Enxaqueca

Enxaqueca
Enxaqueca
Mulher com dor de cabeça.
Especialidade Neurologia
Sintomas Dores de cabeça, náuseas, sensibilidade à luz, sensibilidade ao som, sensibilidade olfactiva[1][2]
Início habitual Por volta da puberdade[1]
Duração Recorrente, crónica[1]
Causas Factores genéticos e ambientais[3]
Fatores de risco Antecedentes familiares, sexo feminino[4][5]
Condições semelhantes Hemorragia subaracnóidea, trombose venosa, hipertensão intracraniana idiopática, tumor cerebral, cefaleia de tensão, sinusite,[6] cefaleia em salvas[7]
Prevenção Metoprolol, valproato, topiramato[8][9]
Medicação Ibuprofeno, paracetamol, triptanos, ergotaminas[5][10]
Frequência ~15%[11]
Classificação e recursos externos
CID-10 G43
CID-9 346
CID-11 669367341
OMIM 157300
DiseasesDB 8207
MedlinePlus 000709
eMedicine 1142556
MeSH D008881
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

Enxaqueca é uma cefaleia primária caracterizada por dores de cabeça recorrentes, de moderadas a graves.[1] Geralmente a dor de cabeça afeta apenas um dos lados, é de natureza pulsátil e dura entre 2 e 72 horas.[1] Os principais sintomas associados são náuseas, vómitos e sensibilidade à luz, ao som e ao odor.[2] A dor geralmente agrava-se com a atividade física.[12] Cerca de um terço das pessoas com enxaqueca veem uma aura – uma perturbação transitória visual, sensorial, motora ou na linguagem, que antecede a ocorrência de uma enxaqueca.[12] Em alguns casos, a aura pode ocorrer sem ser seguida por enxaqueca.[13]

Acredita-se que as enxaquecas sejam causadas por uma combinação de fatores ambientais e genéticos.[3] Cerca de dois terços dos casos são familiares.[5] A alteração dos níveis hormonais pode também ter algum papel, uma vez que as enxaquecas afetam ligeiramente mais rapazes do que moças antes da puberdade, mas cerca de duas a três vezes mais mulheres do que homens adultos.[4][14] O risco de enxaquecas geralmente diminui durante a gravidez.[4] O mecanismo subjacente não é totalmente compreendido.[15] No entanto, acredita-se que envolva os nervos e vasos sanguíneos do cérebro.[5]

O tratamento inicial recomendado consiste em evitar os fatores desencadeantes e na administração de analgésicos comuns como ibuprofeno ou paracetamol para as dores de cabeça, antieméticos para as náuseas.[10] Nos casos em que os analgésicos não são eficazes, podem ser usados triptanos ou ergotaminas.[5] A ingestão de cafeína pode ser eficaz.[16] Vários medicamentos permitem prevenir a ocorrência de ataques, entre os quais metoprolol, valproato e topiramato.[8][9]

As enxaquecas afetam cerca de 15% da população mundial.[11] Geralmente têm início durante a puberdade e são mais intensas durante a meia-idade.[1] Em algumas mulheres a ocorrência diminui após a menopausa.[15] A condição é uma das causas mais comuns de incapacidade.[17] Uma das primeiras descrições médicas consistente com os sintomas de enxaquecas é dada no papiro Ebers, redigido no Antigo Egito por volta de 1500 a.C.[18]

