Conquista de Maiorca por Jaime I

Conquista de Maiorca
Reconquista
Data 12281231
Local Maiorca
Desfecho Conquista de Maiorca pela Coroa de Aragão, vassalagem de Menorca e criação do Reino de Maiorca
Beligerantes
Bandeira de Aragão Coroa de Aragão
Marselha
Narbona
República de Gênova
Ordem dos Templários
Ordem de Malta
Território almóada de Maiorca
Comandantes
Bandeira de Aragão Jaime I de Aragão
Bandeira de Aragão Guilherme II de Bearn
Bandeira de Aragão Berengário de Palou
Bandeira de Aragão Nuno Sanches
Bandeira de Aragão Pedro I de Urgel
Bandeira de Aragão Hugo IV de Ampúrias
Bandeira de Aragão Bernardo de Santa Eugenia
Abu Iáia Maomé ibne Ali
Idris Almamune
Fat Allâh (in Fautilla)
Abu Hafes ibne Sairi
Xuiap de Xivert
Forças
Exército Aragónês
500 cavaleiros
15 000 peões
Almogávares
25 navios
12 galés
Armada aragonesa
18 táridas
100 embarcações
1000 cavaleiros
18 000 peões.[1]

A Conquista para os reinos cristãos da ilha de Maiorca foi conseguida definitivamente pelo rei Jaime I de Aragão entre 1229 e 1231. A cidade de Mayurqa, atual Palma de Maiorca, caiu em dezembro do primeiro ano, mas a resistência muçulmana nas montanhas durou mais três anos.

O desembarque das tropas cristãs fora pactuado com um cacique local na baía de Pollença, mas os fortes ventos do mistral obrigaram Jaime I a desviar-se para o sul da ilha, tendo lugar o desembarque finalmente na meia-noite de 10 de setembro de 1229, na costa da atual localidade de Santa Ponça, no município de Calvià.[2]

Após a conquista, Jaime I repartiu o território entre os nobres que o acompanharam na campanha, de acordo ao relato do Llibre del Repartiment de Mallorca.[3] Posteriormente, adjudicou também a conquista de Ibiza, a qual finalizou em 1235, enquanto Menorca rendia-lhe vassalagem desde 1231.[4]

O monarca, posteriormente, criou o Reino de Maiorca, que viria a ser independente da Coroa de Aragão de acordo com as disposições do seu testamento,[5] até a posterior conquista por parte de Pedro IV, junto ao parêntese de domínio aragonês durante o reinado de Jaime II de Maiorca.

A ratificação do "pacto entre pares e iguais" para efetuar a invasão, concluído entre Jaime I e os magnatas eclesiásticos e leigos, foi realizado em Tarragona, em 28 de agosto de 1229. Ficou em condições de paridade a quantos quisessem participar. O seu lema, em latim, foi: "ones homines de terra nostra aliunde venientes que hoc jurare voluerint venire nobiscum in viaticum supradictum -ad insulas Baleares".[6]

A situação geográfica da ilha permitiu um intenso comércio, tornando-se ponto de encontro de mercadores procedentes de várias zonas costeiras do Mediterrâneo; Perpinhã, Magrebe, Gênova, Granada, Catalunha e Valência, onde um conglomerado formado por judeus, cristãos e muçulmanos transportavam e vendiam mercadorias.[7]

A primeira repovoação de Maiorca consistiu primariamente em colonos catalães, mas numa segunda onda, na metade de século, além de catalães acudiram italianos, occitanos, alguns aragoneses e navarros, todos eles mediante um estatuto jurídico que permitia que ficassem com os bens explorados mediante a arrecadação de um imposto anual de capitação.[8] A convivência foi efetuada com uma numerosa população mudéjar e judaica, estes últimos sob um estatuto oficial que lhes concedia total liberdade para que levassem a cabo as suas atividades, assim como autonomia fiscal.[8]

Pela sua situação, Maiorca sempre fora um centro de distribuição entre os limites da Cristandade e do Islão na encruzilhada entre a Península Ibérica, o sul da França, a Itália e o Norte da África.[9] Mais que pelas suas próprias mercadorias, a ilha era valorizada como ponto de trânsito para o mundo muçulmano, terra de oportunidades para os mercadores, pelo qual comercialmente nunca foi realmente independente, pois a sua economia ficava fortemente ligada ao comércio internacional.[9] A llotja chegou a ser um ativo local de contratação, vigiado pelo Consulado do Mar, que velava pela legalidade das transações comerciais.

  1. Vinhas, Agnes i Robert: La conquesta de Maiorca (La caiguda de Mayûrqa segons Ibn'Amira al Mahzûmi)
  2. Consell de Mallorca (2010). «La conquista catalana». Consultado em 29 de outubro de 2010 
  3. CCRTV. «Llibre del repartiment (segle XIII)» (em catalão). Consultado em 30 de outubro de 2010. Arquivado do original em 5 de fevereiro de 2011 
  4. «La gran expansión cristiana del siglo XIII». Agosto de 2005. Consultado em 31 de outubro de 2010 
  5. Álvaro Santamaría. «Creación de la Corona de Mallorca». p. 143. Consultado em 1 de novembro de 2010 
  6. Álvaro Santamaría. «Precisiones sobre la expansión marítima de la Corona de Aragón» (PDF). p. 194. Consultado em 31 de outubro de 2010 
  7. Jorge Maíz Chacón (2006). «Los judiós mallorquines en el comercio y en las redes de intercambio valencianas y mediterráneas del medievo» (PDF). p. 76. Consultado em 20 de setembro de 2011 
  8. a b Vicente Ángel Álvarez Palenzuela (novembro de 2002). «Historia de España de la Edad Media». Book Print Digital. p. 491. Consultado em 13 de dezembro de 2011 
  9. a b Carlos López Rodríguez. «Algunas observaciones acerca del comercio valenciano en el siglo XV a la luz de la obra de David Abulafia.» (PDF). Archivo del reino de Valencia. p. 362. Consultado em 2 de dezembro de 2011. Arquivado do original (PDF) em 26 de junho de 2012 

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