Carlos Ghosn Bichara KBE (Guajará-Mirim, 9 de março de 1954) é um empresário franco-brasileiro de origem libanesa.[5]
Ocupou a presidência do Grupo Renault, da empresa japonesa Nissan, da Mitsubishi Motors, da fabricante automobilística russa AvtoVAZ[6] e da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi até ser preso, em 2018.[7][8][9]
Comandou a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi,[9] parceria estratégica que supervisiona a Nissan e a Renault através de um contrato único de participações cruzadas. Desde 2010, a aliança (com AvtoVAZ e Mitsubishi incluídas) detinha cerca de 10% da quota de mercado global; desde 2016, é o quarto maior grupo automobilístico do mundo.[10][11][12][13]
Depois de ter feito a reestruturação radical à Renault, retornando a empresa à lucratividade do fim de 1990, Carlos ficou conhecido como "Le Cost Killer".[14] No início de 2000 - por ter orquestrado uma das campanhas mais agressivas de reestruturação da indústria automobilística, e por ter dado a volta à Nissan que quase faliu em 1999 -, Carlos recebeu o apelido de "Mr. Fix It".[15]
Após a recuperação financeira da Nissan, em 2002 a Fortune concedeu a Carlos o prêmio de Empresário do Ano na Ásia.[16][17] Em 2003, a Fortune identificou-o como uma das dez pessoas mais poderosas no mundo dos negócios fora dos Estados Unidos,[18] e a sua edição asiática o elegeu Homem do Ano.[19] Pesquisas conjuntamente publicadas pela Financial Times e PricewaterhouseCoopers nomearam Carlos o quarto líder empresarial mais respeitado em 2003,[20] e o terceiro líder empresarial mais respeitado em 2004 e 2005.[21][22][23] Carlos alcançou rapidamente o estatuto de celebridade no Japão e no mundo empresarial,[24][25] e a sua vida foi retratada numa revista japonesa de mangá.[26] Carlos veio a ser solicitado a dirigir pelo menos duas outras fabricantes automobilísticas, mais precisamente a General Motors e a Ford.[27] A sua decisão de despender € 4 bilhões (mais do que US$ 5 bilhões)[28] - para que a Renault e a Nissan pudessem conjuntamente desenvolver uma linha inteira de carros elétricos, inclusive o Nissan Leaf (considerado como "o primeiro carro de zero emissões a preço acessível no mundo")[29][30] — é um dos quatro temas do documentário de 2011 "Revenge of the Electric Car".
Ghosn deixou o cargo de CEO da Nissan em 1 de abril de 2017, permanecendo como presidente da empresa.[31] Ele foi preso no aeroporto de Haneda em 19 de novembro de 2018, sob alegações de sub-relato de seus ganhos e uso indevido de ativos da empresa.[32] Em 22 de novembro de 2018, o conselho da Nissan tomou a decisão unânime de demitir Ghosn como presidente da Nissan.[33] Seguiu-se o conselho da Mitsubishi Motors em 26 de novembro de 2018.[34] Renault e o governo francês continuaram a apoiá-lo, considerando-o inocente até que se prove a culpa.[35] No entanto, Ghosn renunciou ao cargo de presidente e CEO da Renault em 24 de janeiro de 2019.[36] Enquanto estava sob fiança, Ghosn foi preso em Tóquio em 4 de abril de 2019 devido a novas acusações de apropriação indébita de fundos da Nissan. Em 8 de abril de 2019, os acionistas da Nissan votaram a favor de expulsar Ghosn da diretoria da empresa.[33] Ele foi libertado sob fiança em 25 de abril 2019.[37] Em dezembro de 2019, ele deixou clandestinamente o Japão e fugiu para o Líbano.[38] Em abril de 2022, o governo francês emitiu mandado de prisão contra Carlos.[39][40]
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