  1. a b c d e f «Headache disorders Fact sheet N°277». Outubro de 2012. Consultado em 15 de fevereiro de 2016. Cópia arquivada em 16 de fevereiro de 2016 
  2. a b Aminoff, Roger P. Simon, David A. Greenberg, Michael J. (2009). Clinical neurology 7 ed. New York, N.Y: Lange Medical Books/McGraw-Hill. pp. 85–88. ISBN 9780071664332 
  3. a b Piane M, Lulli P, Farinelli I, Simeoni S, De Filippis S, Patacchioli FR, Martelletti P (dezembro de 2007). «Genetics of migraine and pharmacogenomics: some considerations». The Journal of Headache and Pain. 8 (6): 334–9. PMC 2779399Acessível livremente. PMID 18058067. doi:10.1007/s10194-007-0427-2 
  4. a b c Lay CL, Broner SW (maio de 2009). «Migraine in women». Neurologic Clinics. 27 (2): 503–11. PMID 19289228. doi:10.1016/j.ncl.2009.01.002 
  5. a b c d e Bartleson JD, Cutrer FM (maio de 2010). «Migraine update. Diagnosis and treatment». Minn Med. 93 (5): 36–41. PMID 20572569 
  6. Olesen, Jes (2006). The Headaches (em inglês). [S.l.]: Lippincott Williams & Wilkins. p. 424. ISBN 9780781754002. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2017 
  7. «Cluster Headache». American Migraine Foundation. 15 de fevereiro de 2017. Consultado em 23 de outubro de 2017. Cópia arquivada em 9 de maio de 2018 
  8. a b Armstrong, C; American Academy of, Neurology; American Headache, Society (15 de abril de 2013). «AAN/AHS update recommendations for migraine prevention in adults.». American Family Physician. 87 (8): 584–5. PMID 23668450 
  9. a b Linde M, Mulleners WM, Chronicle EP, McCrory DC (junho de 2013). «Valproate (valproic acid or sodium valproate or a combination of the two) for the prophylaxis of episodic migraine in adults». Cochrane Database Syst Rev (6): CD010611. PMID 23797677. doi:10.1002/14651858.CD010611 
  10. a b Gilmore, B; Michael, M (1 de fevereiro de 2011). «Treatment of acute migraine headache». American Family Physician. 83 (3): 271–80. PMID 21302868 
  11. a b Vos, T; Flaxman, AD; Naghavi, M; Lozano, R; Michaud, C; Ezzati, M; Shibuya, K; Salomon, JA; et al. (15 de dezembro de 2012). «Years lived with disability (YLDs) for 1160 sequelae of 289 diseases and injuries 1990–2010: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2010». Lancet. 380 (9859): 2163–96. PMID 23245607. doi:10.1016/S0140-6736(12)61729-2 
  12. a b Headache Classification Subcommittee of the International Headache Society (2004). «The International Classification of Headache Disorders: 2nd edition». Cephalalgia. 24 (Suppl 1): 9–160. PMID 14979299. doi:10.1111/j.1468-2982.2004.00653.x  PDF Arquivado em 2010-03-31 no Wayback Machine
  13. Pryse-Phillips, William (2003). Companion to clinical neurology 2nd ed. Oxford: Oxford university press. p. 587. ISBN 9780195159387. Cópia arquivada em 13 de março de 2017 
  14. Stovner LJ, Zwart JA, Hagen K, Terwindt GM, Pascual J (abril de 2006). «Epidemiology of headache in Europe». European Journal of Neurology. 13 (4): 333–45. PMID 16643310. doi:10.1111/j.1468-1331.2006.01184.x 
  15. a b «NINDS Migraine Information Page». National Institute of Neurological Disorders and Stroke. 3 de novembro de 2015. Consultado em 15 de fevereiro de 2016. Arquivado do original em 16 de fevereiro de 2016 
  16. Diener, HC; Charles, A; Goadsby, PJ; Holle, D (outubro de 2015). «New therapeutic approaches for the prevention and treatment of migraine.». The Lancet. Neurology. 14 (10): 1010–22. PMID 26376968. doi:10.1016/s1474-4422(15)00198-2 
  17. GBD 2016 Disease and Injury Incidence and Prevalence, Collaborators. (16 de setembro de 2017). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 328 diseases and injuries for 195 countries, 1990-2016: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2016.». Lancet. 390 (10100): 1211–1259. PMC 5605509Acessível livremente. PMID 28919117. doi:10.1016/S0140-6736(17)32154-2 
  18. Miller, Neil (2005). Walsh and Hoyt's clinical neuro-ophthalmology. 6 ed. Philadelphia, Pa.: Lippincott Williams & Wilkins. p. 1275. ISBN 9780781748117. Cópia arquivada em 12 de março de 2017 

From Wikipedia, the free encyclopedia · View on Wikipedia

Developed by Tubidy