Escherichia coli

Escherichia coli
Escherichia coli no microscópio, ampliada 10.000 vezes.
Escherichia coli no microscópio, ampliada 10.000 vezes.
Classificação científica
Domínio: Bacteria
Reino: Monera
Filo: Proteobacteria
Classe: Gammaproteobacteria
Ordem: Enterobacteriales
Família: Enterobacteriaceae
Género: Escherichia
Espécie: E. coli
Nome binomial
Escherichia coli
( T. Escherich, 1885)

Escherichia coli (/eʃe'ɾikia 'kɔli/, mais conhecida pela abreviatura E. coli), é uma bactéria bacilar Gram-negativa que se encontra normalmente no trato gastrointestinal inferior dos organismos de sangue quente (endotérmicos). A maioria das estirpes de E. coli são inofensivas, mas alguns sorotipos podem causar graves intoxicações alimentares nos seres humanos, e são ocasionalmente responsáveis pela recolha de produtos alimentícios devido à sua contaminação.[1][2] As estirpes inofensivas constituem parte da microbiota intestinal humana normal, e podem ser benéficas para os seus hospedeiros ao produzirem vitamina K2,[3] e impedirem que ali se estabeleçam bactérias patogénicas.[4][5]

E. coli e as bactérias relacionadas constituem cerca de 0,1% da microbiota intestinal,[6] e a transmissão fecal-oral é a principal via utilizada pelas cepas patogénicas que causam doenças. As células desta bactéria podem sobreviver fora do corpo por um tempo bastante limitado, o que faz com que sejam um organismo indicador ideal para comprovação da contaminação fecal em amostras quando extraídas para o meio ambiente.[7] Entretanto, existe um crescente número de investigações que identificaram a E. coli persistentes no meio ambiente, capazes de sobreviver por um longo período de tempo fora de um hospedeiro.[8]

A bactéria também pode crescer e ser cultivada facilmente e a baixo custo em laboratório, e tem sido intensamente investigada há mais de 60 anos. Assim, pode-se dizer que a E. coli é o organismo modelo procariota mais estudado, e uma importante espécie no campo da biotecnologia e microbiologia, onde serviu como organismo hóspede para a maioria dos trabalhos sobre o ADN recombinante. Em condições favoráveis, leva apenas 20 minutos para se reproduzir.[9]

Juntamente com o Staphylococcus aureus é a mais comum e uma das mais antigas bactérias simbiontes da humanidade. Foi descoberta pelo alemão-austríaco Theodor Escherich, em 1885.

  1. «Escherichia coli». CDC National Center for Emerging and Zoonotic Infectious Diseases. Consultado em 2 de outubro de 2012 
  2. Vogt RL, Dippold L (2005). «Escherichia coli O157:H7 outbreak associated with consumption of ground beef, Junho–Julho 2002». Public Health Rep. 120 (2): 174–8. PMC 1497708Acessível livremente. PMID 15842119 
  3. Bentley R, Meganathan R (1 de setembro de 1982). «Biosynthesis of vitamin K (menaquinone) in bacteria». Microbiol. Rev. 46 (3): 241–80. PMC 281544Acessível livremente. PMID 6127606 
  4. Hudault S, Guignot J, Servin AL (2001). «Escherichia coli strains colonizing the gastrointestinal tract protect germ-free mice against Salmonella typhimurium infection». Gut. 49 (1): 47–55. PMC 1728375Acessível livremente. PMID 11413110. doi:10.1136/gut.49.1.47 
  5. Reid G, Howard J, Gan BS (2001). «Can bacterial interference prevent infection?». Trends Microbiol. 9 (9): 424–428. PMID 11553454. doi:10.1016/S0966-842X(01)02132-1 
  6. Eckburg PB, Bik EM, Bernstein CN, Purdom E, Dethlefsen L, Sargent M, Gill SR, Nelson KE, Relman DA (2005). «Diversity of the human intestinal microbial flora». Science. 308 (5728): 1635–8. PMC 1395357Acessível livremente. PMID 15831718. doi:10.1126/science.1110591 
  7. Thompson, Andrea (4 de junho de 2007). «E. coli Thrives in Beach Sands». Live Science. Consultado em 3 de dezembro de 2007 
  8. Ishii S, Sadowsky MJ (2008). «Escherichia coli in the Environment: Implications for Water Quality and Human Health». Microbes Environ. 23 (2): 101–8. PMID 21558695. doi:10.1264/jsme2.23.101 
  9. «Bacteria». Microbiologyonline. Consultado em 27 de fevereiro de 2014 

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