Conflito de Darfur | ||||||||
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Situação militar no Sudão em 6 de junho de 2016. Sob controle do governo do Sudão e aliados
Sob controle da Frente Revolucionária do Sudão e aliados
Sob o controle do Conselho Revolucionário do Despertar Sudanês
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Participantes do conflito | ||||||||
Frente Revolucionária do Sudão[a]
Conselho Revolucionário do Despertar Sudanês (a partir de 2014)
Apoiados por: |
Sudão | UNAMID (a partir de 2007) (União Africana e Nações Unidas) | ||||||
Líderes | ||||||||
Khalil Ibrahim † Ahmed Diraige Minni Minnawi Abdul Wahid al Nur |
Omar al-Bashir Musa Hilal Hamid Dawai Ali Kushayb Ahmed Haroun[6] |
Rodolphe Adada Martin Luther Agwai | ||||||
Forças | ||||||||
60 000[7] | 109 000[8] | 15 845[9] | ||||||
Baixas | ||||||||
Desconhecido | Desconhecido | 235 mortos[10] | ||||||
2 850 000 deslocados/desalojados (segundo a ONU)[12] a Conhecida como Frente Nacional de Redenção antes de 2011. |
Guerra do Darfur[14] ou conflito de Darfur é um conflito armado em andamento na região de Darfur, no oeste do Sudão, que opõe principalmente os janjawid — milicianos recrutados entre os bagaras (como os Messirias), tribos nômades africanas de língua árabe e religião muçulmana — e os povos não árabes da área. O governo sudanês, embora negue publicamente que apoia os janjawid, tem fornecido armas e assistência e tem participado de ataques conjuntos com o grupo miliciano. O conflito iniciou-se, oficialmente, em fevereiro de 2003, com o ataque de grupos rebeldes do Darfur a postos do governo sudanês na região, mas suas origens remontam a décadas de abandono e descaso do governo de Cartum, eminentemente muçulmano, para com as populações que vivem neste território.
As mortes causadas pelo conflito são estimadas entre 50 000 (Organização Mundial da Saúde, setembro de 2004) e 450 000 (Dr. Eric Reeves, 28 de abril de 2006). A maioria das ONGs trabalha com a estimativa de 400 000 mortes. O número de pessoas obrigadas a deixar seus lares é estimado em 2 000 000. A mídia vem descrevendo a situação em Darfur como um caso de "limpeza étnica" e de "genocídio". O governo dos Estados Unidos também considera genocídio, embora as Nações Unidas ainda não tenham feito, pois a China, grande parceira comercial do governo sudanês, defende o país em todos os fóruns internacionais que abordam o tema. Algumas propostas de intervenção militar internacional realizadas na ONU não foram aprovadas por veto deste país.
Quando os combates se intensificaram em julho e agosto de 2006, no entanto, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou a Resolução 1706, de 31 de agosto de 2006, que prevê o envio de uma nova força de manutenção da paz da ONU, composta de 20 000 homens, para trabalhar em conjunto com as tropas da União Africana presentes no local, que contam com cerca de 7000 soldados. O Sudão opôs-se à Resolução e, no dia seguinte, lançou uma grande ofensiva militar na região.
Assim como na Segunda Guerra Civil Sudanesa, que opôs o norte muçulmano ao sul cristão e animista, em Darfur trata-se de um conflito entre muçulmanos e não muçulmanos, onde a maioria da população muçulmana, inclusive os janjawid, promove o extermínio da minoria não árabe e não muçulmana. O que pode parecer ser apenas um conflito étnico-cultural iniciado por motivos políticos (grupos não muçulmanos rebelaram-se contra a política pró-muçulmana do governo), ganhou contornos de holocausto ao longo dos últimos anos, promovido por forças militares, hoje muitas vezes uma célula de poder independente, e impulsionado por interesses econômicos, com o uso do fortalecimento das relações comerciais com outros países para inibir ações interventoras da ONU capazes de trazer a paz a região.