Guerra de Canudos

 Nota: Para o filme de Sérgio Rezende (1997), veja Guerra de Canudos (filme).
Guerra de Canudos

Sertanejos de Canudos rendidos pela cavalaria do Exército durante a última expedição ao arraial, em outubro de 1897.
Data 7 de novembro de 18965 de outubro de 1897
Local Bahia, Brasil
Desfecho Vitória das tropas federais e destruição total da cidade de Canudos
Beligerantes
Conselheiristas Brasil República Brasileira
Comandantes
Antônio Conselheiro
João Abade
Pajeú
Joaquim Macambira
Pedrão
Virgílio Pereira de Almeida
Manoel da Silva Pires Ferreira
Febronio de Brito
Antônio Moreira César
Coronel Tamarindo
Artur Oscar
João da Silva Barbosa
Cláudio do Amaral Savaget
Saturnino Arouck
Forças
25 000 (estimado) 12 000
Baixas
20 000 (estimado) 5 000 (estimado)

Guerra de Canudos ou Campanha de Canudos[1] foi um conflito armado que envolveu o Exército Brasileiro e membros da comunidade sócio-religiosa liderada por Antônio Conselheiro, em Canudos, no interior do estado da Bahia. Os confrontos ocorreram entre 1896 e 1897, com a destruição da comunidade e a morte da maior parte dos 25 000 habitantes de Canudos.

A principal característica econômica e politica que dominava todo o país nesta época era o atraso no desenvolvimento industrial de todo o país e principalmente no nordeste brasileiro onde ainda predominava resquícios de um Brasil colônia com economia agrária da cana-de-açúcar. Este fracasso custaria caro ao povo. Sobre as massas camponesas iria recair o peso principal das dificuldades. Eram aquelas massas a grande força produtora, e uma vez que até bem pouco a produção agropecuária em algumas regiões (naquelas onde predominava antes o trabalho escravo) estava completamente desorganizada a produção agrícola , a fome que constantemente motivava os camponeses ao êxodo rural era constante em muitas fazendas em ruínas, culturas abandonadas, e mesmo assim a classe dos latifundiários predominava na politica e economia do país sendo consequência fundamental da fraqueza e da debilidade da burguesia[2] brasileira. .

A região, historicamente caracterizada por latifúndios improdutivos, secas cíclicas e desemprego crônico, passava por uma grave crise econômica e social. Milhares de sertanejos partiram para Canudos, cidadela liderada pelo peregrino Antônio Conselheiro, unidos na crença de uma salvação milagrosa que pouparia os humildes habitantes do sertão dos flagelos do clima e da exclusão econômica e social.

Os grandes fazendeiros da região, unindo-se a parte do clero local, iniciaram um forte grupo de pressão junto à República recém-instaurada, pedindo que fossem tomadas providências contra Antônio Conselheiro e seus seguidores. Criaram-se rumores de que Canudos se armava para atacar cidades vizinhas e partir em direção à capital para depor o governo republicano e reinstalar a Monarquia.

Apesar de não haver nenhuma prova para estes rumores, o Exército foi mandado para Canudos.[3] Três expedições militares contra Canudos saíram derrotadas, o que apavorou a opinião pública, que acabou exigindo a destruição do arraial, dando legitimidade ao massacre de até vinte mil sertanejos. Além disso, estima-se que cinco mil militares tenham morrido. A guerra terminou com a destruição total de Canudos, a degola de muitos prisioneiros de guerra, e o incêndio de todas as casas do arraial.

  1. Calasans 1959.
  2. Facó, Rui. Cangaceiros e Fanáticos Gênese e Luta (PDF). [S.l.: s.n.] p. 78 
  3. Galvão 1977.

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