Bentos[1] é a comunidade de organismos que vive no substrato de ambientes aquáticos. A primeira menção da expressão «bentos» (que provém do étimo grego bénthos[2], que significa «profundezas marinhas»[3]) foi feita em 1834 por um naturalista/artista alemão chamado Ernst Haeckel, que usou o termo para se referir a formas de vida que habitam o fundo dos mares.[4] [5]
A expressão engloba os organismos que vivem fixos ou não ao substrato, sendo comummente empregada em áreas da ciência como ecologia, biologia marinha, limnologia e oceanografia. O termo bentos é uma contraposição aos termos plâncton e nécton que referem-se a comunidades de organismos pelágicos que vivem na coluna de água de ambientes aquáticos.
Os organismos bênticos[6] ou bentónicos[7] são aqueles que vivem associados ao substrato (consolidado ou não), seja em ambientes marinhos, salobros ou dulcícolas. Esses organismos distribuem-se dentro ou sobre os sedimentos, fixos sobre rochas e demais tipos de substratos, como por exemplo corais.[8] No oceano, os organismos bentónicos também podem viver nas zonas entremarés (conhecida como litoral), infralitoral, batibentónica, abissobentónica e hadobentónica.[9] As duas primeiras fazem parte da zona costeira, enquanto as três últimas fazem parte da zona profunda. Devido à pouca penetração da luz na coluna de água, a distribuição de vegetais bentónicos está limitada às camadas superficiais do ambiente marinho. Logo, a ocorrência de fitobentos está confinada às zonas entremarés e infralitoral dos oceanos, podendo ser encontrado em profundidades máximas de 30 a 100 metros.[carece de fontes] Sendo assim, o bentos de áreas profundas é composto principalmente de bactérias e animais.[9] [10]
As comunidades bentónicas são frequentemente usadas como indicadores biológicos porque elas podem fornecer informações sobre condições ambientais, devido à sensibilidade de uma única espécie (conhecida como espécie indicadora) ou por causa de alguma característica geral que faz a comunidade integrar os sinais do ambiente (como a poluição) ao longo do tempo.[4] [11]