Ibn Arabi

Ibn Arabi
Ibn Arabi
Ibn Arabi
Nome completo Abū Bakr Muhammad ibn 'Alī ibn 'Arabi
Nascimento 28 de julho de 1165
Taifa de Múrcia (no actual território Espanhol)
Morte 10 de novembro de 1240 (75 anos)
Damasco
Nacionalidade Hispano-muçulmano (Alandalus)
Ocupação Filósofo, sufi, poeta, viajante.
Escola/tradição Sufismo
Título Muhyi al-Din
as-Sheikh al-Akbar
Religião Islão

Abacar Maomé ibne Ali ibne Arabi (em árabe: أبو بكر محمد بن علي ابن عربي الحطمي; romaniz.: Abū Bakr Muhammad ibn 'Alī ibn 'Arabi; Múrcia, 28 de julho de 1165Damasco, 10 de novembro de 1240[1]), mais conhecido como Ibn Arabi, Abenarabi e Ben Arabi foi um místico sufi, filósofo, poeta, viajante e sábio hispano-muçulmano do Alandalus.[2] As suas importantes e numerosas contribuições em distintos campos das ciências islâmicas valeram-lhe os títulos de Vivificador da Religião (em árabe محيي الدين Muhyi al-Din) e Mestre supremo (em árabe الشيخ الأكبر as-Sheikh al-Akbar),[3] além de o platonismo de sua metafísica tornar-lhe conhecido pelo apelido de o Platonista ou "Filho de Platão" (Ibn Aflatun).[4][5] Das mais de 800 obras que lhe são atribuídas, 100 sobrevivem no manuscrito original. Seus ensinamentos cosmológicos se tornaram a cosmovisão dominante em muitas partes do mundo islâmico.[6]

Após sua morte, os ensinamentos de Ibn Arabi rapidamente se espalharam pelo mundo islâmico. Seus escritos não se limitavam às elites muçulmanas, mas chegavam aos níveis mais baixos da sociedade através do amplo alcance das ordens sufis. O trabalho de Arabi também se difundiu popularmente através das línguas poéticas no persa, turco e urdu. Muitos poetas populares foram treinados nas ordens sufis e foram inspirados pelos conceitos de Arabi.[7]:2, 3

Segundo a Stanford Encyclopedia of Philosophy, apesar de se espalharem rapidamente no mundo islâmico dentro de um século após a sua morte, os escritos de Ibn Arabi permaneceram desconhecidos ao mundo ocidental até a divulgação acadêmica pelas obras de Henry Corbin, a partir de 1958, e Toshihiko Izutsu. Sua obra praticamente permanece em grande parte sem tradução nas línguas ocidentais - só a sua obra Futûhât contém 37 volumes em manuscritos, imprimidos em 4 tomos, num total de 15000 páginas[8], e os acadêmicos estão comparando a originalidade de seus pensamentos, com paralelos aos de Eckhart, Cusa, Shankara, Zhuangzi e Dôgen, e descobrindo antecipações da física e filosofia moderna.[9] De menor divulgação, um dos primeiros trabalhos acadêmicos que citam Ibn Arabi foi publicado pelo arabista Miguel Asín Palacios em 1899, que ficou conhecido por propôr em suas obras uma possível influência de Arabi no pensamento de Ramon Llull e na Divina Comédia de Dante, mas seus estudos não foram naquela época tão extensivos do conjunto de pensamento do filósofo árabe e não há ainda evidências suficientes para comprovar alguma influência, apesar da convergência de conceitos devido ao ambiente da filosofia árabe e do neoclassicismo.[10][11]

O sufi Rumi foi um filósofo e poeta contemporâneo mais jovem e mais conhecido do que Ibn Arabi, apesar de ter escrito uma quantidade menor de obras, com pensamentos e uma poética de exaltação da unicidade de Deus similares, mas não há evidências de que houve influenciação entre os dois pensadores.[12] Ibn Arabi se encontrou uma vez com o pai de Rumi, Baaudim Ualade, em 1216 ou 1217, Rumi estava junto mas era criança, e o que se sabe é que o discípulo e guardador das obras de Arabi, Sadrudim Cunaui, tinha suas palestras frequentadas por Rumi mais tarde e foi-lhe um inspirador.[8]

Uma pesquisa mostrou que o desenho do Taj Mahal foi baseado no Futûhât.[8][13]

  1. "Ibn al-`Arabi al-Ta`i", Biblioteca de al-Andalus, vol. 2, p. 158, Fundación Ibn Tufayl de Estudios Árabes, Almería, 2009, ISBN 978-84-934026-6-2
  2. «Internet Archive». Encyclopædia Britannica. XIV. 1911. pp. pág. 219. Consultado em 25 de fevereiro de 2011 
  3. Galovic, Jelena (2002). Los grupos místico-espirituales de la actualidad (em castelhano). [S.l.]: Plaza y Valdés. p. 134. ISBN 970-722-104-6. Consultado em 25 de fevereiro de 2011 
  4. Corbin, Henry (18 de outubro de 2013). Creative Imagination in the Sufism of Ibn 'Arabi (em inglês). [S.l.]: Routledge 
  5. Coates, Peter (2002). Ibn 'Arabi and Modern Thought: The History of Taking Metaphysics Seriously (em inglês). [S.l.]: Anqa Publishing 
  6. Kalin, Ibrahim; Ayduz, Salim (2014). The Oxford Encyclopedia of Philosophy, Science, and Technology in Islam, Band 1. [S.l.]: Oxford University Press. p. 192. ISBN 9780199812578 
  7. Chittick, William C. (2007). Ibn 'Arabi: Heir to the Prophets. Oxford: Oneworld Publications. pp. 2–3. ISBN 978-1851685110 
  8. a b c Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome :0
  9. Chittick, William (5 de agosto de 2008). «Ibn Arabi». Stanford Encyclopedia of Philosophy. Consultado em 6 de julho de 2019 
  10. Bustinza, Víctor Pallejà de. «La influencia de Ibn 'Arabî y el Islam en Ramon Llull según M. Asín Palacios: "Historia y critica de una polémica"» 
  11. Almond, I (1 de setembro de 2002). «The honesty of the perplexed: Derrida and Ibn 'Arabi on 'bewilderment'». Journal of the American Academy of Religion. 70 (3): 515–537. ISSN 0002-7189. doi:10.1093/jaar/70.3.515 
  12. Chittick, William C. (2005). «Ibn 'Arabî e Rûmî». Numen: revista de estudos e pesquisa da religião. 8 (1): 23-37 
  13. Begley, Wayne E. (1979). «The Myth of the Taj Mahal and a New Theory of its Symbolic Meaning». The Art Bulletin. 61 (1): 7–37. ISSN 0004-3079. doi:10.1080/00043079.1979.10787632 

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