Glaucoma

Glaucoma
Glaucoma
Pormenor de um glaucoma de ângulo agudo.
Especialidade Oftalmologia
Sintomas Perda de visão, dor ocular, pupilas semi-dilatadas, vermelhidão no olho, náuseas[1][2]
Início habitual Gradual ou súbito[2]
Fatores de risco Aumento da pressão intraocular, antecedentes familiares, hipertensão arterial[1]
Método de diagnóstico Exame ocular alargado[1]
Condições semelhantes Uveíte, trauma, queratite, conjuntivite[3]
Tratamento Medicação, cirurgia, laser[1]
Frequência 6–67 milhões[2][4]
Classificação e recursos externos
CID-10 H40-H42
CID-9 365
CID-11 499924848
DiseasesDB 5226
MedlinePlus 001620
eMedicine oph/578
MeSH D005901
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Glaucoma é uma designação genérica a um grupo de doenças oculares distintas que provocam danos ao nervo óptico e perda da visão.[1] O tipo mais comum é o glaucoma de ângulo aberto, e os menos comuns são o glaucoma de ângulo fechado e glaucoma de pressão (ou tensão) normal. O primeiro tipo desenvolve-se lentamente e é assintomático durante a maior parte de sua evolução. Com o tempo, entretanto, a visão periférica do indivíduo acometido começa a ficar comprometida e ocorre um estreitamento progressivo do campo visual, evoluindo a visão tubular ou central e, se não houver tratamento, cegueira[1][5]. Já o glaucoma de ângulo fechado pode cursar de forma crônica ou aguda[2]. A apresentação aguda pode envolver dor ocular intensa, cefaleia, visão turva, halos coloridos, náusea e vômitos[1][2][6]. A perda da visão pelo glaucoma, uma vez que tenha ocorrido, é permanente.[1]

Os fatores de risco ao glaucoma incluem o aumento da pressão intraocular (PIO), histórico familiar, enxaqueca, hipertensão arterial e obesidade.[1] Indivíduos com PIO superior a 21 mmHg ou 2,8 kPa são considerados hipertensos oculares e, portanto, com maior risco de desenvolver glaucoma[2][7]. Entanto, alguns podem ter PIO aumentada durante anos sem desenvolver nenhum dano[2]. Por outro lado, danos ao nervo ótico podem ocorrer com PIO dentro dos limites da normalidade, no chamado glaucoma de pressão normal[8][9]. Crê-se que o mecanismo que desencadeia o glaucoma de ângulo aberto seja uma obstrução do escoamento do humor aquoso através da malha trabecular, enquanto que no glaucoma de ângulo fechado a dilatação da pupila bloqueia o fluxo do fluido através dela, levando à íris bloquear a malha trabecular[2]. O diagnóstico é feito pelo exame de fundo de olho, que mostra um aumento da escavação do disco ótico, indicando dano ao nervo ótico[1][2].

Se tratado precocemente, é possível retardar ou parar a progressão da doença, utilizando-se terapia medicamentosa, tratamento a laser ou cirurgia com o objetivo de reduzir a PIO[1][2]. Tratamentos a laser podem ser eficazes, tanto nos glaucomas de ângulo aberto, quanto nos de ângulo fechado. A intervenção cirúrgica somente é utilizada em indivíduos que não respondem adequadamente aos outros tratamentos[2]. Os casos de glaucoma de ângulo fechado devem ser tratados como emergência médica.[1]

Cerca de 11 a 67 milhões de pessoas sofrem de glaucoma em todo o mundo[2][10]. Estima-se 2 milhões de pessoas afetadas pela doença nos Estados Unidos, 900 mil no Brasil e 100 mil em Portugal[2].[11][12] É a segunda causa de cegueira em todo o mundo (a primeira é a catarata) e acomete principalmente indivíduos idosos, sendo que o glaucoma de ângulo fechado é mais comum nas mulheres[1][2]. Como a perda da visão ocorre lentamente durante um longo período de tempo, o glaucoma também é chamado de "ladrão silencioso da visão"[13][14]. A palavra "glaucoma" vem do grego antigo glaukos que significa azul, verde ou cinza[15] e omma, que significa olho. Catarata e glaucoma eram doenças indistinguíveis até cerca de 1705. Em inglês, a palavra foi usada pela primeira vez em 1587, mas não era de uso corrente até depois de 1850, quando o desenvolvimento do oftalmoscópio passou a permitir o exame do nervo ótico[16].

  1. a b c d e f g h i j k l m «Facts About Glaucoma». National Eye Institute (em inglês). U.S. Department of Health and Human Services - National Institutes of Health. Consultado em 23 de Agosto de 2016 
  2. a b c d e f g h i j k l m n Mantravadi, Vadhar 2015, p. 439-440.
  3. Ferri, Fred F. (2010). Ferri's differential diagnosis : a practical guide to the differential diagnosis of symptoms, signs, and clinical disorders 2nd ed. Philadelphia, PA: Elsevier/Mosby. p. Chapter G. ISBN 978-0323076999 
  4. GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prevalence, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015». Lancet. 388 (10053): 1545–1602. PMC 5055577Acessível livremente. PMID 27733282. doi:10.1016/S0140-6736(16)31678-6 
  5. Quigley 1993, p. 1097-1106.
  6. Betinjane et al 2006, p. 11-24.
  7. Spaeth et al 2012, p. 180.
  8. Tavares, Mello 2005, p. 565-575.
  9. Mi et al 2014, p. 1563-1571.
  10. OMS 2015, p. 743-800.
  11. «Glaucoma atinge 900 mil pessoas no Brasil, segundo dados da OMS». Portal Brasil. Governo Federal. 26 de maio de 2011. Consultado em 23 de Agosto de 2016 
  12. Noronha, Nuno (3 de março de 2015). «Glaucoma, "um ladrão silencioso", afeta mais de 100 mil portugueses». Portal SAPO. Consultado em 23 de Agosto de 2016 
  13. Wiggs, Janey; Weinreb, Robert (2014). «Glaucoma: The 'silent thief' begins to tell its secrets». National Eye Institute (em inglês). U.S. Department of Health and Human Services - National Institutes of Health. Consultado em 23 de Agosto de 2016 
  14. Resnikoff et al 2004, p. 811-890.
  15. Leffler et al 2015, p. 21-33.
  16. Leffler et al 2013, p. 1625-1631.

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