Garrano

Garrano
Garrano
Garrano em Paredes de Coura
Nome em inglês Garrano
Origem Portugal Portugal (região norte)
Temperamento Dócil
Pelagem Castanho
Uso Sela, tiro ligeiro e carga a dorso.
Altura < 1,35m. Altura recomendável: 1,23 m
Garrano no Parque Nacional da Peneda-Gerês
Garranos no Parque Nacional da Peneda-Gerês
Dois Garranos a lutar, Parque Nacional da Peneda-Gerês

A raça Garrana é uma raça ibérica autóctone de equídeos. O Garrano, palavra provável de origem proto-celta gearran,[1] é uma raça de equideo muito antiga, separada das restantes desde o período Quaternário,[2] que se enquadra num grupo alargado conhecido por Cavalo Ibérico devido às características comuns e à sua origem.[3]

Depois o Garrano, propriamente dito, é o mais antigo por entre os seus, entre as restantes raças irmãs do Norte da Península Ibérica e Sudoeste da França que são identificados como fazendo parto do mesmo Tronco Celta[4][5] (sendo incluído na subespécie Equus caballus celticus, segundo a classificação de Ewart de 1911[6]). Desses, pela sua filogenia e morfologia, fazem parte nomeadamente o Exmoor Poney da Inglaterra,[6] o Cavalo do Monte da Galiza, o Asturcón das Astúrias ou o Potok da Biscaia.[7]

Nativo do Minho e Trás-os-Montes, em Portugal, é um dos grandes herbívoros desempenha um papel fundamental na prevenção de incêndios rurais, consumindo material combustível em grandes áreas[8] e foi também utilizado durante muitos séculos como animal de carga e trabalho[3].

Devido ao seu tamanho, menor que um cavalo comum, é considerado um pónei e porque muitos deles descendem de garranos que já estavam ao serviço do homem e foram soltos por ele é também considerado um cavalo assilvestrado. Habita actualmente em estado semisselvagem nas zonas da serra do Gerês, serra do Soajo, serra da Arga e da serra da Cabreira, tendo em tempos habitado todo o Norte de Portugal donde é oriundo.[9]

Nos anos 40 do século XX existia um número de garrano entre 40 000 e 60 000 em Portugal. Em 2024, a população total está estimada entre 1 500 e 3 000.[10]

A raça está protegida devido ao risco de extinção.

  1. Garron, Dictionary.com
  2. [http://elearning.up.pt/ppayo/EXOGNOSIA%202008-09/SUMARIOS/EQUINO/exognosia2.pdf Hipótese lançada por Ruy de Andrade em 1938 que descreve o garrano como uma raça autóctone desde o período Quaternário. Segundo este autor o garrano, que aparece na arte rupestre de Foz Côa, é “uma relíquia da fauna glaciar do Paleolítico superior que pela semi-domesticação, rusticidade e adaptação às variações do clima ibérico pós-glacial escapou à destruição” - in Exognosia – Equinos, Raças e Maneio
  3. a b «Passeios a Cavalo: A Raça Garrana». Consultado em 13 de Novembro de 2012 
  4. "Os Celtas, um povo do Norte da Europa, deixaram algumas marcas no Norte de Portugal. Traziam com eles um pequeno cavalo muito parecido com o nosso Garrano". - Garrano, Pequeno Cavalo, Arca de Noé, Memória Visual Lda, 2016
  5. Parece dever-se aos búrios, ramo dos suevos que habitaram a região Entre-o-Douro e o Cávado (Terras de Bouro, antigamente conhecida por "terras de burros"), a tradicional designação de "burros" para os pequenos cavalos utilizados em campanhas guerreiras e no transporte. - História da Raça Garrana, in 4 Batidas, coordenação Nuno Vieira de Brito e José Vieira Leite, Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Setembro de 2011, pág. 26
  6. a b Exognosia – Equinos, Raças e Maneio
  7. O Garrano, o pequeno cavalo das serras do Norte de Portugal, Nuno Leitão
  8. Rewilding, o que é?, Rewilding Portugal, 16 de Abril de 2020
  9. «Actividades humanas no PNPG». ICNB. Consultado em 2 de fevereiro de 2010. Arquivado do original em 27 de dezembro de 2009 
  10. ‘Without a function they’re doomed’: in search of a new job for Portugal’s ancient pony breed. «'Without a function they're doomed': in search of a new job for Portugal's ancient pony breed» 

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