Gastroenterite

Gastroenterite
Gastroenterite
Vírus da gastroenterite: A = Rotavírus, B = Adenovírus, C = Norovírus, e D = Astrovírus. As partículas virais estão à mesma escala de modo a se poder comparar dimensões.
Sinónimos Gripe gástrica, gripe intestinal
Especialidade Infectologia
Sintomas Diarreia, vómitos, dor abdominal, febre[1][2]
Complicações Desidratação[2][3]
Causas Vírus, bactérias, parasitas, fungos[2][4]
Método de diagnóstico Baseado nos sintomas, em alguns casos análise das fezes[2]
Condições semelhantes Doença inflamatória intestinal, má-absorção intestinal, intolerância à lactose[5]
Prevenção Lavagem das mãos, beber água potável, saneamento, amamentação[2]
Tratamento Terapia de reidratação oral (combinação de águais, sais e açúcar), fluidos por via intravenosa[2]
Frequência 2,4 mil milhões (2015)[6]
Mortes 1,3 milhões (2015)[7]
Classificação e recursos externos
CID-10 A02.0, A08, A09, J10.8, J11.8, K52
CID-9 008.8 009.0, 009.1, 558
CID-11 1688127370
DiseasesDB 30726
MedlinePlus 000252, 000254
eMedicine emerg/213
MeSH D005759
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Gastroenterite é uma inflamação do trato gastrointestinal que afeta o estômago e o intestino delgado.[8] Os sintomas mais comuns são diarreia, vómitos e dor abdominal.[1] Outros possíveis sintomas incluem febre, falta de energia e desidratação.[2][3] Geralmente os sintomas manifestam-se durante menos de duas semanas.[8] Embora por vezes seja denominada "gripe intestinal", a doença não tem relação com a gripe.[9]

A gastroenterite pode ser causada por infeções por vírus, bactérias, parasitas ou fungos.[2][4] A causa mais comum são vírus.[4] Em crianças, o rotavírus é a causa mais comum dos casos graves da doença.[10] Em adultos, os mais comuns são os norovírus e Campylobacter.[11][12] A transmissão pode ter origem na ingestão de alimentos que não foram devidamente preparados, em beber água não potável ou pelo contacto direto com uma pessoa infetada.[2] Geralmente não são necessários exames para confirmar o diagnóstico.[2]

As medidas de prevenção incluem lavar as mãos com sabonete, beber apenas água potável, saneamento e amamentar os bebés em vez de usar fórmula infantil.[2] Em crianças está recomendada a vacina contra rotavírus.[2][10] O tratamento consiste na ingestão de líquidos em quantidade suficiente.[2] Em casos ligeiros ou moderados, isto é feito com solução de reidratação oral, que consiste numa combinação de água, sais e açúcar.[2] Em bebés a ser amamentados, está recomendado continuar a amamentação.[2] Em casos mais graves pode ser necessária a administração de líquidos por via intravenosa.[2] Os líquidos podem ainda ser administrados por uma sonda nasogástrica.[13] Em crianças, está recomendada a suplementação de zinco.[2] Geralmente não são necessários antibióticos.[14]

Em 2015 ocorreram dois mil milhões de casos de gastroenterite que causaram 1,3 milhões de mortes em todo o mundo.[6][7] A doença afeta sobretudo crianças nos países em vias de desenvolvimento.[15] Em 2011, ocorreram cerca de 1,7 mil milhões de casos em crianças com menos de cinco anos de idade que causaram cerca de 700 000 mortes.[16] Nos países em vias de desenvolvimento, é frequente que as crianças com menos de dois anos contraiam seis ou mais infeções por ano.[17] A doença é menos comum em adultos, devido em parte ao desenvolvimento de imunidade adquirida.[18]

