Julian Assange

Julian Assange
Julian Assange
Julian Assange na Embaixada do Equador em Londres (2014)
Nome completo Julian Paul Assange
Conhecido(a) por Fundador do WikiLeaks
Nascimento 3 de julho de 1971 (53 anos)
Townsville, Queensland
Austrália
Nacionalidade Australiana
Equatoriana (2017-2019)[1]
Cônjuge
  • Esposa:
  • Teresa Doe (c. 1989; div. 1999)
  • Parceira(s):
  • Sarah Harrison (2009–2012)
  • Stella Moris-Smith Robertson (2015–presente)
Filho(a)(s) 4
Alma mater
Ocupação jornalista e ciberativista

Julian Paul Assange (/əˈsɑːnʒ/; nascido Julian Paul Hawkins; 3 de julho de 1971) é um ativista australiano, programador de computador, jornalista e fundador do site WikiLeaks.[2] Atualmente, encontra-se em liberdade depois de ter assinado um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Assange foi preso em 11 de abril de 2019 e passou 1901 dias custodiado,[3] sob a acusação de ter violado as condições estabelecidas na sua fiança em 2010. Antes, ele estava refugiado na embaixada do Equador em Londres, vivendo lá como refugiado de 2012 até seu encarceramento, em 2019.

Assange era ativo na mais importante lista de e-mails do movimento criptoanarquista.[4] Ele fundou o site WikiLeaks em 2006 e ganhou atenção internacional em 2010 quando o site publicou uma série de documentos sigilosos do governo dos Estados Unidos que haviam sido vazados por Chelsea Manning (na época chamada Bradley Manning). Entre os vazamentos estavam dados sobre o ataque aéreo a Bagdá em 12 de julho de 2007,[5] os registros de guerra do Afeganistão e do Iraque e o CableGate (novembro de 2010). Após os vazamentos de 2010, autoridades dos Estados Unidos começaram uma investigação criminal sobre o WikiLeaks e pediu apoio a nações aliadas pelo mundo.[6]

Em novembro de 2010, a Suécia emitiu um mandado de prisão internacional contra Assange.[7] Ele havia sido interrogado, três meses antes, sob suspeita de agressão e estupro contra uma mulher no país,[8] sendo essa acusação posteriormente arquivada pela justiça sueca.[9] Assange negou as acusações e afirmou que, caso ele fosse preso em território sueco, ele seria extraditado para os Estados Unidos por ter publicado os documentos do governo americano.[10][11] Assange se entregou para a polícia do Reino Unido em dezembro de 2010, mas foi libertado dez dias depois após pagamento de fiança. Não tendo sido bem-sucedido na contestação do processo de extradição, ele violou os termos da sua fiança em junho de 2012 e fugiu.[12] Foi concedido a ele asilo político na embaixada do Equador em Londres, em agosto de 2012, e lá permaneceu até abril de 2019. Entre 2017 e 2019, Assange deteve cidadania equatoriana.[13] Por fim, as autoridades suecas encerraram a investigação no caso de estupro e revogaram seu pedido de prisão europeu ainda em 2017.[14] A polícia de Londres, contudo, afirmou que caso Assange deixasse a embaixada, seria preso imediatamente.[15] Em janeiro de 2021, a justiça britânica negou, alegando risco de suicídio nas prisões norte-americanas, um pedido de extradição feito pelos Estados Unidos, que querem julgá-lo por revelar dados secretos e colocar a vida de pessoas em risco no processo.[16][17]

Durante as primárias do Partido Democrata para a eleição presidencial nos Estados Unidos em 2016, o WikiLeaks revelou diversos e-mails da candidata Hillary Clinton do seu servidor privado na época que ela era Secretária de Estado.[18] Os Democratas, junto com analistas e especialistas em cibersegurança, afirmaram que órgãos de inteligência da Rússia haviam hackeado os emails de Hillary e então entregaram estas informações para o WikiLeaks; Assange consistentemente negou qualquer associação ou colaboração com o governo russo.[19][20][21]

Em 27 de julho de 2018, o presidente equatoriano, Lenín Moreno, afirmou que havia iniciado conversas com autoridades britânicas para remover o direito de asilo de Assange.[22] Isso se concretizou em 11 de abril de 2019 e então a polícia de Londres, com a serventia do governo equatoriano, entrou na embaixada do Equador e prendeu Julian Assange. Sua prisão dividiu opiniões pelo mundo, com muitos exortando o acontecimento devido as supostas conexões de Assange com o governo russo para conspirar contra nações ocidentais, enquanto outros afirmam que a prisão dele viola o direito internacional e seria um atentado contra a liberdade de informação.[23][24][25][26]

