Bahia

 Nota: Para outros significados, veja Bahia (desambiguação).
Estado da Bahia
Bandeira da Bahia
Brasão da Bahia
Brasão da Bahia
Bandeira Brasão
Lema: Per Ardua Surgo
"Pela dificuldade, venço"[1][2]
Hino: Hino da Bahia
Gentílico: baiano(a)

Localização da Bahia no Brasil
Localização da Bahia no Brasil

Localização
 - Região Nordeste
 - Estados limítrofes Minas Gerais (S, SO, e SE), Goiás (O e SO), Tocantins (O e NO), Piauí (N e NO), Pernambuco (N), Alagoas (NE), Sergipe (NE) e Espírito Santo (SE)
 - Regiões geográficas
   intermediárias
10
 - Regiões geográficas
   imediatas
34
 - Municípios 417
Capital Escudo da cidade de SalvadorSalvador
13°58′13"S 38°30′45"O
Município mais populoso Salvador
Governo
 - Governador(a) Jerônimo Rodrigues (PT)
 - Vice-governador(a) Geraldo Júnior (MDB)
 - Deputados federais 39
 - Deputados estaduais 63
 - Senadores Angelo Coronel (PSD)
Jaques Wagner (PT)
Otto Alencar (PSD)
Área
 - Total 564 760,429 km² () [3]
População 2024
 - Estimativa 14 850 513 hab. ()[4]
 - Censo 2022 14 141 626 hab.[5]
 - Densidade 26,3 hab./km² (15º)
Economia 2022[6]
 - PIB R$ 402 646 605 640 ()
 - PIB per capita R$ 28 472,44 (19º)
Indicadores 2016/2017[7][8]
 - Esperança de vida (2017) 73,7 anos (17º)
 - Mortalidade infantil (2017) 16,6‰ nasc. ()
 - Alfabetização (2016) 87% (19º)
 - IDH (2021) 0,691 (22º) – médio [9]
Fuso horário UTC−3, América/Bahia
Clima Af, As, Aw, BSh
Cód. ISO 3166-2 BR-BA
Site governamental http://www.ba.gov.br/

Mapa da Bahia
Mapa da Bahia

A Bahia (pronúncia em português: [baˈi.ɐ]) é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Banhada pelo Oceano Atlântico na costa mais extensa do país, está situada na Região Nordeste,[11] onde representa a maior extensão territorial, a maior população, o maior produto interno bruto e o maior número de municípios. A capital estadual é Salvador. Além dela, há outros municípios influentes na rede urbana baiana, como as capitais regionais Feira de Santana, Vitória da Conquista, Barreiras, o bipolo Itabuna-Ilhéus e Juazeiro do bipolo com o município pernambucano de Petrolina no sul do estado Eunápolis-Porto Seguro.[12]

Um dos primeiros núcleos de riqueza açucareira do Brasil, a Bahia recebeu um imenso contingente e enorme influência de africanos escravizados, trazidos pelos colonizadores portugueses para comercialização, visando a suprir os engenhos e as minas de ouro da colônia.[13] Esses indivíduos escravizados procediam em especial do Golfo da Guiné, das antigamente chamadas costas "dos escravos", "da pimenta", "do marfim" e "do ouro", no Oeste Africano, com destaque para o Império de Oió, fundado e habitado pelo povo iorubá, e o antigo Reino de Daomé. Em contraposição, o Rio de Janeiro viria a receber, posteriormente, escravos procedentes principalmente de Angola e Moçambique.[14] Assim, a influência da cultura africana na Bahia permaneceu alta na música, na culinária, na religião, no modo de vida de sua população, não só ao redor de Salvador e Recôncavo baiano, mas, principalmente, em toda a costa baiana. Não à toa, o gentílico do estado deu nome ao ofício comum a mulheres negras que preparam e comerciam no tabuleiro de acarajé, vestidas de turbante, colares e brincos dourados, pulseira, saias compridas e armadas, blusa de renda e adereços de pano da costa — isto é, a baiana do acarajé.

A Bahia é considerada a parte mais antiga da América Portuguesa, pois foi na região de Porto Seguro, litoral sul da Bahia, que a frota de Pedro Álvares Cabral ancorou, em 22 de abril de 1500,[15] marcando o descobrimento do Brasil pelos portugueses e a celebração da primeira missa, na praia da Coroa Vermelha, presidida pelo frei Henrique Soares de Coimbra.[13][16] Em 1 de novembro de 1501, o navegador florentino Américo Vespúcio, a serviço da Coroa portuguesa, descobriu e batizou a Baía de Todos-os-Santos, maior reentrância de mar no litoral desde a foz do Rio Amazonas até o estuário do Rio da Prata. O local foi escolhido para abrigar a sede do governo-geral em março de 1549 com a chegada do fidalgo Tomé de Sousa, a mando do rei Dom João III de Portugal para fundar a que seria, pelos 214 anos seguintes, a cidade capital do Brasil Colônia, Salvador. É de se destacar também o decreto de abertura dos portos às nações amigas, promulgada em 28 de janeiro de 1808 por meio de uma Carta Régia pelo príncipe regente dom João VI de Portugal, na então Capitania da Bahia, acabando com o exclusivismo metropolitano comercial e abrindo a economia brasileira para o comércio exterior.[17][18][19][20]

