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Bone Music são registros de músicas que foram gravadas, de forma caseira, em chapas de Raio-X[1][2][3]. Ou seja, ao invés de se gravar as músicas em discos de vinil, o que era comum na época, as músicas eram gravadas em exames de Raio-X. Isto porque, na época do governo de Stalin na União Soviética, a música ocidental teve sua divulgação totalmente restrita. Desta forma, um grupo de pessoas chamadas de “Stilyagi” (uma espécie de “Hipsters” da época) inventou uma maneira de poder distribuir e manter esse tipo de música viva na União Soviética: eles gravavam registros de áudio sobre exames de Raios-X descartados, que eles recolhiam em massa das lixeiras hospitalares. Os discos de raio-x eram gravados um a um da mesma forma que antigamente se gravavam discos de acetato - ou seja, prensados em vitrolas adaptadas - cortados em círculo com uma tesoura de manicure e o círculo central era feito com cigarros. Assim, esses registros eram reproduzidos normalmente em um toca-discos comum, mas só tocavam de um único lado, a qualidade era baixa, mas eram extremamente baratos.[4] No mercado negro, eram vendidos por preços populares e tocavam em vitrolas comuns.[5]
De acordo com o livro de 1987 de Artemy Troitsky “Back in the USSR: The True Story of Rock in Russia”, a bone music muitas vezes continha surpresas para o ouvinte: “Digamos que, tocavam alguns segundos de rock’n’roll americano e, em seguida, uma voz zombeteira dizia em russo: “Então, pensei que você ia escutar os últimos lançamentos, hein?” , seguido por algumas palavras que faziam referência aos fãs de ritmos ‘elegantes’ e depois apenas silêncio.”[6]
A distribuição da Bone Music tornou-se ilegal em 1958, quando as autoridades do governo Stalinista “descobriram” esta forma de divulgação.
Em 2012, o compositor Stephen Coates, o pesquisador e artista sonoro Alex Kolkowski e o fotógrafo Paul Heartfield criaram o projeto "The X Ray Audio Project", que objetiva explorar "a história incrível da música proibida, da cultura da guerra fria e da tecnologia da pirataria".[7]