Campeonato Mundial de Atletismo de 2019

17° Campeonato Mundial de Atletismo
2019 بطولة العالم لألعاب القوى
Doha 2019
Dados
Sede Catar Doha, Qatar
Entidade responsável IAAF
Primeira edição Helsinque 1983
Países participantes 209
Atletas 1972 (1054 H, 918 M)
Eventos 49
Abertura oficial Emir Tamim bin Hamad al-Thani
Estádio principal Khalifa International Stadium
Duração 27 de setembro a 6 de outubro de 2019
Site oficial Doha 2019
← Londres 2017 Eugene 2022 →

Campeonato Mundial de Atletismo de 2019 foi a 17ª edição do campeonato bienal do esporte realizada entre 27 de setembro e 6 de outubro no Estádio Internacional Khalifa em Doha, no Qatar. A cidade de Doha conquistou o direito de sediar a competição pelos votos dos membros do conselho da IAAF em novembro de 2014, após uma disputa com as cidades de Barcelona, na Espanha e Eugene, nos Estados Unidos.[1]

Esta foi a segunda vez que a nova prova feminina da Marcha de 50 km, a única prova masculina do atletismo ainda não disputada por mulheres nos Jogos Olímpicos, foi realizada. Também foi a primeira vez em que os atletas puderam exibir o nome dos patrocinadores de suas equipes nacionais em seus kits de competição e onde a maratona é disputada à meia-noite num torneio internacional, por causa da temperatura local. Foi também estabelecido um número limite para os participantes de algumas provas, como 100 para a maratona, 60 para a marcha de 20 km e 27 competidores para os 10000 m, entre outras modificações decididas pelo congresso da IAAF em Mônaco, em dezembro de 2018. Este campeonato também foi o primeiro onde foi disputado uma nova prova de velocidade, o revezamento 4x400 m misto, composto de dois homens e duas mulheres, ainda não existente nas Olimpíadas. O tempo mais rápido da prova passou a ser considerado o novo recorde mundial desta modalidade, que foi conquistado pela equipe dos Estados Unidos.[2][3][4]

A participação da Rússia, a princípio incerta já que algumas exigências da IAAF com relação a amostras completas de atletas daquele país e pendências financeiras relativas a apelações ao Tribunal Arbitral ainda não tinham sido resolvidas, acabou sendo formalmente negada quatro dias antes do início do campeonato. Alguns atletas russos, sem histórico de envolvimento em problemas de dopagem, puderam competir como atletas individuais sob a designação de "Atletas Neutros", como já haviam feito anteriormente em Londres 2017, entre eles a bicampeã mundial do salto em altura Mariya Lasitskene.[5]A imprensa e atletas de países diversos criticaram duramente o evento, reclamando do calor, da falta de público no estádio, da atmosfera fria dos espectadores, da agenda e dos horários das provas e questionaram porque Doha foi escolhida como sede do Mundial.[6]

Falah, um atlético falcão vestindo um uniforme na cor castanho-avermelhada da bandeira do Qatar, foi o mascote do primeiro campeonato mundial realizado no Oriente Médio.[7]

Mais uma vez os Estados Unidos venceram a competição, com 14 medalhas de ouro e 29 no total geral. Foram quebrados dois recordes mundiais, um recorde mundial júnior e cinco recordes do campeonato, além de diversos recordes continentais e nacionais, fazendo deste o campeonato mundial de mais alto nível técnico de todos, com o desempenho médio ultrapassando o anterior, Londres 2017. Baseado nas tabelas de pontuação da IAAF, os melhores atletas masculino e feminino foram o arremessador de peso norte-americano Joe Kovacs e a saltadora de distância alemã Malaika Mihambo, os dois campeões mundiais em suas modalidades.[8] A prova do arremesso de peso, vencida por Kovacs no último dos seus seis arremessos, viu a disputa de mais alto nível já havida neste esporte, com três atletas alcançando a marca de 22,90 m e acima, atingida pela primeira vez em quase trinta anos. O brasileiro Darlan Romani fez a segunda melhor marca da sua vida, quebrou o recorde anterior do campeonato mundial e só conseguiu o quarto lugar.[9] Esta foi também a primeira competição de atletismo em que uma mulher, a holandesa Sifan Hassan, venceu duas provas de distâncias completamente diferentes em especialização, os 1500 m e os 10000 m.[10] Ainda no dia da abertura do evento o atleta guinéu-bissauense Braima Dabó percebeu que o atleta Jonathan Busby, de Aruba, apresentava claros sinais de esgotamento físico e impossibilidade de concluir a prova. Em uma atitude de fair play, Dabó socorreu Busby e o ajudou a concluir a prova, momento que recebeu uma enorme ovação do público.[11]

  1. Luca Landoni. «Iaaf WC 2019 will be held in Doha, Qatar!». atleticalive. Consultado em 23 de março de 2019 
  2. «USA BREAKS WORLD RECORD IN MIXED 4X400M AT IAAF WORLD ATHLETICS CHAMPIONSHIPS DOHA 2019». IAAF. Consultado em 29 setembro 2019 
  3. Mike Rowbottom. «National sponsor logos allowed on kit for IAAF World Championships in Doha». Inside the Gamaes. Consultado em 23 de março de 2019 
  4. «IAAF COUNCIL MAKES KEY DECISIONS IN MONACO». IAAF. Consultado em 23 de março de 2019 
  5. Brian Homewood. «Russia to miss world championships after IAAF ban extended». Reuters. Consultado em 27 setembro 2019 
  6. «Dire in Doha: world championships 'catastrophe' leaves athletics reeling». The Guardian. Consultado em 2 outubro 2019 
  7. «FALAH, MASCOT FOR THE IAAF WORLD ATHLETICS CHAMPIONSHIPS DOHA 2019, UNVEILED». IAAF. Consultado em 5 abril 2019 
  8. «IAAF WORLD ATHLETICS CHAMPIONSHIPS DOHA 2019 – THE HIGHEST QUALITY CHAMPIONSHIPS OF ALL TIME». IAAF. Consultado em 6 outubro 2019 
  9. «SHOT PUT MEN». IAAF. Consultado em 6 outubro 2019 
  10. «REPORT: WOMEN'S 1500M - IAAF WORLD ATHLETICS CHAMPIONSHIPS DOHA 2019». IAAF. Consultado em 6 outubro 2019 
  11. Imagem do dia: atleta da Guiné-Bissau ajuda colega de Aruba a cortar a meta nos mundiais de atletismo. Sapo Desportos. 27 de setembro de 2019.

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