Irineu Evangelista de Sousa

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O Visconde de Mauá
Irineu Evangelista de Sousa
Comerciante, industrial e banqueiro no Segundo Reinado (1831-1889).
Deputado Geral pelo Rio Grande do Sul
Período 24 de dezembro de 1872
a 22 de abril de 1873
Período 27 de agosto de 1855
a 2 de agosto de 1866
Dados pessoais
Nome completo Irineu Evangelista de Sousa
Nascimento 28 de dezembro de 1813
Arroio Grande, Rio Grande do Sul
Morte 21 de outubro de 1889 (75 anos)
Petrópolis, Rio de Janeiro,
Império do Brasil
Progenitores Mãe: Mariana de Jesus Batista de Carvalho
Pai: João Evangelista de Ávila e Sousa
Cônjuge Maria Joaquina de Sousa
Fortuna 85 Bilhões USD (convertido em 2024)
Assinatura Assinatura de Irineu Evangelista de Sousa
Títulos nobiliárquicos
Barão de Mauá 30 de abril de 1854
Visconde de Mauá, com grandeza 26 de junho de 1874
Monumento ao Barão de Mauá em Montevidéu, Uruguai.

Irineu Evangelista de Sousa,[nota 1] Visconde de Mauá, (Arroio Grande, 28 de dezembro de 1813Petrópolis, 21 de outubro de 1889[1][2]) conhecido como Barão de Mauá, foi um Industrial, comerciante, armador, fazendeiro, e banqueiro brasileiro. Ao longo de sua vida foi merecedor, por contribuição à industrialização do Brasil no período do Império (1822-1889), dos títulos nobiliárquicos primeiro de barão (1854) e depois de Visconde de Mauá (1874).

Foi pioneiro em várias áreas da economia do Brasil.[3] Dentre as suas maiores realizações encontra-se a implantação da primeira fundição de ferro e estaleiro no país, a construção da primeira ferrovia brasileira, a estrada de ferro Mauá na cidade de Magé, no atual estado do Rio de Janeiro, o início da exploração do rio Amazonas e afluentes, bem como o Guaíba e afluentes, no Rio Grande do Sul, com barcos a vapor, a instalação da iluminação pública a gás na cidade do Rio de Janeiro, a criação do terceiro Banco do Brasil (o primeiro, de 1808, concretizou em 1829 a possibilidade existente em seu estatuto de se dissolver ao final de 20 anos[4]), e a instalação do cabo submarino telegráfico entre a América do Sul e a Europa.[3]

Primeiro como barão, título recebido após construir a primeira estrada de ferro da América do Sul, e vinte anos depois, visconde de Mauá, Irineu Evangelista de Sousa é o principal representante dos primórdios do capitalismo na América do Sul, ao incorporar e adotar, no Brasil, ainda no período do Império brasileiro (1822-1889), em suas empresas, os recursos e maquinários aplicados na Europa e nos Estados Unidos no período da Revolução Industrial do século XIX.[5]

É considerado, pelos registros históricos, como o primeiro grande industrial brasileiro. Foi um dos grandes opositores da escravatura e do tráfico de escravos, entendendo que somente a partir de um comércio livre e trabalhadores libertos e com rendimentos poderia o Brasil alcançar situação de prosperidade. Todavia, somente com a Lei Áurea, de 1888, foi abolida a escravatura no Brasil, assinada pela princesa regente Isabel.

Nascido em uma família de proprietários de pequena estância de criação de gado em Arroio Grande, Rio Grande do Sul, na fronteira com a República do Uruguai, Irineu Evangelista de Sousa ascendeu socialmente pelos seus próprios méritos, estudos e iniciativa, sendo considerado um dos empreendedores mais importantes do Brasil, no século XIX, estando à frente de grandes iniciativas e obras estruturadoras relacionadas ao progresso econômico no Segundo Reinado.[2]

De início incompreendido e contestado por uma sociedade rural e escravocrata, hoje é considerado o símbolo dos empreendedores capitalistas brasileiros do século XIX. Foi precursor, no Brasil, do liberalismo econômico, defensor da abolição da escravatura, da valorização da mão-de-obra e do investimento em tecnologia. No auge da sua carreira (1860), controlava dezessete empresas localizadas em seis países (Brasil, Uruguai, Argentina, Inglaterra, França e Estados Unidos). No balanço consolidado das suas empresas em 1867, o valor total dos ativos foi estimado em 115 mil contos de réis[6] (155 milhões de libras esterlinas), enquanto o orçamento do Império, no mesmo ano, contabilizava 97 mil contos de réis (97 milhões de libras esterlinas). Sua biografia ficou conhecida, principalmente, pela exposição de motivos que apresentou aos credores e ao público[7] ao ter a falência do seu banco, a Casa Mauá & Cia., decretada em 1878.


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  1. «Barão de Mauá». 7Graus. Consultado em 24 de setembro de 2018 
  2. a b Nova Enciclopédia Barsa, 9, Macropédia, 2000, pp. 373-74 .
  3. a b «Irineu Evangelista de Sousa, Visconde de Mauá – Biografia». Educação. UOL. Consultado em 5 de setembro de 2012 
  4. Guimarães, Carlos Gabriel (2012). A Presença Inglesa nas Finanças e no Comércio no Brasil Imperial. São Paulo: Alameda 
  5. Santana, Miriam Ilza (1 de abril de 2008). «Barão de Mauá». InfoEscola. Consultado em 5 de setembro de 2012 
  6. Caldeira 1995, p. 17.
  7. Sousa 1998.

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