Complexidade especificada

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A complexidade especificada é um argumento proposto por William Dembski e usado por ele e outros para promover a pseudociência do design inteligente. De acordo com Dembski, o conceito tem a intenção de formalizar uma propriedade que destaque padrões que sejam tanto específicos quanto complexos. Dembski defende que a complexidade especificada é uma ferramenta confiável para identificar sinais de design realizado por um designer inteligente, um princípio central do design inteligente que Dembski defende em oposição à teoria da evolução moderna. O conceito de complexidade especificada é amplamente considerado matematicamente frágil e até hoje não foi utilizado como base para trabalhos independentes posteriores, seja nas áreas da teoria da informação, teoria da complexidade, ou na biologia.[1][2][3] A complexidade especificada é um dos dois principais argumentos utilizados pelos defensores do design inteligente, sendo o outro a complexidade irredutível.

De acordo com a terminologia de Dembski, um padrão especificado é um que admite descrições curtas, e um padrão complexo é um que seja muito improvável de ocorrer ao acaso. Dembski argumenta que é impossível que a complexidade especificada exista em padrões desenvolvidos por configurações formadas somente por processos não guiados. Portanto, afirma Dembski, o fato de que padrões de complexidade especificada possam ser encontrados em seres vivos indica algum tipo de orientação em sua formação, e consequentemente um indicativo de inteligência. Dembski também argumenta que se pode rigorosamente demonstrar, aplicando-se os teoremas "não existe almoço grátis" a incapacidade dos algoritmos evolutivos em selecionar ou gerar configurações de grande complexidade especificada.

Na literatura do design inteligente, um agente inteligente é um que escolhe entre possibilidades diferentes e que, por meios e métodos sobrenaturais, causou o surgimento da vida.[4] A complexidade especificada é o que Dembski define como um "filtro explanatório" que pode reconhecer design ao detectar informações complexas especificadas (ICE). O filtro é baseado na premissa de que as categorias de regularidade, acaso, e design são, de acordo com Dembski, "mutuamente exclusivas e exaustivas". A informação complexa especificada detecta design porque ela detecta o que caracteriza uma atividade inteligente; ela detecta a realização de uma entre várias possibilidades concorrentes.

Um estudo realizado por Wesley Elsberry e Jeffrey Shallit afirma que "o trabalho de Dembski é cheio de inconsistências, equivocações, uso falho da matemática, fraca qualidade acadêmica, e interpretações equivocadas dos resultados de outros".[5] Outra objeção menciona os cálculos de probabilidade de Dembski. De acordo com Martin Nowak, um professor de matemática e biologia evolutiva da universidade de Harvard. "Nós não podemos calcular a probabilidade do surgimento do olho. Nós não possuímos a informação para fazer os cálculos".[6][7]Críticos também rejeitam a aplicação da complexidade especificada para inferir design como um argumento da ignorância.

  1. Rich Baldwin, (2005). Information Theory and Creationism[ligação inativa]
  2. Mark Perakh, (2005). Dembski "displaces Darwinism" mathematically -- or does he?
  3. Jason Rosenhouse, (2001). How Anti-Evolutionists Abuse Mathematics Arquivado em 16 de maio de 2005, no Wayback Machine. The Mathematical Intelligencer, Vol. 23, No. 4, Fall 2001, pp. 3-8.
  4. "nenhum agente inteligente que seja estritamente físico poderia ter presidido a origem do universo ou a origem da vida." - Dembski The Act of Creation: Bridging Transcendence and Immanence Arquivado em 25 de janeiro de 2007, no Wayback Machine. Dembski também disse que "o design inteligente deveria ser entendido como a evidência que Deus colocou na natureza para mostrar que o mundo físico é o produto de uma inteligência e não simplesmente o resultado de forças materiais desprovidas de mente" Why President Bush Got It Right about Intelligent Design William Dembski DesignInference.com, 4 de agosto de 2005. Dembski também disse que "O design inteligente é apenas a teologia do Logos do Evangelho de João parafraseado na linguagem da teoria da informação." Signs of Intelligence A Primer on the Discernment of Intelligent Design. William Dembski. Touchstone Journal, Volume 12, Issue 4, July/August 1999.
  5. Wesley Elsberry e Jeffrey Shallit, (2003). Information Theory, Evolutionary Computation, and Dembski’s “Complex Specified Information”
  6. Martin Nowak (2005). Time Magazine, 15 August 2005, page 32
  7. Martin Nowak (2005). Time Magazine, 15 August 2005, page 32

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