Guerra do Rife

 Nota: Para a guerra do Rife de 1893-1894, veja Guerra de Margallo.
Guerra do Rife
Período entreguerras

(no sentido do relógio a partir do canto superior esquerdo)
  • Renault FT-17 espanhol preso numa concha
  • Afonso XIII revendo as tropas destinadas ao Rife
  • Carga dos legionários
  • Generais espanhóis com vista para o combate do Monte Gurugú
  • Soldados do Regimento de San Fernando escalando uma parede de defesa
  • Submarinos de Classe B da Armada Espanhola
Data 19201927
Local Protetorado Espanhol em Marrocos
Desfecho Vitória Franco-Espanhola
Dissolução da República do Rife
Beligerantes
Espanha Espanha
França França (1925–1926)
República do Rife
Comandantes
Espanha Manuel Silvestre
Espanha Francisco Franco (WIA)
Espanha Dámaso Berenguer
Espanha José Millán Astray (WIA)
Espanha Miguel Primo de Rivera
Espanha Alfredo Kindelán
Espanha José Sanjurjo
Espanha Juan Yagüe
Espanha Leopoldo Saro
Espanha Emilio Mola Vidal
França Philippe Pétain
França Hubert Lyautey
Mulai Ahmed er Raisuni (POW)
Abd el-Krim  Rendição (militar)
Abdel-Salam Mohammed Abdel-Karim
Mhamadi Bojabbar Mohamed, les Aït Ghannou
Ahmed Heriro jebli
Haddou Mouh-Ameziane
Mohamed Cheddi
Caid Bohout
Caid Mohamed Na'ma Tanout
Forças
Espanha 60 000 a 140 000 soldados[1]
França 160 000[2] soldados no norte de Marrocos em 1925[1]
Total: 465 000 soldados[3]
+200 aviões[4]
Estimativa Espanhola: 80 000 irregulares[1][5](Não menos de 20 000 armados) incluindo menos de 7 000 das "elites"
Outras fontes:
Outono de 1925: 35 000–50 000[6]
Março de 1926: menos de 20 000[6]
Baixas
Espanha 23 000 baixas (das quais 18 000 foram mortos em batalha ou de doença)[7]
França 10 000 mortos (2 500 mortos em batalha)
8 500 feridos[7]
30 000 baixas[7](das quais 10 000 mortos)[8]

A Guerra do Rife também chamada de Segunda Guerra Marroquina foi um conflito armado travado de 1920 a 1927 entre a potência colonial Espanha (mais tarde apoiada pela França) e as tribos Berberes da região montanhosa do Rife. Liderados por Abd el-Krim, os Rifenhos infligiram inicialmente várias derrotas às forças Espanholas usando táticas de guerrilha e capturando armas Europeias. Após a intervenção militar da França contra as forças de Abd el-Krim e o grande desembarque de tropas Espanholas em Al Hoceima, considerado o primeiro desembarque anfíbio na história a envolver o uso de tanques e aviões, Abdel-Krim rendeu-se aos Franceses e foi levado para o exílio.[9]

Em 1909, as tribos Rifenhas enfrentaram agressivamente os trabalhadores Espanhóis das minas de ferro do Rife, perto de Melilha, o que levou à intervenção do Exército Espanhol. As operações militares em Jebala, no Oeste Marroquino, começaram em 1911 com o Desembarque em Larache. A Espanha trabalhou para pacificar uma grande parte das áreas mais violentas até 1914, um processo lento de consolidação das fronteiras que durou até 1919 devido à Primeira Guerra Mundial.

Em 1912, após a assinatura do Tratado de Fez, a área do norte de Marrocos foi adjudicada à Espanha como protetorado. As populações Rifenhas resistiram fortemente aos espanhóis, desencadeando um conflito que duraria vários anos. Em 1921, as tropas Espanholas sofreram o catastrófico Desastre de Annual, a maior derrota na história da Espanha, além de uma rebelião liderada pelo líder Rifenho Abd el-Krim. Como resultado, os Espanhóis recuaram para algumas posições fortificadas, enquanto Abd el-Krim acabou por criar um estado independente inteiro: a República do Rife. O desenvolvimento do conflito e o seu fim coincidiram com a ditadura de Primo de Rivera, que assumiu o comando da campanha de 1924 a 1927. Além disso, e após a Batalha de Uarga em 1925, os franceses intervieram no conflito e estabeleceram uma colaboração conjunta com a Espanha que culminou no desembarque de Alhucemas, que provou ser um ponto de virada. Em 1926 a área havia sido pacificada; Abd-el-Krim rendeu-se em Julho de 1927; e os espanhóis recuperaram o território anteriormente perdido.

A Guerra do Rife ainda é considerada controversa entre os historiadores. Alguns vêem nele um prenúncio do processo de descolonização no Norte da África. Outros o consideram uma das últimas guerras coloniais, já que foi a decisão dos Espanhóis de conquistar o Rife - nominalmente parte do seu protetorado Marroquino, mas de fato independente - que catalisou a entrada da França em 1924.[10]

A Guerra do Rife deixou uma profunda memória tanto na Espanha como em Marrocos. A insurgência Rifenha dos anos 1920 pode ser interpretada como um precursor da guerra de independência da Argélia, que ocorreu três décadas depois.[11]

  1. a b c Timeline for the Third Rif War (1920–25) Arquivado em 2011-12-20 no Wayback Machine Steven Thomas
  2. David S. Woolman, page 186 "Rebels in the Rif", Stanford University Press
  3. David H. Slavin, The French Left and the Rif War, 1924–25: Racism and the Limits of Internationalism, Journal of Contemporary History, Vol. 26, No. 1, Janeiro de 1991, pg 5–32
  4. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome pennell1
  5. David S. Woolman, page 149-151 "Rebels in the Rif", Stanford University Press
  6. a b David E. Omissi: Air Power and Colonial Control: The Royal Air Force, 1919–1939, Manchester University Press, 1990, ISBN 0-7190-2960-0, page 188.
  7. a b c Micheal Clodfelter: Warfare and armed conflicts: a statistical reference to casualty and other figures, 1 500–2 000, McFarland, 2002, ISBN 0-7864-1204-6, pág 398.
  8. Meredith Reid Sarkees, Frank Whelon Wayman: Resort to war: a data guide to inter-state, extra-state, intra-state, and non-state wars, 1816–2007, CQ Press, 2010, ISBN 0-87289-434-7, pág 303.
  9. Douglas Porch, "Spain's African Nightmare," MHQ: Quarterly Journal of Military History (2006) 18#2 pp 28–37.
  10. Jan Pascal, L’Armée française face à Abdelkrim ou la tentation de mener une guerre conventionnelle dans une guerre irrégulière 1924-1927, Cairn.Info, 2009, pág. 732.
  11. Entelis, John P. (9 de Março de 2017). «La Guerre du Rif: Maroc (1925–1926)». The Journal of North African Studies. 22 (3): 500–503. doi:10.1080/13629387.2017.1300383 

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