Campeonato Brasileiro de Futebol de 1986

XXXI Campeonato Brasileiro de Futebol
Copa Brasil de 1986
Dados
Participantes 80
Organização CBF
Local de disputa Brasil
Período 30 de agosto25 de fevereiro de 1987
Gol(o)s 1422
Partidas 680
Média 2,09 gol(o)s por partida
Campeão São Paulo (2º título)
Vice-campeão Guarani
Melhor marcador Careca (São Paulo) – 25 gols
Melhor ataque (fase inicial) São Paulo – 21 gols
Melhor defesa (fase inicial) 2 gols:
Público 7 221 574[nota 1]
Média 10 620 pessoas por partida
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O Campeonato Brasileiro de Futebol de 1986, originalmente denominado Copa Brasil, foi a 31.ª edição do Campeonato Brasileiro e foi vencido pelo São Paulo. Foi o segundo título do São Paulo — como o de 1977, conquistado na disputa de pênaltis, em um jogo disputado no ano seguinte. Foi a terceira e última vez que o Campeonato Brasileiro foi decidido nos pênaltis.[2]

Foi também, provavelmente, a edição mais desorganizada de toda a história do Campeonato Brasileiro de Futebol, embora a concorrência seja difícil (ver, por exemplo, os artigos relativos aos campeonatos de 1971, 1979, 1984 e 1985). Desta vez, a CBF resolveu juntar as Taças de Ouro, Prata e Bronze (respectivamente séries A, B e C) numa única competição, com nada menos que 80 clubes.

De acordo com o regulamento original, seriam classificados para a segunda fase 28 clubes dos grupos A-D (os seis primeiros colocados de cada grupo, mais quatro independentemente de grupo) e quatro dos grupos E-H (o vencedor de cada grupo), totalizando 32 clubes. Mas, como o Vasco não estava entre os classificados, entrou com um processo na Justiça Comum para anular a decisão do STJD, que concedera dois pontos para o Joinville no jogo contra o Sergipe (1-1, em 29 de Setembro), por caso comprovado de doping — a anulação da decisão daria a vaga do Joinville para o Vasco. O Joinville também entrou na Justiça para garantir o seu direito, e a CBF decidiu classificar os dois clubes, eliminando então a Portuguesa, que seria punida por também haver entrado na Justiça, por uma questão de venda de ingressos. Vários clubes paulistas ameaçaram abandonar a competição em apoio à Portuguesa, o que fez com que a CBF voltasse atrás em sua decisão e resolvesse classificar 33 clubes para a segunda fase. Poucos dias depois, porém, em função da dificuldade em organizar a tabela da segunda fase com um número ímpar de clubes, a CBF decretou a promoção de mais 3 clubes dos grupos A-D — que, pela ordem de classificação na primeira fase, foram Santa Cruz, Sobradinho e Náutico. Assim, em vez dos quatro grupos de oito originalmente previstos, a segunda fase do campeonato teve quatro grupos de nove clubes cada.

O regulamento previa que os clubes eliminados na primeira fase estavam automaticamente rebaixados — sem possibilidade de disputarem o título do ano seguinte —, assim como os dois últimos colocados de cada grupo da segunda fase.

Curiosamente, entre os oito clubes que foram rebaixados na segunda fase estava o Botafogo, que conseguiu pelo STJD permanecer na primeira divisão, levando outros clubes a seguirem o mesmo caminho, enquanto, pela justiça comum, o Coritiba fazia o mesmo.[3][4]

Toda essa confusão resultou na criação, no ano seguinte, do Clube dos 13 e da Copa União, numa tentativa de reorganização institucional do futebol brasileiro elaborada pelos principais clubes do país que almejavam um campeonato mais rentável.[5]


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