Diverticulite

Diverticulite
Diverticulite
Corte do intestino grosso em que se observam várias bolsas (divertículos).
Especialidade Cirurgia
Sintomas Dor abdominal, febre, náuseas, diarreia, obstipação, sangue nas fezes[1]
Complicações Abcesso, fístula, perfuração intestinal[1]
Início habitual Súbito, idade > 50[1]
Causas Incertas[1]
Fatores de risco Obesidade, falta de exercício, fumar, antecedentes familiares, anti-inflamatórios não esteroidess[1][2]
Método de diagnóstico Análises ao sangue, tomografia computorizada, colonoscopia, enema opaco[1]
Condições semelhantes Síndrome do cólon irritável[2]
Prevenção Mesalazina, rifaximina[2]
Tratamento Antibióticos, dieta à base de líquidos, internamento hospitalar[1]
Frequência 3,3% (países desenvolvidos)[1][3]
Classificação e recursos externos
DiseasesDB 3876
MedlinePlus 000257
eMedicine 173388
MeSH D004238
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Diverticulite é uma doença gastrointestinal caracterizada pela inflamação dos divertículos – bolsas anormais que se desenvolvem na parede do intestino grosso.[1] O sintoma mais comum é dor na parte inferior do abdómen de início súbito.[1] No entanto, o aparecimento de sintomas também pode ocorrer de forma gradual ao longo de vários dias.[1] Na Europa e na América do Norte a dor situa-se geralmente do lado esquerdo, enquanto na Ásia é mais comum do lado direito.[2][4] Entre outros possíveis sintomas estão náuseas e diarreia ou obstipação.[1] A presença de febre ou sangue nas fezes sugere possíveis complicações.[1] É possível ocorrer crises de dor de forma repetida.[2]

As causas de diverticulite são pouco claras.[1] Entre os fatores de risco estão a obesidade, falta de exercício, fumar, antecedentes familiares da doença e anti-inflamatórios não esteroides.[1][2] O papel de uma dieta pobre em fibras como fator de risco não é claro.[2] A mera presença de bolsas no intestino grosso, sem que se encontrem inflamadas, é denominada diverticulose.[1] A inflamação dos divertículos ocorre em 10–25% dos casos de diverticulose em algum momento da vida, geralmente devido a uma infeção bacteriana.[2][5] O diagnóstico é geralmente confirmado com tomografia computorizada, podendo ser complementado com análises ao sangue, colonoscopia ou enema opaco.[1] Entre as doenças que causam sintomas semelhantes estão a síndrome do cólon irritável.[2]

As medidas de prevenção consistem em evitar alguns fatores de risco como a obesidade, sedentarismo e fumar.[2] A mesalazina e a rifaximina aparentam ser úteis na prevenção de crises em pessoas com diverticulose.[2] Evitar sementes e frutos secos como medida de prevenção já não é recomendado, uma vez que não existem evidências de que tenham qualquer papel em iniciar a inflamação dos divertículos.[6][1] Nos casos mais ligeiros de diverticulite, o tratamento recomendado é a administração de antibióticos por via oral e uma dieta à base de líquidos.[1] Nos casos mais graves pode ser necessária a administração de antibióticos por via intravenosa, internamento hospitalar e repouso total do intestino.[1] Os benefícios dos probióticos não são claros.[2] Eventuais complicações, como a formação de abscessos, formação de fístulas e perfuração gastrointestinal, podem necessitar de cirurgia.[1]

A doença é comum no Mundo Ocidental e pouco comum em África e na Ásia.[1] Cerca de 35% da população do Ocidente tem diverticulose, enquanto nas regiões rurais de África a prevalência é inferior a 1%.[5] Entre 4% e 15% das pessoas com diverticulose desenvolve diverticulite em algum momento da vida.[3] A doença vai-se tornando mais comum com a idade, sendo particularmente comum entre pessoas com mais de 50 anos.[1] Tem-se também tornado mais frequente em todas as regiões do mundo.[2] Em 2003, foi a causa de cerca de 13 000 mortes na Europa.[2] É a doença anatómica do cólon mais comum.[2] Nos Estados Unidos, estima-se que o custo económico associado à doença diverticular seja de cerca de 2,4 mil milhões de dólares por ano.[2]

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w «Diverticular Disease». www.niddk.nih.gov. Setembro de 2013. Consultado em 12 de junho de 2016. Cópia arquivada em 13 de junho de 2016 
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p Tursi, A (março de 2016). «Diverticulosis today: unfashionable and still under-researched». Therapeutic Advances in Gastroenterology. 9 (2): 213–28. PMC 4749857Acessível livremente. PMID 26929783. doi:10.1177/1756283x15621228 
  3. a b Pemberton, John H (16 de junho de 2016). «Colonic diverticulosis and diverticular disease: Epidemiology, risk factors, and pathogenesis». UpToDate. Consultado em 13 de março de 2017. Cópia arquivada em 14 de março de 2017. (pede subscrição (ajuda)) 
  4. Feldman, Mark (2010). Sleisenger & Fordtran's Gastrointestinal and liver disease pathophysiology, diagnosis, management 9th ed. [S.l.]: MD Consult. p. 2084. ISBN 9781437727678. Cópia arquivada em 8 de agosto de 2016 
  5. a b Mandell, Douglas, and Bennett's Principles and Practice of Infectious Diseases. [S.l.]: Churchill Livingstone. 2014. p. 986. ISBN 9781455748013. Cópia arquivada em 8 de agosto de 2016 
  6. Young-Fadok, TM (outubro de 2018). «Diverticulitis». New England Journal of Medicine. 379 (17): 1635-42. PMID 30354951. doi:10.1056/NEJMcp1800468 

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