Batalha de Ourique

Batalha de Ourique
Reconquista

Genealogia dos Reis de Portugal, 1530-1534.
Data 25 de Julho de 1139
Local Ourique, Portugal
Desfecho Vitória decisiva dos portugueses
Beligerantes
Portugueses Almorávidas
Comandantes
D. Afonso Henriques Ali ibne Iúçufe

A Batalha de Ourique desenrolou-se muito provavelmente nos campos de Ourique, no atual Baixo Alentejo (sul de Portugal), ou nos da Vila Chã de Ourique do distrito de Santarém, em 25 de Julho de 1139 — significativamente, de acordo com a tradição, no dia do provável aniversário D. Afonso Henriques e de São Tiago, que a lenda popular tinha tornado patrono da luta contra os mouros; um dos nomes populares do santo, era precisamente "Matamouros".[1] Foi a vitória mais celebrada sobre uma força muçulmana, mas ninguem sabe ao certo onde teve lugar, as hipóteses apontam para a Estremadura ou Baixo Alentejo ou até mesmo nas fronteiras do castelo. Ourique pode ter sido parte de uma campanha pela conquista, ou pode ter tido origem de uma mera razia (invasão). De qualquer das formas, a sua reputação atingiu níveis relevantes pela importância simbólica na conquista cristã contra os muçulmanos.[2]

Nela se defrontaram as tropas cristãs, comandadas por D. Afonso Henriques, e as muçulmanas, em número bastante maior.

Inesperadamente, um exército mouro saiu-lhes ao encontro e, apesar da inferioridade numérica, os cristãos venceram. A vitória cristã foi tamanha que D. Afonso Henriques resolveu autoproclamar-se Rei de Portugal (ou foi aclamado pelas suas tropas ainda no campo de batalha), tendo a sua chancelaria começado a usar a intitulação Rex Portugallensis (Rei dos Portucalenses ou Rei dos Portugueses) a partir de 1140 — tornando-o rei de facto, sendo o título de jure (e a independência de Portugal) reconhecido pelo rei de Leão em 1143 mediante o Tratado de Zamora e, posteriormente o reconhecimento formal pela Santa Sé em Maio de 1179, através da bula Manifestis probatum, do Papa Alexandre III.

A primeira referência conhecida a um suposto milagre ligado a esta batalha é do século XV, muito depois da batalha. Ourique serve, a partir daí, de argumento político para justificar a independência do Reino de Portugal: a intervenção pessoal de Deus era a prova da existência de um Portugal independente por vontade divina e, portanto, eterna.[1] A tradição narra que, naquele dia, consagrado a Santiago, o soberano português teve uma visão de Jesus Cristo rodeado de anjos na figura do Anjo Custódio de Portugal, garantindo-lhe a vitória em combate. Esse ponto da narrativa é similar à narrativa cristã tradicional da Batalha da Ponte Mílvio, opondo Magêncio a Constantino, segundo a qual Deus teria aparecido a este último dizendo IN HOC SIGNO VINCES (em latim, «Com este sinal vencerás!»).

A lenda marcou de forma profunda o imaginário português, que o referência como um milagre, e está retratada no brasão de armas da nação de Portugal: cinco escudetes (cada qual com cinco besantes), representando as Cinco Chagas de Jesus e os cinco reis mouros vencidos na batalha.[3]

  1. a b Infopédia, Enciclopédia de Língua Portuguesa da Porto Editora. «Batalha de Ourique». Consultado em 7 de julho de 2014 
  2. Anthony R. Disney (2019). Clube do Autor, ed. A História de Portugal e do Império Português - das origens da nação até ao fim do Antigo Regime, uma visão rigorosa do primeiro império global da História. I. [S.l.: s.n.] ISBN 9789897244995 
  3. Lenda do Milagre de Ourique. In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2012. (Consult. 2012-02-07).

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