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Guerra Civil do Mali ou Guerra do Mali é um conflito armado que começou em janeiro de 2012 e prossegue até os dias atuais. O conflito teve início na sequência de uma rebelião separatista contra o governo do Mali por elementos dos povos tuaregues e grupos islâmicos fundamentalistas na região de Azauade, no deserto do Sara.[75] Conduzida inicialmente pelo Movimento Nacional de Libertação do Azauade (MNLA), a mais recente encarnação de uma série de revoltas das populações nômades tuaregues que remonta pelo menos até 1916, contra a exploração desse solo por multinacionais europeias e estadunidenses.[76] O MNLA foi formado por antigos revoltosos e um número significante de combatentes tuaregues fortemente armados que lutaram pelo Conselho Nacional de Transição ou pelo Exército Líbio durante a Guerra Civil Líbia.[77]
No dia 22 de março, o presidente constitucionalmente eleito Amadou Toumani Touré foi deposto por um golpe de Estado promovido por militares contrários à conduta do governo na resolução da crise, apenas um mês antes que ocorressem as eleições para a presidência. Os militares rebelados, sob a bandeira do Comitê Nacional para a Restauração da Democracia e do Estado (CNRDE) suspenderam a constituição do Mali, embora essa ação tenha sido revertida no dia primeiro de abril. Como uma consequência da instabilidade política que se seguiu ao golpe, as três maiores cidades do norte do Mali - Quidal, Gao e Tombuctu - foram tomadas por rebeldes tuaregues.[78] Em 5 de abril, depois da captura de Douentza, o MNLA afirmou que havia atingido seus objetivos e cancelou sua ofensiva. No dia seguinte, foi proclamada a independência de Azauade do Mali.[79]
O MNLA inicialmente apoiado pelo grupo islâmico Ansar Dine. Depois que os militares do Mali foram expulsos de Azauade, o Ansar Dine começou a impor a xaria. O MNLA e os islâmicos se esforçaram para conciliar suas visões conflitantes para o novo Estado pretendido.[80] Posteriormente, o MNLA começou a lutar contra o Ansar Dine e outros grupos islâmicos, incluindo Movimento para a Unidade e Jihad na África Ocidental (MUJOA), um grupo dissidente do Al Qaida no Magrebe Islâmico. Até 17 de julho de 2012, o MNLA perdeu o controle da maioria das cidades do norte do Mali para os islamitas.[81]
Em 11 de janeiro de 2013, o presidente da França, François Hollande, afirmou que havia concordado com um pedido do governo de Mali para ajuda externa e que "as forças francesas prestariam apoio ao Mali".[48]
Em 18 de junho, após quase um ano e meio desde o começo da crise, o governo do Mali e os rebeldes tuaregues assinaram um acordo de paz.[6] Contudo, em 26 de setembro de 2013, os rebeldes anunciaram que não mais aceitariam o acordo de paz e afirmaram que o governo não havia respeitado os entendimentos que haviam sido firmados no ano anterior.[7] Enquanto a luta continuava, as forças francesas afirmaram que pretendiam se retirar do país.[82] Em 20 de fevereiro de 2015 entrou em vigor um novo cessar-fogo, embora combates esporádicos ainda acontecessem pela região.[83]
↑«Mining and Petroleum». Les Jounées Minières de Mali Pétrolièrs. 13 de janeiro de 2013. Consultado em 3 de abril de 2012. Arquivado do original em 22 de janeiro de 2013