Espiritualismo

 Nota: Não confundir com Espiritismo. Para a corrente de pensamento filosófico, veja Espiritualismo filosófico.
Por volta de 1853, quando a canção popular Spirit Rappings (batidas de espíritos) foi publicada, o moderno espiritualismo era alvo de intensa curiosidade. Uma observação atenta permite ver que algumas das pessoas presentes na sessão que aparece na capa da partitura musical parecem estar-se divertindo.

O espiritualismo é um novo movimento religioso baseado na crença de que os espíritos dos mortos existem e têm a capacidade e a inclinação para se comunicar com os vivos. A vida após a morte, ou o "mundo espiritual", é visto pelos espiritualistas, não como um lugar estático, mas como um lugar no qual os espíritos continuam a evoluir. Essas duas crenças - que o contato com os espíritos é possível e que os espíritos são mais avançados que os humanos - levam os espiritualistas a uma terceira crença: que os espíritos são capazes de fornecer conhecimento útil sobre questões éticas e morais, bem como sobre a natureza de Deus. Alguns espíritas falarão de um conceito ao qual se referem como "guias espirituais" - espíritos específicos, frequentemente contatados, que fornecem orientação espiritual.[1][2]

O espiritualismo se desenvolveu e atingiu seu pico de crescimento entre as décadas de 1840 e 1920, especialmente nos países de língua inglesa.[2][3] Em 1897, dizia-se que o espiritualismo tinha mais de oito milhões de seguidores nos Estados Unidos e na Europa,[4] principalmente provenientes das classes média e alta. O espiritismo, um ramo do espiritualismo desenvolvido pelo francês Allan Kardec e hoje praticado principalmente na Europa continental e na América Latina, mas especialmente no Brasil, enfatiza a reencarnação.[5]

O espiritismo floresceu por meio século sem textos canônicos ou organização formal, alcançando coesão através de periódicos, visitas de conferencistas em transe, reuniões e atividades missionárias de médiuns. Muitos espíritas de destaque eram mulheres e, como a maioria dos espíritas, apoiavam causas como a abolição da escravidão e o sufrágio feminino.[2] No final da década de 1880, no entanto, a credibilidade do movimento informal havia enfraquecido devido a acusações de fraudes perpetradas por médiuns e organizações espíritas formais que começaram a aparecer.[2] Atualmente, o espiritualismo é praticado principalmente através de várias igrejas espiritualistas denominacionais nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido.

  1. Carroll, Bret E. (1997). Spiritualism in Antebellum America. (Religion in North America). [S.l.]: Bloomington: Indiana University Press. p. 248. ISBN 978-0-253-33315-5 
  2. a b c d Braude, Ann Braude (2001). Radical Spirits: Spiritualism and Women's Rights in Nineteenth-Century America, Second Edition. [S.l.]: Indiana University Press. p. 296. ISBN 978-0-253-21502-4 
  3. Britten, Emma Hardinge (1884). Nineteenth Century Miracles: Spirits and Their Work in Every Country of the Earth. [S.l.]: New York: William Britten. ISBN 978-0-7661-6290-7 
  4. Times, New York (29 de novembro de 1897). «THREE FORMS OF THOUGHT; M.M. Mangassarian Addresses the Society for Ethical Culture at Carnegie Music Hall.». The New York Times. 200 páginas 
  5. [1] Allan Kardec, The Spirits' Book, Containing the Principles of Spiritist Doctrine... according to the Teachings of Spirits of High Degree, Transmitted through Various Mediums, Collected and Set in Order by Allan Kardec, translated by Anna Blackwell, São Paulo, Brasil, Federação Espírita Brasileira, 1996, ISBN 85-7328-022-0, p. 33.

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