Bruxaria ancestral

Bruxaria Ancestral é a tradição bruxa que venera Deuses Ancestrais, ou seja, Deuses anteriores ao surgimento das religiões modernas e cujo culto precede o surgimento da atual civilização. A única instituição viva que segue e professa a Bruxaria Ancestral é a Ordem Sagrada de Bennu[1]. Achados paleoarqueológicos como as estátuas da Vênus de Willendorf, Vênus de Lespugue, Vênus de Laussel e outras do gênero, como a antiquíssima Vênus de Tan-Tan são indícios da existência de cultos a uma só Deusa Mãe durante a Era Glacial Würm III (até aproximadamente 10.500 A.E.C. - Antes da Era Comum). Conforme as crenças dos bruxos ancestrais, tais cultos seriam remanescentes de uma religião global anterior a todas as surgidas durante esta civilização (6.500 A.E.C. até os dias atuais). Seja esta religião ancestral atávica e inerente ao ser humano ou tradicional, passada de geração em geração, ela é a base da Bruxaria Ancestral.

Muito embora a maioria das tradições bruxas, sobretudo as modernas, pareçam se basear na bruxaria medieval, há menção de práticas e crenças bruxas em documentos cujos originais são anteriores à Idade Média, dentre eles diversos épicos gregos[2], contos árabes[3], papiros egípcios[4], sagas celtas[5] e escandinavas[6] e o Antigo Testamento cristão. As Deusas Κίρκη (Circe) dos gregos, Ceridwen dos Celtas e ocasionalmente a Ísis dos Egípcios, por exemplo, eram tidas como Feiticeiras. Estas práticas e cultos referidos por estes povos seriam remanescentes de práticas e crenças da Bruxaria Ancestral anteriores à Era Glacial Würm III.

A Bruxaria Ancestral seria, portanto, a base mais antiga das fontes da tese de Margaret Murray[7], segundo a qual a bruxaria teria tido uma existência contemporânea aos cultos greco-romanos.

É fundamental, entretanto, não confundir Bruxaria Ancestral com Bruxaria Familiar, que se refere às tradições bruxas passadas por linhagem de sangue, ou seja, de pai para filho (geralmente de mãe para filha). Ao contrário disso, a Bruxaria Ancestral é passada por linhagem bruxa pela via iniciática, ou seja, de mestre para peregrino, não havendo necessidade de sangue bruxo.

  1. «Website oficial da Ordem Sagrada de Bennu». Consultado em 9 de dezembro de 2016 
  2. Odisséia. Homero. L&PM Editores, 2007 - ISBN 8525417130
  3. As Mil e Uma Noites. tradutor Diniz, Alberto. Ediouro, 2000 - ISBN 8500006889
  4. O Livro Egípcio dos Mortos. Budge, Ernest A. Wallis. Ed.Pensamento - ISBN 8531503760
  5. Os Druidas e os Deuses Celtas. Jubainville, H. D'Arbois de. Zéfiro, 2009 - ISBN 9728958919
  6. Mistérios Nórdicos - Deuses, runas, magias rituais. Faur, Mirella. Pensamento, 2007 - ISBN 8531514932
  7. O Culto das Bruxas na Europa Ocidental. Murray, Margaret Alice. Madras, 2003 - ISBN 857374636X

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