  1. «Governo retira a nacionalidade equatoriana de Julian Assange» (em pb). noticias.uol.com.br. Consultado em 11 de abril de 2019 
  2. Leigh, David; Harding, Luke (2013). WikiLeaks: Inside Julian Assange's War on Secrecy. Londres: Faber & Faber. ISBN 9781783350186 
  3. «Assange concorda em se declarar culpado em troca de liberdade e deixa prisão em Londres, encerrando impasse com os EUA». O Globo. 24 de junho de 2024. Consultado em 25 de junho de 2024 
  4. Jamie Bartlett (4 de junho de 2017). «Forget far-right populism – crypto-anarchists are the new masters». The Observer (em inglês). ISSN 0029-7712. Consultado em 21 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 21 de janeiro de 2024 
  5. «Q&A: Julian Assange and the law». BBC News. 13 de março de 2015. Consultado em 5 de fevereiro de 2016 
  6. Yost, Pete (29 de novembro de 2010). «Holder says WikiLeaks under criminal investigation». The Guardian. London. Consultado em 15 de março de 2014 
  7. «Wikileaks' Assange faces international arrest warrant». BBC News. 20 de novembro de 2010 
  8. Davies, Nick (17 de dezembro de 2010). «10 days in Sweden: the full allegations against Julian Assange». The Guardian. London. Consultado em 7 de maio de 2015 
  9. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome arqestupro
  10. «What next for Julian Assange?». BBC News. 5 de fevereiro de 2016 – via www.bbc.com 
  11. "Britain 'sets dangerous precedent’ by defying UN report on Assange". The Guardian (London). 24 de fevereiro de 2016.
  12. «Julian Assange faces re-arrest over breaching his bail condition by seeking asylum in Ecuador». 20 de junho de 2012 
  13. «Ecuador grants WikiLeaks founder Julian Assange citizenship». The Independent (em inglês). 11 de janeiro de 2018. Consultado em 11 de janeiro de 2018 
  14. Avila, Renata (19 de maio de 2017). «Human Rights Lawyer: Sweden Dropping Investigation of WikiLeaks' Assange is "Long Overdue Decision"». Democracy Now!. Consultado em 22 de maio de 2017 
  15. Rothwell, James; Ward, Victoria (19 de maio de 2017). «Julian Assange 'to seek asylum in France' after rape investigation dropped by Swedish prosecutors». The Daily Telegraph. Consultado em 19 de maio de 2017 
  16. «Julian Assange: por que a Justiça britânica decidiu não extraditar o fundador do Wikileaks para os EUA». G1. Consultado em 4 de janeiro de 2021 
  17. Lima, António Saraiva (4 de Janeiro de 2021). «Justiça britânica rejeita extradição de Assange para os EUA devido a risco elevado de suicídio». Público 
  18. Carissimo, Justin (4 de julho de 2016). «WikiLeaks publishes more than 1,000 Hillary Clinton war emails». The Independent. UK. Consultado em 5 de julho de 2016 
  19. Lake, Eli (25 de julho de 2016). «Cyber-Experts Say Russia Hacked the Democratic National Committee». Bloomberg View. Consultado em 23 de outubro de 2016 
  20. «Assange blasts media for 'politicization' of election campaign in Fox interviews». Fox News. 26 de agosto de 2016. Consultado em 25 de maio de 2017 
  21. Jim Sciutto, Nicole Gaouette and Ryan Browne (14 de outubro de 2016). US finds growing evidence Russia feeding emails to WikiLeaks. CNN. Retrieved: 14 de outubro de 2016.
  22. Barnes, Tom (27 de julho de 2018). «Assange will be removed from London embassy 'eventually', Ecuador says». The Independent. Consultado em 29 de julho de 2018 
  23. «Julian Assange: Wikileaks co-founder arrested in London». BBC. 11 de abril de 2019. Consultado em 11 de abril de 2019 
  24. «Julian Assange é preso em Londres». G1. Consultado em 11 de abril de 2019 
  25. Lizzie Dearden. «Julian Assange faces years in UK prison during battle against US extradition». The Independent. Consultado em 12 de abril de 2019 
  26. «London police forcefully arrest Julian Assange on behalf of the US». Peoplesdispatch.org. Consultado em 12 de abril de 2019 

From Wikipedia, the free encyclopedia · View on Wikipedia

Developed by Tubidy