O estado possui um alto potencial turístico, que vem sendo muito explorado através de seu litoral, da Chapada Diamantina, do Recôncavo e de outras belezas naturais e patrimônios históricos e culturais. Possui a sétima maior economia do Brasil, com produto interno bruto superior a 290 bilhões de reais, representando quase 20 mil reais de PIB per capita. A sua renda, no entanto, não é bem distribuída, refletindo-se num índice de desenvolvimento humano de 0,714 em 2017. O estado também sofre com altas taxas de criminalidade, sendo o segundo com maior taxa de homicídios do país e o estado com o maior número de cidades entre as mais violentas do Brasil (12).[21][22][23] Na Bandeira do Brasil, o estado da Bahia é representado pela estrela Gamma Crucis da constelação do Cruzeiro do Sul (Crux).[24]

  1. «Latim». web.archive.org. Consultado em 15 de maio de 2012. Cópia arquivada em 4 de janeiro de 2010 
  2. «Family Coat of arms and family crests including heraldry, genealogy, blazons, crests, and coat of arms.». heraldryandcrests.com. Consultado em 15 de maio de 2012. Cópia arquivada em 25 de abril de 2012 
  3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Área Territorial Oficial - Consulta por Unidade da Federação». Consultado em 29 de agosto de 2021 
  4. «Estimativas da população residente para os municípios e para as unidades da federação - IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 11 de setembro de 2024 
  5. «População». IBGE. 28 de junho de 2023. Consultado em 4 de julho de 2024 
  6. «Contas Regionais do Brasil - IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 15 de novembro de 2024 
  7. «Tábua completa de mortalidade para o Brasil – 2015» (PDF). IBGE. Consultado em 2 de dezembro de 2016. Cópia arquivada (PDF) em 1 de novembro de 2020 
  8. «Sinopse do Censo Demográfico 2010». IBGE. Consultado em 17 de maio de 2015. Cópia arquivada em 25 de maio de 2013 
  9. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Pnud Brasil, Ipea e FJP. «Atlas Brasil: Ranking». Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 21 de março de 2023 
  10. «O Clima Brasileiro». Consultado em 4 de maio de 2009. Cópia arquivada em 12 de abril de 2010 
  11. «Mapa da Bahia». Consultado em 4 de agosto de 2014. Cópia arquivada em 30 de julho de 2017 
  12. «Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - Configuração da Rede Urbana do Brasil» (PDF). ipardes.gov.br. Junho de 2001. Consultado em 15 de maio de 2012. Cópia arquivada (PDF) em 2 de abril de 2012 
  13. a b «História». bahia.com.br. Consultado em 14 de outubro de 2013. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2013 
  14. Santos, Fabiano Villaça dos. «História Colonial». Consultado em 14 de outubro de 2013. Cópia arquivada em 9 de agosto de 2014 
  15. «Biblioteca Nacional». Consultado em 27 de maio de 2021. Cópia arquivada em 27 de maio de 2021 
  16. Arruda 1988, p. 1460.
  17. Arruda 1988, pp. 24–25.
  18. «Abertura dos Portos às Nações Amigas». Marinha do Brasil. Consultado em 20 de outubro de 2013. Cópia arquivada em 24 de outubro de 2013 
  19. Kappel, Raimundo F. «OS PORTOS BRASILEIROS FRENTE». sbpcnet.org.br. Consultado em 20 de outubro de 2013. Cópia arquivada em 24 de outubro de 2013 
  20. «Abertura dos portos». historiacolonial.arquivonacional.gov.br. Consultado em 20 de outubro de 2013. Cópia arquivada em 10 de outubro de 2014. Carta do príncipe regente Dom João ao conde da Ponte, governador da capitania da Bahia, João de Saldanha da Gama Melo Torres Guedes Brito, na qual ordena a abertura dos portos do Brasil a todas as mercadorias transportadas por navios de seus vassalos e de estrangeiros de nações amigas. Foi estabelecido o pagamento de direitos por entrada de 24%, com exceção dos vinhos, aguardentes e azeites doces, que deveriam pagar o dobro dos "direitos" até então pagos, além de liberar, aos mesmos navios, a exportação de mercadorias coloniais, a exceção do pau-brasil e outros produtos estancados, para todos os portos que lhes aprouver. 
  21. IPEA -Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. «Evolução do IDHM e de Seus Índices Componentes no período de 2012 a 2017» (PDF). Consultado em 18 de abril de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 15 de julho de 2019 
  22. «Bahia é o segundo estado mais violento do Brasil, indica Anuário Brasileiro da Violência». Brasil 61. 12 de setembro de 2023. Consultado em 1 de dezembro de 2023 
  23. «Estado de violência: Bahia lidera ranking de mortes violentas e registra quase 7 mil assassinatos». G1. 20 de julho de 2023. Consultado em 1 de dezembro de 2023 
  24. «Anexo à Lei número 8.421, de 11 de maio de 1992» (PDF). Consultado em 13 de setembro de 2010. Cópia arquivada (PDF) em 20 de maio de 2011 

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