Incidente dos envelopes postais da Apollo 15

Um "envelope Sieger", levado para a Lua e assinado por Scott, Worden e Irwin após a missão.

O incidente dos envelopes postais da Apollo 15 foi um escândalo da NASA em 1972 envolvendo os astronautas da Apollo 15, que levaram aproximadamente quatrocentos envelopes postais não autorizados para o espaço e até a superfície da Lua a bordo do módulo lunar Falcon. Alguns desses foram vendidos pelo comerciante de selos alemão Hermann Sieger por preços altos, ficando conhecidos como "envelopes Sieger". Os astronautas David Scott, Alfred Worden e James Irwin concordaram em aceitar pagamentos para levarem os envelopes, porém devolveram o dinheiro e foram repreendidos pela NASA. A imprensa realizou uma grande cobertura do incidente e a tripulação foi convocada para depor diante de um comitê do Senado. Os três nunca mais voltaram para o espaço e deixaram a NASA até 1977; os envelopes apreendidos foram devolvidos em 1983.

Os três astronautas mais seu conhecido Horst Eiermann concordaram em produzir os envelopes e levá-los para o espaço. Cada um dos membros da tripulação receberia por volta de sete mil dólares. Scott conseguiu fazer com que os envelopes fossem carimbados na manhã do lançamento da Apollo 15 em 21 de julho de 1971. Eles foram embalados e entregues a ele enquanto se preparava. Os envelopes não foram incluídos na lista de itens pessoais que estariam carregando por causa de um erro. Todos ficaram desde 30 de julho até 2 de agosto a bordo do Falcon na superfície lunar. Eles foram carimbados novamente em 7 de agosto, o dia da amerrissagem, a bordo do navio de resgate USS Okinawa. Cem foram enviados para Eiermann, que os repassou para Sieger; os restantes foram divididos entre os astronautas.

Worden tinha concordado em carregar 144 envelopes adicionais, principalmente para seu conhecido F. Herrick Herrick; estes foram aprovados para serem levados para o espaço. A Apollo 15 levou aproximadamente 641 envelopes. A NASA descobriu no final de 1971 que os envelopes de Herrick estavam sendo vendidos, com Donald Slayton, o supervisor dos astronautas, avisando Worden para evitar maiores comercializações daquilo que tinha sido permitido que fosse levado para o espaço. Slayton removeu os três astronautas da tripulação reserva da Apollo 17 assim que soube do acordo com Sieger, mesmo com Scott, Worden e Irwin já tendo recusado a compensação de Eiermann e Sieger. A questão tornou-se de conhecimento público em junho de 1972. A cobertura da imprensa foi ampla, com alguns afirmando que astronautas não deveriam colher lucros pessoais sobre as missões espaciais. O incidente fez a NASA rever sua regulamentação sobre que tipos de itens pessoais os astronautas podiam levar em missões.


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