Dinastia heracliana

Mapa do Império Bizantino em 626, no final da guerra contra o Império Sassânida.

A dinastia heracliana governou o Império Bizantino entre 610 e 711, um período marcado por importantes eventos que marcaram a história do império e da região. No período inicial, o império ainda era conhecido como "Império Romano do Oriente", dominava o Mediterrâneo e se orgulhava de sua próspera civilização urbana da Antiguidade Tardia. Sucessivas invasões destruíram esse cenário e resultaram em grandes perdas territoriais, colapso financeiro e epidemias que esvaziaram as cidades enquanto controvérsias religiosas e revoltas civis enfraqueciam ainda mais o império.

No final do período, um estado bem diferente emergiu: Bizâncio medieval, uma sociedade primordialmente agrária e dominada pelos militares ocupados por uma longa disputa com os novos inimigos muçulmanos do Califado. Porém, este novo estado era também muito mais homogêneo e estava agora reduzido às regiões centrais falantes do grego e fervorosamente calcedonianas, o que permitiu que o império sobrevivesse à tempestade e entrasse num período de estabilidade sob a dinastia isáurica.

A dinastia heracliana foi batizada em homenagem ao general Heráclio, o Jovem, que, em 610, navegou da capital do Exarcado da África, Cartago, para derrubar o usurpador Focas e ser coroado imperador. Na época, o império estava envolvido numa guerra contra o Império Sassânida que lhe custaria todas as províncias orientais.

Depois de uma longa e destrutiva disputa, Heráclio conseguiu derrotar os persas e restaurou as fronteiras do império, apenas para perdê-las novamente logo em seguida para a súbita expansão muçulmana. Seus sucessores tiveram que lutar muito para conter a maré árabe comandada por Maomé e seus seguidores. O Levante e a África foram perdidas e, entre 674-678, um enorme exército inimigo cercou Constantinopla.

Mesmo assim, o estado bizantino sobreviveu e a criação do sistema temático permitiu a defesa efetiva do coração dos territórios imperiais na Ásia Menor. Sob Justiniano II e Tibério III, a fronteira imperial no oriente se estabilizou, apesar das constantes incursões e raides de ambos os lados.

O final do século VII também assistiu aos primeiros conflitos contra os búlgaros e a fundação do estado búlgaro nas regiões antes controladas pelos bizantinos ao sul do Danúbio, uma rivalidade que seria a mais importante na região até o século XI.


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