Crimeia Къырым ярымадасы • Кры́мский полуо́стров • Кри́мський піво́стрів | |
---|---|
Imagem de satélite da Crimeia | |
Localização da Crimeia | |
Países | Rússia • Ucrânia (território disputado) |
Região | Leste Europeu |
Maior cidade | Sebastopol |
Mares | mar Negro • mar de Azov |
Coordenadas |
A península da Crimeia (em tártaro da Crimeia: Къырым ярымадасы; romaniz.: Qırım yarımadası; em russo: Кры́мский полуо́стров; em ucraniano: Кри́мський піво́стрів), também conhecida simplesmente como Crimeia (FO 1943: Criméia) é uma massa de terra na costa do norte do mar Negro, pelo qual é cercada quase completamente, e pelo mar de Azov ao nordeste. A península está localizada ao sul da região ucraniana de Kherson e a oeste da região russa de Cubã. Está ligada ao Oblast de Kherson pelo istmo de Perekop e é separada de Cubã pelo estreito de Querche. A ponte terrestre de Arabat está localizada a nordeste, uma estreita faixa de terra que separa um sistema de lagoas, chamado Sivash, do mar de Azov.
A Crimeia (ou península Táurica, como era chamado desde a Antiguidade até o início da Era Moderna) tem sido historicamente a fronteira entre o mundo clássico e as estepes pônticas. Sua parte sul foi colonizada por gregos antigos, persas, romanos, bizantinos, godos da Crimeia, genoveses e otomanos, enquanto ao mesmo tempo seu interior foi ocupado por vários invasores nômades das estepes, como cimérios, citas, sármatas, godos, alanos, búlgaros, hunos, cazares, quipechaques, mongóis e a Horda Dourada. A Crimeia e territórios adjacentes foram unidos no Canato da Crimeia entre os séculos XV e XVIII. Em 1783, a Crimeia foi anexada pelo Império Russo. Após a Revolução Russa de 1917, a península tornou-se uma república autônoma dentro da República Socialista Federativa Soviética da Rússia, parte da União Soviética, embora mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial, tenha sido rebaixada para o Oblast da Crimeia.
Em 1954, o Oblast da Crimeia foi transferido para a República Socialista Soviética da Ucrânia, por Nikita Khrushchev, a fim de reforçar a "unidade entre russos e ucranianos" e a "grande e indissolúvel amizade" entre os dois povos.[1] A região então transformou-se na República Autônoma da Crimeia dentro da Ucrânia independente em 1991, sendo que Sevastopol manteve sua própria administração, dentro de Ucrânia, mas fora da república autônoma. Desde 1997, após o tratado de paz e amizade assinado pela Rússia e Ucrânia, a Crimeia abriga a base da Frota do Mar Negro da Rússia em Sevastopol. A antiga frota soviética do mar Negro e suas instalações foram divididas entre a Frota Russa do Mar Negro e as Forças Navais Ucranianas. As duas marinhas compartilhavam alguns dos portos e cais da cidade, enquanto outros eram desmilitarizados ou usados por qualquer um dos dois países. Sevastopol permaneceu como a sede da Frota Russa do Mar Negro, assim como a sede das Forças Navais da Ucrânia, também sediada na cidade. Em 27 de abril de 2010, a Rússia e a Ucrânia ratificaram a base naval ucraniana para o tratado de gás, estendendo o arrendamento à Marinha Russa de instalações da Crimeia por 25 anos após 2017 (até 2042) com uma opção para prolongar o contrato de arrendamento por cinco anos.[2]
Em março de 2014, após a destituição do presidente pró-russo Viktor Yanukovich na Revolução Ucraniana de 2014, as forças armadas russas apoiadas por separatistas pró-russos invadiram grandes edifícios do governo ucraniano, bases militares e instalações de telecomunicações da península e forçaram as autoridades locais a realizarem um referendo sobre "reunificação com a Rússia" considerado ilegal pela Resolução 68/262 da Assembleia Geral das Nações Unidas, sendo então a Crimeia considerada um território ucraniano sob ocupação russa. A maior parte da comunidade internacional (exceto Zimbábue, Venezuela, Síria, Nicarágua, Sudão, Bielorrússia, Armênia, Coreia do Norte e Bolívia) não reconhece a anexação e considera a Crimeia um território ucraniano sob ocupação russa. A Federação Russa administra atualmente a península como duas entidades federais: a República da Crimeia e a Cidade Federal de Sevastopol. A Ucrânia continua a afirmar o seu direito sobre a península.[3]