Criacionismo da Terra Jovem

Adão e Eva (Dürer), 1507

O criacionismo da Terra jovem é uma forma de criacionismo que sustenta como princípio central que o Universo, a Terra e suas formas de vida foram criadas por atos sobrenaturais do Deus abraâmico entre aproximadamente 6 000 e 10 000 anos atrás.[1][2] Em sua versão mais difundida, é baseado na crença religiosa na inerrância de certas interpretações literais do Livro do Gênesis.[3][4] Seus principais adeptos são cristãos e judeus que acreditam que Deus criou a Terra em seis dias literais de 24 horas,[5][6] em contraste com criacionismo da Terra antiga, que tem interpretações do Gênesis como compatíveis com as eras cientificamente determinadas da Terra,[7][8] do universo e evolucionismo teísta, que postula que os princípios científicos da evolução, o Big Bang, abiogênese, teoria nebular solar, idade do Universo e idade da Terra são compatíveis com uma interpretação metafórica do Gênesis.[9]

Desde meados do século 20, os criacionistas da Terra jovem – começando com Henry Morris (1918–2006) – desenvolveram e promoveram uma explicação pseudocientífica[10] chamada criacionismo científico como base para uma crença religiosa em uma criação sobrenatural geologicamente recente, em resposta à aceitação científica da Teoria da Evolução de Charles Darwin, que foi desenvolvida ao longo do século anterior. Os movimentos contemporâneos surgiram em protesto ao consenso científico, estabelecido por inúmeras disciplinas científicas, que demonstra que a idade do universo é de cerca de 13,8 bilhões de anos, a formação da Terra e do Sistema Solar aconteceu há cerca de 4,6 bilhões de anos e a origem da vida na Terra ocorreu há cerca de 4 bilhões de anos.[11][12][13][14]

  1. «The Age of the Earth – Creationism and a Young Earth: Professor Heaton». apps.usd.edu. Consultado em 11 de abril de 2019 
  2. Numbers 2006, p. 8.
  3. Ruse, Michael (2018). Edward N. Zalta, ed. «Creationism (First published Sat Aug 30, 2003; substantive revision Fri Sep 21, 2018)». Stanford Encyclopedia of Philosophy 2018 ed.  
  4. Scott, Eugenie Carol (with foreword by Niles Eldredge) (2004). Evolution vs. Creationism: an Introduction. Berkeley & Los Angeles, California: University of California Press. ISBN 978-0-520-24650-8. Consultado em 3 de junho de 2014 
  5. James-Griffiths, P. «Creation days and Orthodox Jewish tradition». Creation. 26 (2): 53–55. Consultado em 3 de julho de 2007 
  6. Numbers 2006, pp. 10–11.
  7. Eugenie Scott (13 de fevereiro de 2018). «The Creation/Evolution Continuum». NCSE. Consultado em 24 de abril de 2019 
  8. McIver, Tom (1988). «Formless and Void: Gap Theory Creationism». Creation/Evolution. 8 (3): 1–24 
  9. «Theistic Evolution: History and Beliefs - Articles». BioLogos. Consultado em 5 de agosto de 2021 
  10. «"Scientific" Creationism as a Pseudoscience - NCSE». 15 de dezembro de 2008 
  11. Trollinger, Susan L.; Trollinger, William Vance Jr. (2017). «Chapter 31:The Bible and Creationism». In: Gutjahr. The Oxford Handbook of the Bible in America (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press. pp. 217ff. ISBN 9780190258856 
  12. «IAP Statement on the teaching of evolution». the Interacademy Panel on international issues. 2006. Consultado em 23 de dezembro de 2010. Arquivado do original (PDF) em 17 de julho de 2011 
  13. Planck Collaboration (2016). «Planck 2015 results. XIII. Cosmological parameters (See Table 4 on page 31 of pfd).». Astronomy & Astrophysics. 594: A13. Bibcode:2016A&A...594A..13P. arXiv:1502.01589Acessível livremente. doi:10.1051/0004-6361/201525830 
  14. Bennett, C.L. (2013). «Nine-Year Wilkinson Microwave Anisotropy Probe (WMAP) Observations: Final Maps and Results». The Astrophysical Journal Supplement Series. 208 (2): 20. Bibcode:2013ApJS..208...20B. arXiv:1212.5225Acessível livremente. doi:10.1088/0067-0049/208/2/20 

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