Caminho do Meio

O Caminho do Meio (em páli: majjhimā paipadā; em sânscrito: madhyamā-pratipad[1] «majjhimā patipadā» ; em tibetano: དབུ་མའི་ལམ། dbu ma'i lam; em chinês: 中道 zhōngdào; em japonês: 中道 chūdō) é o termo que Siddhartha Gautama usou para descrever o caráter do Nobre Caminho Óctuplo descoberto por ele e que leva à libertação. É um importante princípio orientador da prática budista.

No Budismo Mahayana, a maior das duas principais tradições do budismo existentes hoje em dia, o Caminho do Meio refere-se ao conhecimento sobre o vazio (śūnyatā) que transcende declarações opostas sobre a existência[2], isto é, os quatro extremos metafísicos da existência, inexistência, ambas e nenhuma das duas. Os principais mestres-filósofos indianos que escreveram sobre essa visão foram Nagarjuna, Aryadeva e Chandrakirti, entre diversos outros.

O Caminho do Meio tem outras várias definições:

  • A prática de não-extremismo: um caminho de moderação e distância entre a auto-indulgência e o ascetismo, ou seja, se manter equidistante entre o rigor excessivo e a excessiva permissividade.[3]
  • O meio-termo entre determinadas visões metafísicas;
  • Uma explicação do nirvana (perfeita iluminação);
  • Um estado no qual fica claro que todas as dualidades aparentes no mundo são ilusórias.
  1. Kohn (1991), p. 143.
  2. David Kalupahana, Mulamadhyamakakarika of Nagarjuna. Motilal Banarsidass, 2006, page 1.
  3. Darmapada: a doutrina budista em versos. Tradução de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS. L&PM Editores. 2010. p. 27,28.

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