Internet das coisas

Internet das coisas (em inglês: Internet of Things, IoT,[1][2] sendo em português e espanhol IdC o acrónimo equivalente) é um conceito que se refere à interconexão digital de objetos cotidianos com a internet,[3][4] conexão dos objetos mais do que das pessoas.[2]

Em outras palavras, a internet das coisas nada mais é que uma rede de objetos físicos (veículos, prédios e outros dotados de tecnologia embarcada, sensores e conexão com a rede) capaz de reunir e de transmitir dados. É uma extensão da internet atual que possibilita que objetos do dia-a-dia, quaisquer que sejam mas que tenham capacidade computacional e de comunicação, se conectem à Internet. A conexão com a rede mundial de computadores possibilita, em primeiro lugar, controlar remotamente os objetos e, em segundo lugar, que os próprios objetos sejam usados como provedores de serviços. Essas novas capacidades dos objetos comuns abrem caminho a inúmeras possibilidades, tanto no âmbito acadêmico, comercial quanto no industrial, unindo-se a equipamentos eletrônicos e eletromecânicos de automação industrial. Todavia, tais possibilidades acarretam riscos e implicam grandes desafios técnicos e sociais.[5][6]

Se os objetos do cotidiano tivessem incorporadas etiquetas RFID ("etiquetas inteligentes"), poderiam ser identificados e controlados por outros equipamentos e não por seres humanos.[7][8] Se, por exemplo, certos objetos entre outras coisas como livros, termostatos, refrigeradores, lâmpadas, remédios, autopeças, fossem equipados com dispositivos de identificação e conectados à Internet, não haveria a possibilidade de faltarem produtos como alguns remédios, pois saberíamos exatamente onde os encontrar e quantos estariam disponíveis. A ocasional falta deles passaria a ser coisa do passado. Saberíamos também, a qualquer momento, qual é a lâmpada que acende e qual é a que está fundida.[9]

O conceito 'Internet das coisas' foi proposto em 1999, por Kevin Ashton, no Laboratório de Auto-ID do MIT,[10] onde se realizavam pesquisas no campo da identificação por radiofrequência em rede (RFID) e tecnologias de sensores.[11] Depois disso, já na segunda década do século XXI, a expressão 'Internet das coisas' designa a conexão avançada de dispositivos, de sistemas e de serviços. Ultrapassa o conceito tradicional M2M do máquina a máquina e abarca uma ampla variedade de protocolos, domínios e aplicações.[12]

A 'Internet das coisas' deverá codificar, segundo se presume, cerca de 50 a 100 bilhões de objetos e seguir o seu movimento. Estima-se que cada ser humano esteja rodeado por 1 000 a 5 000 objetos, em média.[13][14] Segundo a empresa de consultoria Gartner, em 2020, haverá, no mundo, aproximadamente 26 bilhões de dispositivos com um sistema de conexão à internet das coisas.[15][16] Já a consultoria Abi Research prevê que, no mesmo ano, existirão 30 bilhões de dispositivos sem fio conectados à Internet.[17] Com a próxima geração de aplicações da internet (protocolo IPv6), prevê-se que seja possível identificar instantaneamente, por meio de um código, todo e qualquer tipo de objeto — algo que não se pode fazer com IPv4.[18]

A empresa estadounidense Cisco, que está na origem da iniciativa da internet das coisas, criou um "contador de conexões" dinâmico que permite estimar o número de "coisas" conectadas, desde julho de 2013 até 2020.[19]

A conexão de dispositivos à rede através de sinais de rádio de baixa potência é o campo de estudo mais ativo na internet das coisas. A principal razão disso é que os sinais desse tipo não precisam de Wi-Fi nem Bluetooth. Entretanto, diferentes alternativas, as chamadas Chirp Networks, que requerem menos energia e são mais baratas, também têm sido investigadas.[20][21]

  1. (em inglês)Internet of Things (IoT). Cisco.com
  2. a b Internet de las cosas - Cómo la próxima evolución de Internet lo cambia todo, Dave Evans, Cisco Internet Business Solutions Group (IBSG), abril de 2011 (p. 2)
  3. Mohammadi Zanjireh, Morteza & Larijani, Hadi, (2015). A Survey on Centralised and Distributed Clustering Routing Algorithms for WSNs. IEEE Vehicular Technology Conference. VTC 2015. Glasgow, Scotland
  4. Conner, Margery (9 de maio de 2010). «Sensors empower the "Internet of Things"]» (10): 32-38. ISSN 0012-7515 
  5. «Internet das Coisas: da Teoria à Prática» (PDF). p. 2. Consultado em 23 de Outubro de 2017 
  6. FIALHO, A. B. Automação pneumática: Projetos, dimensionamento e análise. Editora Érica; 7ª edição. São Paulo, 2009.
  7. Magrassi, P.; A. Panarella, N. Deighton, G. Johnson, “Computers to Acquire Control of the Physical World”, Gartner research report T-14-0301, 28 September, 2001.
  8. Commission of the European Communities (18 de junho de 2009). «Internet of Things — An action plan for Europe» (pdf). COM(2009) 278 final 
  9. Gershenfeld, Nel; Raffi Krikorian y Danny Cohen, "The Internet of Things". Scientific American, outubro de 2004, p. 76-81.
  10. Kevin Ashton: «That 'Internet of Things' Thing.». RFID Journal, 22 de julho de 2009
  11. Dodson, Sean (9 de outubro de 2003). «The internet of things». The Guardian 
  12. J. Höller, V. Tsiatsis, C. Mulligan, S. Karnouskos, S. Avesand, D. Boyle: From Machine-to-Machine to the Internet of Things: Introduction to a New Age of Intelligence. Elsevier, 2014, ISBN 978-0-12-407684-6
  13. Waldner, Jean-Baptiste (2007). Inventer l'Ordinateur du XXIeme Siècle. Londres: Hermes Science. 254 páginas. ISBN 2746215160 
  14. Pablo Mancini, "En Internet hay más objetos que personas", [1], 21 de julho de 2013. Citação: "Todo ser humano, durante un día normal, está rodeado por una media de entre 1000 y 5000 objetos, contando todo: desde el tenedor que usa para comer, el sillón donde descansa, etc., tal como lo explica Jean-Baptiste Waldner en Nano-informatique et intelligence ambiante")
  15. «9700 millones de objetos conectados» (em espanhol). Consultado em 23 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 27 de junho de 2018 
  16. «Gartner Says the Internet of Things Installed Base Will Grow to 26 Billion Units By 2020». Gartner. 12 de dezembro de 2013 
  17. More Than 30 Billion Devices Will Wirelessly Connect to the Internet of Everything in 2020, ABI Research
  18. Waldner, Jean-Baptiste (2008). Nanocomputers and Swarm Intelligence. Londres: ISTE. pp. 227–231. ISBN 1847040020 
  19. "Cisco Connections Counter:" dynamic, online widget displays the number of connections being made at any one moment in time. http://newsroom.cisco.com/feature-content?type=webcontent&articleId=1208342
  20. Bullejos, David Martín. "Intelligent Buildings and Automatic Control", in Krawczyk, Dorota Anna (editor) Buildings 2020+ Constructions, materials and installations, pp 153-168. Printing House of Bialystok Univesity of Technology. Bialystok, 2019
  21. daCosta, Francis. Rethinking the Internet of Things. Apress, 2013.

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