Henrique II | |
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Rei da Inglaterra e Conde de Anjou Duque da Normandia e Aquitânia | |
Representação contemporânea de Henrique no Evangelho de Henrique, o Leão, c. 1175–1188 | |
Rei da Inglaterra | |
Reinado | 25 de outubro de 1154 a 6 de julho de 1189 |
Coroação | 19 de dezembro de 1154 |
Antecessor(a) | Estêvão |
Sucessor(a) | Ricardo I |
Nascimento | 5 de março de 1133 |
Le Mans, França | |
Morte | 6 de julho de 1189 (56 anos) |
Castelo de Chinon, França | |
Sepultado em | Abadia de Fontevraud, Fontevraud-l'Abbaye, França |
Esposa | Leonor da Aquitânia |
Descendência | Guilherme IX, Conde de Poitiers Henrique, o Jovem Ricardo I de Inglaterra Godofredo II da Bretanha Matilde de Inglaterra Leonor de Inglaterra Joana de Inglaterra João de Inglaterra |
Casa | Plantageneta |
Pai | Godofredo V, Conde de Anjou |
Mãe | Matilde de Inglaterra |
Religião | Catolicismo |
Henrique II (5 de março de 1133 – 6 de julho de 1189), também conhecido como Henrique Curtmantle, Henrique FitzEmpress ou Henrique Plantageneta, foi o Rei da Inglaterra de 1154 até sua morte,[1][2] também governando como Conde de Anjou, Conde de Maine, Duque da Normandia, Duque da Aquitânia, Conde de Nates e Lorde da Irlanda; em vários momentos, também controlou Gales, Escócia e a Bretanha. Era filho de Godofredo V, Conde de Anjou e Matilde de Inglaterra, filha do rei Henrique I de Inglaterra. Ele envolveu-se aos catorze anos nos esforços de sua mãe para reivindicar o trono inglês ocupado por Estêvão de Blois. Henrique foi feito Duque da Normandia e herdou Anjou em 1151, casando-se pouco tempo depois com Leonor da Aquitânia, cujo casamento com o rei Luís VII de França havia sido anulado. Estêvão concordou com um tratado de paz depois de uma expedição de Henrique a Inglaterra em 1153. Estêvão morreu no ano seguinte e ele ascendeu ao trono.
Henrique era um governante energético e, às vezes, implacável, motivado por um desejo de restaurar as terras e privilégios de seu avô. Durante seus primeiros anos de reinado, ele restaurou a administração real, restabeleceu a hegemonia sobre Gales e conseguiu o controle total de suas terras em Anjou, Maine e Touraine. O desejo de Henrique de reformar a relação com a Igreja Católica levou a um conflito com seu antigo amigo Tomás Becket, o Arcebispo da Cantuária. Essa controvérsia durou boa parte da década de 1160 e resultou na morte de Becket em 1170. Ele logo entrou em um conflito com Luís VII e os dois reis travaram durante décadas aquilo que foi chamada de "guerra fria". Henrique expandiu seu império, frequentemente às custas de Luís, tomando a Bretanha e indo para o sul até Toulouse; apesar de várias conferências de paz e tratados, nenhum acordo duradouro foi alcançado. Ele controlava por volta de 1172 a Inglaterra, boa parte de Gales, a metade leste da Irlanda e a metade oeste da França, uma área que posteriormente foi chamada de Império Angevino.
Henrique e Leonor tiveram oito filhos. Enquanto cresciam, começaram a aparecer tensões sobre a futura herança do império, encorajados por Luís e seu filho Filipe II. Seu herdeiro aparente Henrique, o Jovem, rebelou-se em protesto em 1173; ele foi apoiado por seus irmãos Ricardo e Godofredo e pela mãe. A França, Escócia, Flandres e Bolonha aliaram-se aos rebeldes. A revolta foi derrotada através de uma ação militar vigorosa e pelo talento de comandantes locais, muitos dos quais eram "homens novos" nomeados por sua lealdade e habilidades administrativas. Henrique, o Jovem, e Godofredo rebelaram-se mais uma vez em 1183, resultando na morte do primeiro. A invasão normanda da Irlanda deu terras para seu filho mais novo João, porém o rei lutou para encontrar meios de satisfazer os desejos de terras e poder imediato de seus filhos. Filipe conseguiu usar os medos de Ricardo que Henrique faria de João seu sucessor, com uma última rebelião começando em 1189. Derrotado pelo rei francês e pelo filho e também sofrendo de uma úlcera péptica, Henrique retirou-se para Chinon, em Anjou, onde morreu em julho.
Seu império rapidamente ruiu durante o reinado de João, que sucedeu Ricardo. Entretanto, muitas das mudanças que Henrique havia introduzido em seu longo reinado tiveram consequências duradouras. Suas mudanças legais são geralmente consideradas como tendo criado as bases do direito comum inglês, enquanto sua intervenção na Bretanha, Gales e Escócia moldou o desenvolvimento de suas sociedades e sistemas de governo. Interpretações históricas sobre o reinado de Henrique mudaram consideravelmente com o passar dos tempos. Acadêmicos do século XVIII afirmavam que o rei foi uma força motriz na criação de uma monarquia genuinamente inglesa e, no final, de uma Grã-Bretanha unida. Durante a expansão vitoriana do Império Britânico, historiadores muito interessaram-se na formação do próprio império de Henrique, porém mostraram preocupações sobre sua vida particular e o tratamento a Becket. Historiadores do final do século XX combinaram relatos históricos ingleses e franceses, desafiando a interpretação anterior de um reinado anglo-cêntrico.