Colecistite

Cholecystitis
Colecistite
Micrografia da vesícula biliar com colecistite e colesterolose.
Especialidade General surgery
Classificação e recursos externos
CID-10 K81
CID-9 575.0, 575.1
CID-11 786251500
OMIM 600803
DiseasesDB 2520
MedlinePlus 000264
eMedicine med/346
MeSH D002764
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A colecistite é a inflamação da vesícula biliar.[1] Os sintomas incluem dor no quadrante superior direito do abdómen, náuseas, vómitos e, ocasionalmente, febre. Geralmente a colecistite aguda é precedida por ataques da vesícula biliar; a dor, no entanto, dura mais tempo do que é normal num ataque da vesícula biliar. Sem o tratamento adequado é relativamente comum o aparecimento de episódios periódicos de colecistite.[2] A colecistite aguda pode agravar-se com pancreatite de origem biliar, cálculos do ducto biliar comum ou inflamação do ducto biliar comum.[2][1]

Mais de 90% dos casos de colecistite aguda resultam da obstrução do ducto biliar pelo aparecimento de pedras na vesícula.[2] Os factores de risco para os cálculos biliares estão associados a pílulas anticoncepcionais, à gravidez, ao histórico familiar de cálculos biliares, obesidade, diabetes, doenças hepáticas ou rápida perda de peso.[3] Ocasionalmente, a colecistite aguda ocorre como resultado duma vasculite, quimioterapia ou durante a recuperação de traumas maiores ou queimaduras.[4] O diagnóstico de presunção de colecistite é feito com base nos sintomas e testes laboratoriais. É costume realizar-se uma ultra-sonografia abdominal para confirmar o diagnóstico.[5]

O tratamento é geralmente realizado por remoção cirúrgica da vesícula biliar laparoscópica, se possível no prazo de 24 horas.[6][7] É aconselhável tirar fotos aos ductos biliares durante a cirurgia.[6] O habitual uso de antibióticos é um assunto controverso.[8][5] Podem ser recomendados se a cirurgia não poder ser feita em tempo hábil, ou se o caso complicar-se.[5] Se também houver pedras no ducto biliar comum, estas podem ser removidas antes ou durante a cirurgia por CPRE.[6] Naqueles que não poderem ser submetidos a cirurgia, pode ser tentada a drenagem da vesícula biliar.[5]

Cerca de 10-15% dos adultos no mundo desenvolvido apresentam cálculos biliares.[5] São mais comuns os casos em mulheres com pedras na vesícula biliar do que em homens, e normalmente ocorrem após os 40 anos de idade. Determinados grupos étnicos estão mais susceptíveis do que outros, com, por exemplo, 48% dos Índios Americanos a apresentarem cálculos biliares.[3] Entre os que têm pedras na vesícula, 1-4% possuem cólica hepática a cada ano.[5] Cerca de 20% das pessoas com cólica biliar, sem tratamento, desenvolvem colecistite aguda.[5] Assim que a vesícula biliar é removida os resultados de melhora da saúde são geralmente positivos.[3] Sem tratamento podem ocorrer condições inflamatórias crónicas de colecistite.[9] A palavra deriva do grego cholecyst- que significa "vesícula biliar" e -itis que significa "inflamação".[10]

  1. a b Internal Clinical Guidelines Team (outubro de 2014). «Gallstone Disease: Diagnosis and Management of Cholelithiasis, Cholecystitis and Choledocholithiasis. Clinical Guideline 188»: 101. PMID 25473723 
  2. a b c Strasberg, SM (26 de Junho de 2008). «Clinical practice. Acute calculous cholecystitis.». The New England journal of medicine. 358 (26): 2804-11. PMID 18579815 
  3. a b c «Gallstones». NIDDK. Novembro de 2013. Consultado em 27 de julho de 2016 
  4. «Section VIII». Sleisenger and Fordtran's Gastrointestinal and Liver Disease: Pathophysiology, Diagnosis, Management 10 ed. [S.l.]: Elsevier Health Sciences. 2015. p. 1154. ISBN 9781455749898 
  5. a b c d e f g Ansaloni, L (2016). «2016 WSES guidelines on acute calculous cholecystitis.». World journal of emergency surgery : WJES. 11. 25 páginas. PMID 27307785 
  6. a b c Patel, PP; Daly, SC; Velasco, JM (18 de Outubro de 2015). «Training vs practice: A tale of opposition in acute cholecystitis.». World journal of hepatology. 7 (23): 2470-3. PMID 26483868 
  7. Schuld, J; Glanemann, M (Junho de 2015). «Acute Cholecystitis.». Viszeralmedizin. 31 (3): 163-5. PMID 26468309 
  8. van Dijk, AH; de Reuver, PR; Tasma, TN; van Dieren, S; Hugh, TJ; Boermeester, MA (Junho de 2016). «Systematic review of antibiotic treatment for acute calculous cholecystitis.». The British journal of surgery. 103 (7): 797-811. PMID 27027851 
  9. Feldman, Mark (2010). Sleisenger & Fordtran's Gastrointestinal and liver disease pathophysiology, diagnosis, management 9 ed. [S.l.]: MD Consult. p. 1065. ISBN 9781437727678 
  10. Collins, Edwards (2013). A Short Course in Medical Terminology. [S.l.]: Lippincott Williams & Wilkins. p. 246. ISBN 9781469835785 

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