrimento do Brasil pelos portugueses e a celebração da primeira missa, na praia da Coroa Vermelha, presidida pelo frei Henrique Soares de Coimbra.[13][16] Em 1 de novembro de 1501, o navegador florentino Américo Vespúcio, a serviço da Coroa portuguesa, descobriu e batizou a Baía de Todos-os-Santos, maior reentrância de mar no litoral desde a foz do Rio Amazonas até o estuário do Rio da Prata. O local foi escolhido para abrigar a sede do governo-geral em março de 1549 com a chegada do fidalgo Tomé de Sousa, a mando do rei Dom João III de Portugal para fundar a que seria, pelos 214 anos seguintes, a cidade capital do Brasil Colônia, Salvador. É de se destacar também o decreto de abertura dos portos às nações amigas, promulgada em 28 de janeiro de 1808 por meio de uma Carta Régia pelo príncipe regente dom João VI de Portugal, na então Capitania da Bahia, acabando com o exclusivismo metropolitano comercial e abrindo a economia brasileira para o comércio exterior.[17][18][19][20]
O estado possui um alto potencial turístico, que vem sendo muito explorado através de seu litoral, da Chapada Diamantina, do Recôncavo e de outras belezas naturais e patrimônios históricos e culturais. Possui a sétima maior economia do Brasil, com produto interno bruto superior a 290 bilhões de reais, representando quase 20 mil reais de PIB per capita. A sua renda, no entanto, não é bem distribuída, refletindo-se num índice de desenvolvimento humano de 0,714 em 2017. O estado também sofre com altas taxas de criminalidade, sendo o segundo com maior taxa de homicídios do país e o estado com o maior número de cidades entre as mais violentas do Brasil (12).[21][22][23] Na Bandeira do Brasil, o estado da Bahia é representado pela estrela Gamma Crucis da constelação do Cruzeiro do Sul (Crux).[24]
Carta do príncipe regente Dom João ao conde da Ponte, governador da capitania da Bahia, João de Saldanha da Gama Melo Torres Guedes Brito, na qual ordena a abertura dos portos do Brasil a todas as mercadorias transportadas por navios de seus vassalos e de estrangeiros de nações amigas. Foi estabelecido o pagamento de direitos por entrada de 24%, com exceção dos vinhos, aguardentes e azeites doces, que deveriam pagar o dobro dos "direitos" até então pagos, além de liberar, aos mesmos navios, a exportação de mercadorias coloniais, a exceção do pau-brasil e outros produtos estancados, para todos os portos que lhes aprouver.