Haiti, oficialmente a República do Haiti, é um país localizado na ilha de Hispaniola, no Mar do Caribe, a leste de Cuba e Jamaica e ao sul das Bahamas. Ocupa os três oitavos ocidentais da ilha que partilha com a República Dominicana.[7][8] Haiti é 27 750 quilômetros quadrados de área, sendo o terceiro maior país do Caribe, e tem uma população estimada de 11,4 milhões de pessoas,[9][10] tornando-o o país caribenho mais populoso. A capital é Porto Príncipe.
A ilha era originalmente habitada pelos indígenas taínos.[11] Os primeiros europeus chegaram em dezembro de 1492 durante a primeira viagem de Cristóvão Colombo,[12] que fundou o primeiro assentamento europeu nas Américas, a Fortaleza de La Navidad, no que hoje é a costa nordeste do Haiti.[13][14][15][16] A ilha foi reivindicada pela Espanha e fez parte do Império Espanhol até o início do século XVII. Reivindicações e acordos concorrentes levaram a que o oeste da ilha fosse cedido à França em 1697, que foi posteriormente chamada de São Domingos. Os colonos franceses estabeleceram plantações de cana-de-açúcar, trabalhadas por escravos trazidos da África, o que tornou a colônia uma das mais ricas do mundo.
Em plena Revolução Francesa, escravizados, quilombolas e negros livres começaram a Revolução Haitiana (1791–1804), liderada por Toussaint Louverture, um ex-escravo e general do Exército Francês. As forças de Napoleão foram derrotadas pelo sucessor de Louverture, Jean-Jacques Dessalines (mais tarde imperador Jacques I), que declarou a soberania do Haiti em 1 de janeiro de 1804, levando ao massacre de todos os franceses na ilha. O país tornou-se a primeira nação independente da América Latina e do Caribe, a segunda república das Américas, o primeiro país das Américas a acabar com a escravidão e o único país estabelecido por uma revolta de escravos.[17][18][19] O presidente Jean-Pierre Boyer tentou expandir a influência haitiana sobre a parte oriental de Hispaniola, o que levou às Guerras Haitiano-Dominicanas. O Haiti reconheceu a independência dominicana em 1867, após a sua declaração em 1844. O primeiro século de independência do Haiti foi caracterizado pela instabilidade política, ostracismo por parte da comunidade internacional e o pagamento de uma dívida exerna paralisante com a França. A volatilidade política e a influência econômica estrangeira levaram os Estados Unidos a ocupar o país entre 1915 e 1934. François 'Papa Doc' Duvalier assumiu o poder em 1957, inaugurando um longo período de governo autocrático continuado por seu filho, Jean-Claude 'Baby Doc' Duvalier, que durou até 1986; o período foi caracterizado pela violência sancionada pelo Estado contra a oposição e civis, corrupção e estagnação econômica. Depois de 1986, o Haiti estabeleceu um sistema político relativamente mais democrático.
O Haiti é membro fundador das Nações Unidas, da Organização dos Estados Americanos (OEA),[20] da Associação dos Estados do Caribe[21] e da Organização Internacional da Francofonia. Além da Comunidade do Caribe, é membro do Fundo Monetário Internacional,[22] da Organização Mundial do Comércio[23] e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos. Historicamente muito pobre e politicamente instável, o Haiti tem o Índice de Desenvolvimento Humano mais baixo do continente americano. O país sofreu um golpe de estado em 2004, que levou à intervenção da ONU, bem como um terremoto catastrófico em 2010 que matou mais de 250 mil pessoas e causou um surto de cólera. Com a deterioração da sua situação econômica,[24] o Haiti tem vivido uma crise socioeconômica e política constante, marcada por motins, fome e guerra entre gangues.[25] Em fevereiro de 2023, o Haiti não tinha mais funcionários eleitos no governo e era descrito como um Estado falido.[26][27]