Empatia

A empatia envolve três componentes: afetivo, cognitivo e reguladores de emoções. O componente afetivo baseia-se em compartilhar, e na compreensão de estados emocionais de outros. O componente cognitivo refere-se à capacidade de deliberar sobre os estados mentais de outras pessoas. A regulação das emoções lida com o grau das respostas empáticas.[1] A empatia parte da perspectiva referencial que é pessoal a ela, ciente das próprias limitações em acurácia, sem confundir a si mesmo com o outro.[2] Em outras palavras, seria o exercício afetivo e cognitivo de buscar interagir percebendo a situação sendo vivida por outra pessoa (em primeira pessoa do singular), além da própria situação.

O termo alemão Einfühlung foi usado no sentido estético pela primeira vez no início do século XX, pelo psicólogo alemão Theodor Lipps (1851-1914)[3], "para indicar a relação entre o artista e o espectador que projeta a si mesmo na obra de arte". O termo advém do grego EMPATHEIA, formado por EN-, “em”, mais PATHOS, “emoção, sentimento”[4] e Aristóteles usava o termo "em-pathein" no sentido de "animação do inanimado"[5].

Na psicologia e nas neurociências contemporâneas a empatia é uma "espécie de inteligência emocional" e pode ser dividida em dois tipos: a cognitiva — relacionada com a capacidade de compreender a perspectiva psicológica das outras pessoas; e a afetiva — relacionada com a habilidade de experimentar reações emocionais por meio da observação da experiência alheia.

Pesquisas indicam que a empatia tem uma resposta humana universal, comprovada fisiologicamente. Dessa forma pode ser tomada como causa do comportamento altruísta, uma vez que predispõe o indivíduo a tomar atitudes altruístas.[6].

Pode-se afirmar que empatia tem a ver com "sentir dentro", ou seja, não é somente colocar-se no lugar do outro e sim, sentir o que o outro está sentindo. è complexo demais, pois a natureza humana tende a ser egoísta, mas esforçamo-nos para tornar a sociedade e o lugar em que vivemos, um mundo melhor. Costuma-se dizer que a empatia precede a compaixão, onde nesse sentimento temos muito mais do que sentir o que o outro sente, mas vivenciar as alegrias e dores do outro. Há muito a evoluir para que possamos atingir esse nível.[7]

  1. Eres, R., & Molenberghs, P. (2013). The influence of group membership on the neural correlates involved in empathy. Frontiers in Human Neuroscience, 7(176): 1-6. doi:10.3389/fnhum.2013.00176
  2. «Definition of Empathy». Consultado em 16 de agosto de 2016 
  3. Lipps, Theodor (1903). «Aesthetische Einfühlung». Max-Planck-Institute for the History of Science, Berlin. ZEITSCHRIFT FÜR PSYCHOLOGIE UND PHYSIOLOGIE DER SINNESORGANE (22): 415-450. ISSN 1866-4784. Consultado em 10 de setembro de 2020 
  4. «empatia | Origem Da Palavra». 29 de janeiro de 2011. Consultado em 16 de agosto de 2016 
  5. Hunsdahl, Jørgen B. (1967). «Concerning Einfühlung (empathy): A concept analysis of its origin and early development». Journal of the History of the Behavioral Sciences (em inglês) (2): 180–191. ISSN 1520-6696. doi:10.1002/1520-6696(196704)3:23.0.CO;2-G. Consultado em 10 de setembro de 2020 
  6. Salvatore M. Aglioti, psicólogo, é professor da Universidade La Sapienza em Roma. Alessio Avenanti é pesquisador da Faculdade de Psicologia da Universidade de Bolonha - tradução de Doris Nátia Cavallari, para a Revista Mente e Cérebro, 179, Editora Duetto (dezembro/2007).
  7. Ranieri, Leandro Penna; Barreira, Cristiano Roque Antunes (1 de outubro de 2012). «A empatia como vivência». Memorandum: Memória e História em Psicologia: 12–31. ISSN 1676-1669. Consultado em 21 de maio de 2024 

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