Commedia dell'arte

Companhia I Gelosi (1580 d.C.)

A commedia dell'arte (pronúncia italiana: [komˈmɛːdja delˈlarte]) foi uma forma inicial de teatro profissional, originária do teatro italiano, que era popular em toda a Europa entre os séculos XVI e XVIII.[1][2] Também é conhecida como commedia alla maschera, commedia improvviso, e commedia dell'arte all'improvviso.[3] Caracterizada por "tipos" mascarados, a commedia foi responsável pela ascensão de atrizes como Isabella Andreini[4] e improvisações baseadas em esquetes ou cenários.[5][6] Uma commedia é roteirizada mas também improvisada.[5][7] As entradas e saídas dos personagens são roteirizadas. Uma característica especial da commedia é o lazzo, uma piada ou "algo tolo ou espirituoso", geralmente bem conhecido dos atores e, até certo ponto, uma rotina roteirizada.[7][8] Outra característica da commedia é a pantomima, que é usada principalmente pelo personagem Arlecchino, agora mais conhecido como Arlequim.[9]

Os personagens da commedia geralmente representam tipos sociais fixos e personagens modelo, como velhos tolos, servos desonestos ou oficiais militares cheios de falsa bravata.[10][11] Os personagens são "personagens reais" exagerados, como um médico sabe-tudo chamado Il Dottore, um velho ganancioso chamado Pantalone, ou um relacionamento perfeito como os Innamorati.[12] Muitas trupes foram formadas para realizar commedia, incluindo I Gelosi (que tinha atores como Andreini e seu marido Francesco),[13] Confidenti Troupe, Desioi Troupe e Fedeli Troupe.[12][10] Commedia era apresentada ao ar livre em plataformas ou em áreas populares, como uma piazza (praça). As companhias eram itinerantes e possuíam uma estrutura de esquema familiar. Ao chegarem a cada cidade, pediam permissão para se apresentar nas suas carroças ou em pequenos palcos improvisados. Os atores seguiam apenas um roteiro simplificado (canovaccio) e tinham total liberdade para improvisar e interagir com o público.[14][10] A forma de teatro se originou na Itália, mas viajou por toda a Europa - até Moscou.[15] Permaneceu posteriormente na França até o século XVIII, quando houve a reforma goldoniana da comédia.

  1. Lea, K. M. (1962). Italian Popular Comedy: A Study In The Commedia Dell'Arte, 1560–1620 With Special Reference to the English State. New York: Russell & Russell INC 
  2. Wilson, Matthew R. «A History of Commedia dell'arte». Faction of Fools. Faction of Fools. Consultado em 9 de dezembro de 2016 
  3. Rudlin, John (1994). Commedia Dell'Arte An Actor's Handbook. London and New York: Routledge. ISBN 978-0-415-04769-2 
  4. Ducharte, Pierre Louis (1966). The Italian Comedy: The Improvisation Scenarios Lives Attributes Portraits and Masks of the Illustrious Characters of the Commedia dell'Arte. New York: Dover Publication. ISBN 978-0486216799 
  5. a b Chaffee, Judith; Crick, Olly (2015). The Routledge Companion to Commedia Dell'Arte. London and New York: Rutledge Taylor and Francis Group. ISBN 978-0-415-74506-2 
  6. «Faction Of Fools» 
  7. a b Grantham, Barry (2000). Playing Commedia A Training Guide to Commedia Techniques. United Kingdom: Heinemann Drama. pp. 3, 6–7. ISBN 978-0-325-00346-7 
  8. Gordon, Mel (1983). Lazzi: The Comic Routine of the Commedia dell'Arte. New York: Performing Arts Journal Publications. ISBN 978-0-933826-69-4 
  9. Broadbent, R.J. (1901). A History Of Pantomime. New York: Benjamin Blom, Inc. 
  10. a b c Chaffee, Judith; Crick, Olly (2015). The Routledge Companion to Commedia Dell'Arte. London and New York: Rutledge Taylor and Francis Group. ISBN 978-0-415-74506-2 
  11. «Faction of Fools | A History of Commedia dell'Arte». www.factionoffools.org. Consultado em 9 de dezembro de 2016 
  12. a b Ducharte, Pierre Louis (1966). The Italian Comedy: The Improvisation Scenarios Lives Attributes Portraits and Masks of the Illustrious Characters of the Commedia dell'Arte. New York: Dover Publication. ISBN 978-0486216799 
  13. Maurice, Sand (1915). The History of the Harlequinade. New York: Benjamin Bloom, Inc. 
  14. Rudlin, John (1994). Commedia Dell'Arte An Actor's Handbook. London and New York: Routledge. ISBN 978-0-415-04769-2 
  15. Nicoll, Allardyce (1963). The World of Harlequin: A Critical Study of the Commedia dell'Arte. London: Cambridge University Press. 

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