Escola do Rio Hudson

Albert Bierstadt: Entre as montanhas da Sierra Nevada

A Escola do Rio Hudson foi um movimento artístico norte-americano ativo entre aproximadamente 1825 e 1880, formado por um grupo de pintores paisagistas baseados em Nova Iorque, cuja visão estética representou uma síntese entre os princípios do Romantismo e do Realismo. O grupo não era formalizado mas se uniu num espírito de fraternidade; alguns excursionavam juntos para o interior, pertenciam aos mesmos clubes e trabalhavam num mesmo prédio localizado na área hoje conhecida como Greenwich Village. O ponto inicial de interesse para suas obras foi a região do rio Hudson e as montanhas circundantes, donde o nome da escola, mas em meados do século seus integrantes ampliaram seus horizontes para retratar o oeste dos Estados Unidos e, alguns deles, até mesmo regiões distantes como o Ártico, a Europa, o Oriente e a América do Sul.[1][2]

As primeiras referências ao nome da escola aparecem somente na década de 1870, embora não se saiba exatamente quem o cunhou e, nesse momento, quando o prestígio do grupo começava a declinar, tinha um sentido pejorativo. Seus pintores refletem basicamente três impulsos importantes dos Estados Unidos do século XIX: descobrimento, exploração e conquista, dentro de uma óptica bucólica e pastoril, onde os seres humanos e a natureza coexistem pacificamente, e com um tratamento detalhista e por vezes idealizado. De forma geral seus artistas acreditavam que a natureza era a inefável manifestação de Deus, embora os pintores variassem na profundidade de suas convicções religiosas. Foram inspirados pelas filosofias do Sublime e do Transcendentalismo, pela obra de artistas europeus como Salvator Rosa, John Constable, William Turner e especialmente Claude Lorrain, e compartilhavam a reverência às belezas naturais da América com os escritores norte-americanos contemporâneos, como Henry David Thoreau e Ralph Waldo Emerson.[3][4]

A Escola do Rio Hudson representou um ponto alto no longo processo de reconhecimento do território norte-americano e de construção da sua imagem, que havia iniciado nos tempos coloniais com o trabalho de exploradores, naturalistas e artistas, nativos e estrangeiros. Também é considerada a mais importante expressão romântica na pintura norte-americana, a primeira escola de pintura genuinamente nacional [5] e o movimento artístico mais notável dos Estados Unidos oitocentista.[6]

  1. The Hudson River School The Hudson River School website
  2. AVERY, Kevin J. The Hudson River School. In Heilbrunn Timeline of Art History. New York: The Metropolitan Museum of Art, 2000.
  3. HOWAT, John K. American Paradise, The World of the Hudson River School. The Metropolitan Museum of Art, Harry N. Abrams, Inc., New York, 1987. pp. 3-4
  4. AVERY, Kevin J. The Hudson River School
  5. STRICKLAND, Carol. The Annotated Mona Lisa: A Crash Course in Art History from Prehistoric to Postmodern. Andrews McMeel Publishing, 2007. p. 81
  6. THE NEW YORK TIMES. The New York Times Guide to Essential Knowledge. Macmillan, 2ª ed. 2007. p. 25

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