Estilo pombalino

Edifícios tradicionais da Baixa Pombalina, em Lisboa

O estilo pombalino é um estilo arquitetônico português do século XVIII, batizado em homenagem a Sebastião José de Carvalho e Melo, o primeiro marquês de Pombal, que foi fundamental na reconstrução de Lisboa após o sismo de 1755. Pombal supervisionou os planos elaborados pelos engenheiros militares Manuel da Maia, Eugénio dos Santos e Elias Sebastião Pope (posteriormente sucedido por Carlos Mardel). A malha urbana medieval e orgânica da cidade (principalmente a área da Baixa, agora denominada Baixa Pombalina) foi substituída por um plano de grade com estradas e pavimentos largos, que tinha como eixo principal a Rua Augusta.[1]

O Paço da Ribeira, antigo palácio real, foi substituído pela Praça do Comércio, que junto com a praça D. Pedro IV definem os limites da nova cidade. Maia e Santos também delinearam a forma das fachadas que estavam alinhadas nas ruas, concebidas em um esquema hierárquico que determinava seus detalhes e tamanho de acordo com importância da rua na qual estavam localizadas.[2] Estes estavam em um estilo neoclássico notavelmente contido, em parte o resultado de recursos limitados e da urgência de construir, mas também graças ao conceito de iluminação da racionalidade arquitetônica adotado por Pombal. Um sistema padronizado de decoração foi aplicado tanto dentro como fora com uma aplicação distintamente reduzida de azulejos.[3] Como princípio, foram proibidos quaisquer elementos que saissem das paredes: degraus, consoles, prateleiras para vasos de flores, anéis para prender cavalos ... Também não há refinamento, porque tudo é baseado em princípios de economia dos mais rígidos.[4]

Também com a possibilidade de adaptação, foi utilizado o trabalho do azulejo, que iria inspirar-se no estilo do Séc. XVII. Todos os azulejos teriam a mesma dimensão, podendo variar na sua cor e tema, o que permitia, com a junção de elementos individuais, criar painéis de qualquer dimensão, adaptáveis a todo o tipo de espaços, como corredores, escadarias, entre outros. A união destes azulejos formava uma rede que, embora de forma simplificada e empobrecida, fruto das necessidades daquela época, não deixaria de ter uma relação próxima com o estilo rococó.[5]

  1. del Rio (org.), Vicente (2012). Lisboa: entre história e modernidade. Lisboa: Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. ISBN 9781470088569. OCLC 821575052. Consultado em 18 de dezembro de 2018 
  2. Monteiro Belo dos Santos, Guilherme (2017). Marquês de Pombal e a Baixa de Lisboa: Poder, Influência e Cultura na Nova Baixa. Porto: Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. Consultado em 18 de dezembro de 2018 
  3. «Estilo pombalino». Hisour. Consultado em 18 de dezembro de 2018 
  4. «LISBONNE - La Baixa Pombalina du marquis de Pombal». lepetitjournal.com (em francês). Consultado em 20 de dezembro de 2018 
  5. França, José Augusto. (1997). Lisboa pombalina e o Iluminismo 2ª ed. Lisboa: Bertrand Editora. ASIN B0000E8LTE. OCLC 641334015 

From Wikipedia, the free encyclopedia · View on Wikipedia

Developed by Tubidy