Dislexia

Dislexia
Dislexia
Texto com fonte OpenDyslexic, desenhada para facilitar a leitura de pessoas com dislexia.[1]
Sinónimos Perturbação da Aprendizagem Específica com défice na leitura
Especialidade Neurologia, pediatria
Sintomas Dificuldade de leitura[2]
Início habitual Idade escolar[3]
Causas Fatores genéticos e ambientais[3]
Fatores de risco Antecendentes familiares, perturbação de hiperatividade com défice de atenção[4]
Método de diagnóstico Testes de memória, dicção, visão e leitura[5]
Condições semelhantes Problemas de audição ou de visão, ensino de leitura insuficiente[3]
Tratamento Ajuste dos métodos de ensino[2]
Frequência 3–7%[3][6]
Classificação e recursos externos
CID-10 F81.0, R48.0
CID-9 315.02, 784.61
CID-11 e 724140102 1008636089 e 724140102
OMIM 127700 604254 606896 606616 608995 300509
DiseasesDB 4016
MedlinePlus 001406
MeSH D004410
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Dislexia é uma perturbação da aprendizagem caracterizada pela dificuldade de leitura, apesar da inteligência da pessoa ser normal.[2][7] A perturbação afeta as pessoas em diferentes graus.[4] Os principais sintomas são dificuldades em pronunciar corretamente as palavras, em ler rapidamente, em escrever palavras à mão, em subvocalizar palavras, em pronunciar corretamente palavras ao ler em voz alta e em compreender aquilo que se está a ler.[4][8] Em muitos casos estas dificuldades começam-se a notar na escola.[3] Nos casos em que a pessoa anteriormente conseguia ler sem dificuldade, mas em determinado momento perde essa capacidade, a perturbação denomina-se alexia.[4] Estas dificuldades são involuntárias e as pessoas com esta perturbação demonstram um desejo de aprendizagem normal.[4]

Acredita-se que a dislexia seja causada tanto por fatores genéticos como ambientais.[3] Em alguns casos a doença é familiar.[4] É frequente ocorrer em pessoas com perturbação de hiperatividade com défice de atenção (PHDA) e está associada a dificuldades semelhantes com números.[3] A perturbação pode também ter início na vida adulta em consequência de um traumatismo cranioencefálico, de um acidente vascular cerebral ou de demência.[2] Os mecanismos subjacentes da dislexia envolvem problemas com o processamento da linguagem pelo cérebro.[4] O diagnóstico de dislexia é realizado com recurso a uma série de exames que avaliam a capacidade de memorização, dicção, visão e leitura.[5] A dislexia é distinta das dificuldades de leitura causadas por incapacidade visual ou por ensino insuficiente.[3]

O tratamento consiste em ajustar os métodos de ensino de forma a corresponder às necessidades da pessoa.[2] Embora isto não constitua uma cura para o problema subjacente, pode diminuir o grau dos sintomas.[9] Os tratamentos focados na visão não são eficazes.[10] A dislexia é a mais comum perturbação da aprendizagem e ocorre em todas as regiões do mundo.[3][11] Afeta entre 3% e 7% da população mundial,[3][6] embora até 20% das pessoas possam apresentar algum grau dos sintomas.[12] Embora a dislexia seja diagnosticada com maior frequência em homens,[3] tem sido sugerido que afeta homens e mulheres de igual forma.[11] Tem também sido proposto que a dislexia seja melhor descrita como uma diferente forma de aprendizagem, apresentando tanto vantagens como desvantagens.[13]

  1. de Leeuw, Renske (dezembro de 2010). «Special Font For Dyslexia?» (PDF). University of Twente (em inglês e neerlandês): 32. Cópia arquivada (PDF) em 1 de novembro de 2011 
  2. a b c d e «NINDS Dyslexia Information Page». National Institute of Neurological Disorders and Stroke. National Institutes of Health. 11 de setembro de 2015. Consultado em 27 de julho de 2016. Arquivado do original em 27 de julho de 2016 
  3. a b c d e f g h i j k Peterson, RL; Pennington, BF (26 de maio de 2012). «Developmental dyslexia» (PDF). Lancet. 379 (9830): 1997–2007. PMC 3465717Acessível livremente. PMID 22513218. doi:10.1016/s0140-6736(12)60198-6. Consultado em 8 de abril de 2017. Arquivado do original (PDF) em 2 de abril de 2015 
  4. a b c d e f g «What are reading disorders?». National Institutes of Health. Consultado em 15 de março de 2015 
  5. a b «How are reading disorders diagnosed?». National Institutes of Health. Consultado em 15 de março de 2015 
  6. a b Kooij, J. J. Sandra (2013). Adult ADHD diagnostic assessment and treatment 3rd ed. London: Springer. p. 83. ISBN 9781447141389 
  7. Siegel, LS (Novembro de 2006). «Perspectives on dyslexia». Paediatrics & child health. 11 (9): 581–7. PMC 2528651Acessível livremente. PMID 19030329 
  8. «What are the symptoms of reading disorders?». National Institutes of Health. Consultado em 15 de março de 2015 
  9. «What are common treatments for reading disorders?». National Institutes of Health. Consultado em 15 de março de 2015 
  10. Handler, SM; Fierson, WM; Section on, Ophthalmology; Council on Children with, Disabilities; American Academy of, Ophthalmology; American Association for Pediatric Ophthalmology and, Strabismus; American Association of Certified, Orthoptists (Março de 2011). «Learning disabilities, dyslexia, and vision.». Pediatrics. 127 (3): e818–56. PMID 21357342. doi:10.1542/peds.2010-3670 
  11. a b Umphred, Darcy Ann; Lazaro, Rolando T.; Roller, Margaret; Burton, Gordon (2013). Neurological Rehabilitation. [S.l.]: Elsevier Health Sciences. p. 383. ISBN 978-0-323-26649-9 
  12. «How many people are affected by/at risk for reading disorders?». National Institutes of Health. Consultado em 15 de março de 2015 
  13. Mathew, Schneps (Agosto de 2014). «The Advantages of Dyslexia». ScientificAmerican.com. Scientific American. Consultado em 10 de agosto de 2016 

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