Um ciborgue ou Cyborg é um organismo dotado de partes orgânicas e cibernéticas, geralmente com a finalidade de melhorar suas capacidades utilizando tecnologia artificial.
O termo deriva da junção das palavras inglesas cyber(netics) organism, ou seja, "organismo cibernético". Foi inventado por Manfred E. Clynes e Nathan S. Kline em 1960 para se referir a um ser humano melhorado que poderia sobreviver no espaço sideral.[1] Tal ideia foi concebida depois de refletirem sobre a necessidade de estabelecer uma relação mais íntima entre os seres humanos e máquinas, em um momento em que o tema da exploração espacial começava a ser discutido. Clynes transmitiu essa ideia escrevendo uma introdução para o livro Cyborg: evolution of the superman (1965) de D. S. Halacy, onde fala de "uma nova fronteira", não meramente espacial mas, mais profundamente, o relacionamento entre o "espaço interior" e o "espaço exterior" - uma ponte... entre a mente e a matéria.[2] Desenvolvedor de instrumentação fisiológica e de sistemas de processamento de dados, Clynes era o diretor científico do Laboratório de Simulação Dinâmica de Rockland State Hospital, em Nova York.
Os ciborgues típicos das obras de ficção científica, apresentam-se como uma síntese de partes orgânicas e artificiais e, geralmente, servem de mote para comparações entre o ser humano e a máquina, refletindo sobre temas como a moralidade, livre-arbítrio, felicidade, etc. Estes ciborgues podem ser representados como visivelmente mecânicos (por exemplo, os borgs em Star Trek, ou os cylons em Battlestar Galactica (1978) ou quase idênticos aos seres humanos (por exemplo, os cylons em Battlestar Galactica (2003) e os Exterminadores de Exterminador do Futuro (ver: Rebelião das máquinas). Muitas das obras sobre ciborgues tratam do desconforto e desconfiança crescente da sociedade diante do acelerado desenvolvimento tecnológico, particularmente quando usados para a guerra, e quando usados de maneira que possam ameaçar o livre-arbítrio.
Ciborgues reais, ao contrário do que foi dito no parágrafo anterior, seriam pessoas que utilizam tecnologia cibernética para reparar ou superar deficiências físicas e mentais em seus corpos. Por exemplo, uma pessoa que possui um membro mecânico entraria nesta definição.
Ciborgue – Tendo como base a Antropologia do Ciborgue, ciborgue é toda pessoa que tem sua existência constituída pela tecnologia digital. É o hibridismo entre o ser humano e a máquina, a incorporação das tecnologias em seus modos de existência, uma criatura de realidade social e também uma criatura de ficção. “Realidade social significa relações sociais vividas, nossa construção política mais importante, significa uma ficção capaz de mudar o mundo” (HARAWAY, 2000, pag. 40).[1] Para Haraway a ficção científica contemporânea está cheia de ciborgues, isto é criaturas que são ao mesmo tempo animais e máquinas que habitam mundos ambíguos que são tanto naturais como fabricados. Desta forma, o ciborgue é uma imagem condensada tanto de imaginação quanto de realidade material.
A ciborguização altera o nosso modo de existência, há uma incorporação das tecnologias digitais em nossas ações do cotidiano, modificando o modo de existir e agir sobre o mundo. O modo de vida online torna-se indispensável e impensável, gerando significados e acrescentando inúmeras possibilidades ao modo de vida off-line.
As inúmeras possibilidades oferecidas pelas tecnologias digitais potencializam a ação do ser humano sobre seu dia – a – dia. É necessário compreender que as práticas do ciborgue não ocorrem em outra dimensão da vida, em uma espécie de “universo paralelo”, mas constituem o nosso modo de vida. Os atos praticados nos ciberespaços nos afetam e nos compõem em todas as nossas ações. As barreiras entre o real e virtual não existem pelo fato de que a incorporação das tecnologias nos afeta e nos constituem como seres humanos. O estabelecimento do raciocínio de uma hierarquia entre online e off-line perde validade a partir do momento em que consideramos as características próprias da cibercultura e suas práticas. Sendo assim, as interações que ocorrem no ambiente virtual também compõem a realidade. E não se deve negar valor a elas, dado que, a ciborguização é constante e factual.