Herpes zoster | |
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Bolhas de herpes zoster no pescoço e ombros | |
Sinónimos | Zona, zoster, cobrão, cobrelo, cobro |
Especialidade | Dermatologia |
Sintomas | Zona da pele com erupções cutâneas dolorosas[1] |
Complicações | Nevralgia pós-herpética[1] |
Duração | 2–4 semanas[2] |
Causas | Vírus Varicela-Zoster (VVZ)[1] |
Fatores de risco | Idade avançada, imunossupressão, ter tido varicela antes dos 18 meses de idade[1] |
Método de diagnóstico | Baseado nos sintomas[3] |
Condições semelhantes | Herpes simples, angina, picadas de insectos[4] |
Prevenção | Vacina contra o herpes zoster[1] |
Medicação | Aciclovir (se no início da doença), analgésicos[3] |
Frequência | 33% em algum momento da vida[1] |
Mortes | 6400 (por varicela)[5] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | B02 |
CID-9 | 053 |
CID-11 | 523481501 |
DiseasesDB | 29119 |
MedlinePlus | 000858 |
eMedicine | med/1007 derm/180 emerg/823 oph/257 ped/996 |
MeSH | D006562 |
Leia o aviso médico |
Herpes zoster, também denominada zona, é uma doença viral caracterizada por erupções cutâneas dolorosas com bolhas e que afeta uma área de pele reduzida.[2][6][7] Geralmente a erupção cutânea ocorre num dos lados do corpo ou da face ao longo de uma faixa. Entre dois a quatro dias antes da erupção pode verificar-se dor ou formigueiro na área, não existindo praticamente outros sintomas para além destes.[1] A erupção cutânea geralmente resolve-se sozinha ao fim de duas a quatro semanas.[2] No entanto, algumas pessoas desenvolvem dores nos nervos que podem durar de meses a anos, uma condição denominada nevralgia pós-herpética. Em pessoas com o sistema imunitário debilitado, a doença pode-se espalhar pelo corpo todo.[1] Quando a erupção afeta o olho, pode ocorrer perda de visão.[2]
O herpes zoster é causado pela reativação do vírus Varicela-Zoster (VVZ) no corpo da pessoa. A infeção inicial com o VVZ causa varicela. Depois da varicela desaparecer, o vírus pode permanecer dormente nas células nervosas.[1] Os fatores de risco para a reativação do vírus incluem idade avançada, sistema imunitário debilitado e ter tido varicela antes dos 18 meses de idade. Ainda não é totalmente conhecida a forma como o vírus permanece no corpo e é posteriormente re-activado.[1] A exposição ao vírus presente nas bolhas pode transmitir varicela às pessoas que não tiveram a doença anteriormente, mas não causa herpes zoster.[8] O diagnóstico tem por base os sinais e sintomas da pessoa.[3] O vírus varicela-zoster não é o mesmo que o vírus do herpes simples, embora ambos pertençam à mesma família de vírus.[9]
A vacina contra o herpes zoster diminui entre 50% e 90% o risco de desenvolver herpes zoster, dependendo da vacina usada.[1][10] Diminui também o risco de nevralgia pós-herpética e a gravidade dos surtos. Após os 80 anos a vacina ainda é eficaz, embora em menor grau. A vacina contém o mesmo material da vacina contra a varicela, mas em dosagem maior.[1] Caso a doença se desenvolva, os antivirais como o aciclovir podem diminuir a gravidade e duração da doença quando são administrados no prazo de 72 horas a seguir ao aparecimento da erupção cutânea.[3] As evidências não demonstram haver efeito significativo dos antivirais ou dos esteroides no risco de nevralgia pós-herpética.[11][12] Para o alívio da dor aguda podem ser administrados paracetamol, anti-inflamatórios não esteroides ou opiáceos.[3]
Estima-se que cerca de um terço das pessoas desenvolva herpes zoster em determinado momento da vida.[1] Embora a doença seja mais comum entre os idosos, também afeta as crianças.[9] O número de novos casos por ano varia entre 1,2–3,4 por cada 1000 pessoas entre adultos saudáveis e 3,9–11,8 por cada 1000 pessoas entre os maiores de 65 anos.[13] Cerca de metade das pessoas com 85 anos tiveram pelo menos um episódio da doença e menos de 5% tiveram mais de um episódio.[1][14] A doença é conhecida desde a Antiguidade.[1]