Guerra das Laranjas

Guerra das Laranjas
Guerra da Segunda Coligação

Manuel Godoy, o vencedor da Guerra das Laranjas.
Data 20 de maio de 1801 - 6 de junho de 1801
Local Na Europa: fronteira portuguesa, em Trás-os-Montes e, principalmente, Alentejo; Na América do Sul: Rio Grande do Sul e Mato Grosso (Brasil).
Desfecho Vitória espanhola, na Europa
  • Vitória portuguesa no Brasil e na América do Sul.
Mudanças territoriais Perda de território na Europa Olivença; ganhos de território no Brasil (Rio Grande do Sul); perda de território no Brasil, na região das Guianas, reconquistados na invasão Brasileira da Guiana Francesa em 1809-1817.
Beligerantes
Reino de Portugal França França
Império Espanhol
Comandantes
Duque de Lafões
Escócia John Forbes
Manuel de Godoy
França Laurent Saint-Cyr
Forças
80 000 soldados 200 000 soldados

A Guerra das Laranjas foi um conflito militar entre Portugal e Espanha ocorrido entre 20 de maio e 6 de junho de 1801.[1] Esta guerra ocorreu no contexto de alianças militares europeias que opunham a Segunda Coligação, da qual faziam parte Portugal e a Inglaterra, à França de Napoleão, da qual Espanha era aliada.[1][2]

Durante a Campanha do Rossilhão, Portugal tinha apoiado Espanha contra a França Revolucionária. Em 1795, Espanha e França assinaram o Tratado de Basileia, que pôs fim às hostilidades entre os dois países. Este tratado foi assinado sem o conhecimento de Portugal, que se manteve em estado de guerra com França. Para obter a paz, França exigia a Portugal que abandonasse a aliança militar com Inglaterra para se aliar à França e que proibisse os navios ingleses de entrar nos portos portugueses.[3][4] No entanto, se Portugal se aliasse à França as suas colónias seriam de imediato atacadas pelos ingleses, pelo que procurou manter uma posição de neutralidade.[5] Em 1796, Espanha e França assinaram o Tratado de Santo Ildefonso, pelo qual se tornavam aliadas contra Inglaterra. Em 1797, no sentido de pressionar Portugal a ceder às exigências francesas, Espanha começou a posicionar tropas junto à fronteira com Portugal.[6]

No dia 6 de fevereiro de 1801, Espanha fez um ultimato a Portugal em que ameaçava invadir o país.[7] Face à recusa do governo de João VI de Portugal em ceder ao ultimato e pressionado pela França, no dia 27 de fevereiro Carlos IV de Espanha declarou guerra a Portugal.[8] No dia 20 de maio de 1801 e sob o comando de Manuel de Godoy, o exército espanhol invadiu Portugal pelo Alentejo. As fortificações portuguesas encontravam-se em mau estado e o exército português desmobilizado. Foram conquistadas as praças de Olivença, Juromenha, Arronches e Campo Maior, tendo também sido cercada a cidade de Elvas. Houve também algumas ações militares na fronteira em Trás-os-Montes e no Algarve. A campanha militar durou apenas 18 dias e terminou em 6 de junho de 1801, quando as negociações entre Portugal e Espanha que decorriam em paralelo foram bem sucedidas.

A paz entre as potências beligerantes foi estabelecida nos termos do Tratado de Badajoz, assinado entre Portugal e Espanha, e do Tratado de Madrid, assinado entre Portugal e França.

  1. a b «Guerra das Laranjas». Infopédia, Enciclopédia de Língua Portuguesa da Porto Editora. Consultado em 18 de abril de 2014 
  2. Pinto, Paulo Sousa (2018). «Início da "Guerra das Laranjas" entre Portugal e Espanha». RTP Ensina 
  3. Ventura 2008, pp. 7–9.
  4. Vicente 2001, pp. 90–91.
  5. Vicente 2001, pp. 91.
  6. Ventura 2008, p. 13.
  7. Ventura 2008, pp. 14–15.
  8. Almeida 1934, p. 281.

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