  1. a b Singh, Amandeep (julho de 2010). «Pediatric Emergency Medicine Practice Acute Gastroenteritis — An Update». Pediatric Emergency Medicine Practice. 7 (7) 
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p q Ciccarelli, S; Stolfi, I; Caramia, G (29 de outubro de 2013). «Management strategies in the treatment of neonatal and pediatric gastroenteritis.». Infection and Drug Resistance. 6: 133–61. PMC 3815002Acessível livremente. PMID 24194646. doi:10.2147/IDR.S12718 
  3. a b Ferri's Clinical Advisor 2015: 5 Books in 1. [S.l.]: Elsevier Health Sciences. 2014. p. 479. ISBN 9780323084307. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2017 
  4. a b c A. Helms, Richard (2006). Textbook of therapeutics : drug and disease management 8. ed. Philadelphia, Pa. [u.a.]: Lippincott Williams & Wilkins. p. 2003. ISBN 9780781757348. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2017 
  5. Caterino, Jeffrey M.; Kahan, Scott (2003). In a Page: Emergency medicine (em inglês). [S.l.]: Lippincott Williams & Wilkins. p. 293. ISBN 9781405103572. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2017 
  6. a b GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prevalence, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1545–1602. PMID 27733282 
  7. a b GBD 2015 Mortality and Causes of Death, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1459–1544. PMID 27733281 
  8. a b Schlossberg, David (2015). Clinical infectious disease Second ed. [S.l.: s.n.] p. 334. ISBN 9781107038912. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2017 
  9. Shors, Teri (2013). The microbial challenge : a public health perspective 3rd ed. Burlington, Mass.: Jones & Bartlett Learning. p. 457. ISBN 9781449673338. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2017 
  10. a b Tate JE, Burton AH, Boschi-Pinto C, Steele AD, Duque J, Parashar UD (fevereiro de 2012). «2008 estimate of worldwide rotavirus-associated mortality in children younger than 5 years before the introduction of universal rotavirus vaccination programmes: a systematic review and meta-analysis». The Lancet Infectious Diseases. 12 (2): 136–41. PMID 22030330. doi:10.1016/S1473-3099(11)70253-5 
  11. Marshall JA, Bruggink LD (abril de 2011). «The dynamics of norovirus outbreak epidemics: recent insights». International Journal of Environmental Research and Public Health. 8 (4): 1141–9. PMC 3118882Acessível livremente. PMID 21695033. doi:10.3390/ijerph8041141 
  12. Man SM (dezembro de 2011). «The clinical importance of emerging Campylobacter species». Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology. 8 (12): 669–85. PMID 22025030. doi:10.1038/nrgastro.2011.191 
  13. Webb, A; Starr, M (abril de 2005). «Acute gastroenteritis in children.». Australian Family Physician. 34 (4): 227–31. PMID 15861741 
  14. Zollner-Schwetz, I; Krause, R (agosto de 2015). «Therapy of acute gastroenteritis: role of antibiotics.». Clinical Microbiology and Infection. 21 (8): 744–9. PMID 25769427. doi:10.1016/j.cmi.2015.03.002 
  15. Webber, Roger (2009). Communicable disease epidemiology and control : a global perspective 3rd ed. Wallingford, Oxfordshire: Cabi. p. 79. ISBN 978-1-84593-504-7. Cópia arquivada em 26 de outubro de 2015 
  16. Walker, CL; Rudan, I; Liu, L; Nair, H; Theodoratou, E; Bhutta, ZA; O'Brien, KL; Campbell, H; Black, RE (20 de abril de 2013). «Global burden of childhood pneumonia and diarrhoea.». Lancet. 381 (9875): 1405–16. PMID 23582727. doi:10.1016/S0140-6736(13)60222-6 
  17. Dolin, Raphael; Mandell, Gerald L.; Bennett, John E., eds. (2010). «Chapter 93». Mandell, Douglas, and Bennett's principles and practice of infectious diseases 7th ed. Philadelphia, PA: Churchill Livingstone/Elsevier. ISBN 0-443-06839-9 
  18. Eckardt AJ, Baumgart DC (janeiro de 2011). «Viral gastroenteritis in adults». Recent Patents on Anti-infective Drug Discovery. 6 (1): 54–63. PMID 21210762. doi:10.2174/157489111794407877 

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