Complexo de vira-lata

Complexo de vira-lata é uma expressão e conceito criada pelo dramaturgo e escritor brasileiro Nelson Rodrigues, a qual originalmente se referia ao trauma sofrido pelos brasileiros em 1950, quando a Seleção Brasileira foi derrotada pela Seleção Uruguaia de Futebol na final da Copa do Mundo em pleno Maracanã. O Brasil só teria se recuperado do choque (ao menos no campo futebolístico) em 1958, quando ganhou a Copa do Mundo pela primeira vez.[1] O fenômeno também é referido como vira-latismo[2][3][4][5].

Para Rodrigues, o fenômeno não se limitava somente ao campo futebolístico:[6]

A expressão "complexo de vira-lata" foi popularizada pelo escritor brasileiro Nelson Rodrigues e refere-se a um sentimento de inferioridade por parte de brasileiros em relação a outros países, especialmente os desenvolvidos. Quem sofre desse complexo tende a acreditar que o Brasil, sua cultura, seu povo e suas realizações são inferiores aos de outras nações. Isso se manifesta em um pessimismo em relação ao próprio país, que é visto como incapaz de alcançar o sucesso ou a relevância no cenário internacional.

E já a palavra "vira-lata" no "complexo de vira-lata" faz referência ao cachorro vira-lata, que é um cão sem raça definida, muitas vezes visto como inferior em comparação a cães de raça pura. Nelson Rodrigues usou essa metáfora para descrever o sentimento de inferioridade que alguns brasileiros têm em relação ao seu próprio país, como se vissem o Brasil da mesma forma que muitos veem um vira-lata: como algo sem valor, inferior ou sem pedigree. Assim, o nome ressalta essa percepção negativa e a falta de autoestima associada à própria identidade nacional.

  1. Bandini, Fernando (10 de agosto de 2006). «A pátria em chuteiras de Nélson Rodrigues». Labjor-Unicamp. ComCiência (79). ISSN 1519-7654. Consultado em 8 de março de 2018 
  2. Rodrigues, Nelson. «Complexo de Vira-Latas». Releituras. Consultado em 8 de março de 2018 
  3. Gomes, Julio (17 de agosto de 2016). «A linha tênue entre o vira-latismo e o reconhecimento». Blog do Julio Gomes. UOL Esporte. Consultado em 8 de março de 2018 
  4. Saraiva, Mauricio (27 de abril de 2016). «Sem pachequismo nem vira-latismo». Blog Vida Real. Globoesporte.com. Consultado em 8 de março de 2018 
  5. Rocha, Bruno Lima (8 de julho de 2016). «Viralatismo e entreguismo midiático e as TVs internacionais». Instituto Humanitas Unisinos - IHU. Consultado em 8 de março de 2018 
  6. Humberto Mariotti. «O Complexo de Inferioridade do Brasileiro». Instituto de Pesquisa BSP. Consultado em 4 de janeiro de 2014 

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