Daemon

 Nota: Para outros significados, veja Daemon (desambiguação).
Eutênia, daemon da prosperidade

Daemon (do grego antigo: δαίμων, translit. daímôn, lit. 'divindade ou espírito'), no plural daemones (em grego δαίμονες) é um tipo de ser na mitologia grega que em muito se assemelha aos gênios da mitologia árabe.

A palavra daímôn se originou com os gregos na Antiguidade; no entanto, ao longo da História, surgiram diversas descrições para esses seres. O nome em latim é daemon, que veio a dar o vocábulo em português demônio.

São deuses que representam determinadas entidades, algumas da natureza humana, como a Loucura, a Ira, a Tristeza, etc. Xenócrates associava os deuses ao triângulo equilátero, os homens ao escaleno, e os daimons ao isósceles.[1]

Seu temperamento liga-se ao elemento natural ou vontade divina que o origina. Não se fala em "bem" ou "mal". Um mesmo daemon pode apresentar-se "bom" ou "mau" conforme as circunstâncias do relacionamento que estabelece com aquele ou aquilo que está sujeito à sua influência.

No plano teleológico, os gregos falavam de eudaemon (εὐδαίμων, eu significando "bom", "favorável") e cacodaemon (κακοδαίμων, kakos significando "mau"):[2] por isso, a palavra grega que designa o fenômeno da felicidade é Eudaimonia (εὐδαιμονία). Ser feliz para os gregos é viver sob a influência de um bom daemon.[3] Assim é a forma como Sócrates se refere a seu daemon.

O conceito original entre os gregos ainda os conecta:

O termo "daímôn", o gênio pessoal, foi usado por Sócrates quando, ao contrário de seus colegas sofistas, não abriu escola para transmitir seus ensinamentos, assim como não cobrou dinheiro por isso. Ele dizia que apenas falava em nome do seu "daímôn", do seu gênio pessoal. Marco Aurélio usou extensivamente o termo em suas meditações.[5]

A palavra "daímôn", da qual se originou o termo demônio, não era, na Antiguidade, tomada à parte má, como nos tempos modernos. Não designava exclusivamente seres malfazejos, mas todos os Espíritos, em geral, incluindo os deuses e os demônios propriamente ditos.[6]

  1. «Stanford Encyclopedia of Philosophy - Xenócrates» 
  2. «Encyclopedia Mythica» 
  3. «Stanford Encyclopedia of Philosophy - A Ética de Aristóteles» (em inglês) 
  4. «Theoi Greek Mythology» 
  5. «Livro: Meditações de Marco Aurélio». O Estoico. 26 de outubro de 2019. Consultado em 27 de outubro de 2019 
  6. Kardec, Allan.O Evangelho segundo o Espiritismo. tradução de Guillon Ribeiro da 3. Ed Francesa, revista, corrigida e modificada pelo autor em 1866. 131 ed. 2. imp. Brasília, FEB. 2012. introdução. pagina.35.

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