Conflito de Darfur

Conflito de Darfur

Situação militar no Sudão em 6 de junho de 2016.
  Sob controle do governo do Sudão e aliados
  Sob controle da Frente Revolucionária do Sudão e aliados
Período 2003 – presente[1]
Local Darfur, Sudão
Resultado Conflito em curso
Participantes do conflito
Frente Revolucionária do Sudão[a]

Conselho Revolucionário do Despertar Sudanês (a partir de 2014)
AFLS (a partir de 2017)[2]

  • ELS-Unidade
  • MLSJ
  • MLJ (Jali)

Apoiados por:
 Sudão do Sul[3]
 Chade (2005–2010)
 Eritreia (até 2008)[4]
Líbia (até 2011)
 Uganda (até 2015)[5]

Sudão Nações Unidas UNAMID (a partir de 2007)
(União Africana e Nações Unidas)
Líderes
Sudão Khalil Ibrahim
Sudão Ahmed Diraige
Minni Minnawi
Sudão Abdul Wahid al Nur
Sudão Omar al-Bashir
Sudão Musa Hilal
Sudão Hamid Dawai
Sudão Ali Kushayb
Sudão Ahmed Haroun[6]
Rodolphe Adada
Martin Luther Agwai
Forças
60 000[7] 109 000[8] 15 845[9]
Baixas
Desconhecido Desconhecido 235 mortos[10]
~ 461 520 mortos[11][12]
2 850 000 deslocados/desalojados (segundo a ONU)[12]

a Conhecida como Frente Nacional de Redenção antes de 2011.
b Assinou o Acordo de Paz de Darfur em Doha em 2011[13]

Campo no Chade para refugiados vindos de Darfur.

Guerra do Darfur[14] ou conflito de Darfur é um conflito armado em andamento na região de Darfur, no oeste do Sudão, que opõe principalmente os janjawidmilicianos recrutados entre os bagaras (como os Messirias), tribos nômades africanas de língua árabe e religião muçulmana — e os povos não árabes da área. O governo sudanês, embora negue publicamente que apoia os janjawid, tem fornecido armas e assistência e tem participado de ataques conjuntos com o grupo miliciano. O conflito iniciou-se, oficialmente, em fevereiro de 2003, com o ataque de grupos rebeldes do Darfur a postos do governo sudanês na região, mas suas origens remontam a décadas de abandono e descaso do governo de Cartum, eminentemente muçulmano, para com as populações que vivem neste território.

As mortes causadas pelo conflito são estimadas entre 50 000 (Organização Mundial da Saúde, setembro de 2004) e 450 000 (Dr. Eric Reeves, 28 de abril de 2006). A maioria das ONGs trabalha com a estimativa de 400 000 mortes. O número de pessoas obrigadas a deixar seus lares é estimado em 2 000 000. A mídia vem descrevendo a situação em Darfur como um caso de "limpeza étnica" e de "genocídio". O governo dos Estados Unidos também considera genocídio, embora as Nações Unidas ainda não tenham feito, pois a China, grande parceira comercial do governo sudanês, defende o país em todos os fóruns internacionais que abordam o tema. Algumas propostas de intervenção militar internacional realizadas na ONU não foram aprovadas por veto deste país.

Quando os combates se intensificaram em julho e agosto de 2006, no entanto, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou a Resolução 1706, de 31 de agosto de 2006, que prevê o envio de uma nova força de manutenção da paz da ONU, composta de 20 000 homens, para trabalhar em conjunto com as tropas da União Africana presentes no local, que contam com cerca de 7000 soldados. O Sudão opôs-se à Resolução e, no dia seguinte, lançou uma grande ofensiva militar na região.

Assim como na Segunda Guerra Civil Sudanesa, que opôs o norte muçulmano ao sul cristão e animista, em Darfur trata-se de um conflito entre muçulmanos e não muçulmanos, onde a maioria da população muçulmana, inclusive os janjawid, promove o extermínio da minoria não árabe e não muçulmana. O que pode parecer ser apenas um conflito étnico-cultural iniciado por motivos políticos (grupos não muçulmanos rebelaram-se contra a política pró-muçulmana do governo), ganhou contornos de holocausto ao longo dos últimos anos, promovido por forças militares, hoje muitas vezes uma célula de poder independente, e impulsionado por interesses econômicos, com o uso do fortalecimento das relações comerciais com outros países para inibir ações interventoras da ONU capazes de trazer a paz a região.


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