Bohm avançou a visão de que a física quântica significava que o antigo modelo cartesiano de realidade — que existem dois tipos de substância, a mental e a física, que de alguma forma interagem — era muito limitado. Para complementá-lo, ele desenvolveu uma teoria matemática e física de ordem "implicada" e "explicada".[6] Esse pensamento influenciou também o neurocientista Karl Pribram, que propôs que o cérebro, no nível celular, trabalha de acordo com a matemática de alguns efeitos quânticos, e postulou que a memória e o pensamento são distribuídos e não localizados,[7] o que Bohm viu como um modelo de holografia.[8]
Bohm alertou para os perigos da razão e da tecnologia desenfreadas, defendendo, em vez disso, a necessidade de um diálogo de apoio genuíno, que, segundo ele, poderia ampliar e unificar divisões conflitantes e problemáticas no mundo social. Nisso, sua epistemologia refletia sua ontologia.[9] Devido a suspeitas de comunismo durante a era McCarthy, foi alvo de uma investigação do governo federal em 1949 e deixou os Estados Unidos. Seguiu sua carreira científica em vários países, tornando-se um brasileiro, e, mais tarde, um cidadão britânico.[10] Ele abandonou o marxismo após a revolta húngara em 1956.[11]
A principal preocupação de Bohm era entender a natureza da realidade em geral e da consciência em particular como um todo coerente, que segundo Bohm nunca é estático ou completo.[12]