Leishmaniose

 Nota: Este artigo é sobre leishmaniose humana. Para a doença em canídeos, veja Leishmaniose canina.
Leishmaniose
Leishmaniose
Úlcera de leishmaniose cutânea na mão de um adulto.
Sinónimos Leishmaníase
Especialidade Infectologia
Sintomas Úlceras na pele, febre, diminuição dos glóbulos vermelhos, aumento de volume do fígado[1][2]
Tipos Leishmaniose cutânea, leishmaniose mucocutânea, leishmaniose visceral[1]
Causas Parasitas Leishmania transmitidos sobretudo por flebotomíneos[1]
Prevenção Redes mosquiteiras, insecticida[1]
Frequência 4–12 milhões[3][4]
Mortes 24 200 (2015)[5]
Classificação e recursos externos
CID-10 B55
CID-9 085
CID-11 1082373067
DiseasesDB 3266 29171 3266 7070
MedlinePlus 001386
eMedicine emerg/296
MeSH D007896
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Leishmaniose é uma doença infecciosa causada por protozoários parasitários do género Leishmania transmitidos pela picada de insetos da subfamília dos flebotomíneos.[6][1] Existem três tipos principais: leishmaniose cutânea, leishmaniose mucocutânea e leishmaniose visceral.[1] O sintoma mais evidente da forma cutânea são úlceras na pele. Na forma mucocutânea, as úlceras afetam não só a pele como também a boca e nariz. O sintoma inicial da forma visceral são úlceras na pele, a que mais tarde acresce febre, diminuição do número de glóbulos vermelhos e aumento de volume do baço e fígado.[1][2]

As infeções em seres humanos são causadas por mais de 20 espécies de Leishmania.[1] O parasita é transmitido pela picada de mosquitos fêmea de algumas espécies de flebotomínios. No Velho Mundo, o vetor mais comum são espécies do género Phlebotomus, enquanto no Novo Mundo é transmitida exclusivamente por espécies do género Lutzomyia.[7] Entre os fatores de risco estão a pobreza, a desnutrição, desmatamento e urbanização.[1] Os três tipos podem ser diagnosticados mediante observação do parasita ao microscópio óptico.[1] O diagnóstico da forma visceral pode ser feito por meio de análises ao sangue.[2]

A leishmaniose pode ser em parte prevenida dormindo protegido por redes mosquiteiras tratadas com insecticida.[1] Entre outras medidas estão o uso de insecticida para matar o mosquito-palha e tratar imediatamente as pessoas infectadas para evitar que transmitam a doença.[1] O tratamento depende do local onde foi adquirida a doença, da espécie de Leishmania e do tipo de infeção.[1] Entre os medicamentos usados para tratar a leishmaniose visceral estão a anfotericina B lipossómica,[8] a associação de antimónio pentavalente e paromomicina,[8] e a miltefosina.[9] Entre os medicamentos usados no tratamento das formas cutâneas estão a paromomicina, fluconazol e a pentamidina.[10]

Estima-se que atualmente estejam infetadas com a doença entre 4 e 12 milhões de pessoas[3][4] em 98 países.[2] Todos os anos ocorrem dois milhões de novos casos[2] e entre 20 a 50 mil mortes.[1][11] Cerca de 200 milhões de pessoas vivem em regiões da Ásia, África, América Central e do Sul e Europa do Sul onde a doença é comum.[2][12] A Organização Mundial de Saúde fornece medicamentos para o tratamento da doença a custo reduzido.[2] A leishmaniose está classificada como doença tropical negligenciada.[13] A doença pode também ocorrer numa série de outros animais, incluindo cães e roedores.[1]

  1. a b c d e f g h i j k l m n o «Leishmaniasis Fact sheet N°375». World Health Organization. Janeiro de 2014. Consultado em 17 de fevereiro de 2014. Cópia arquivada em 21 de fevereiro de 2014 
  2. a b c d e f g Barrett, MP; Croft, SL (2012). «Management of trypanosomiasis and leishmaniasis.». British Medical Bulletin. 104: 175–96. PMC 3530408Acessível livremente. PMID 23137768. doi:10.1093/bmb/lds031 
  3. a b «Leishmaniasis Magnitude of the problem». World Health Organization. Consultado em 17 de fevereiro de 2014. Cópia arquivada em 26 de outubro de 2013 
  4. a b GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prevalence, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1545–1602. PMC 5055577Acessível livremente. PMID 27733282. doi:10.1016/S0140-6736(16)31678-6 
  5. GBD 2015 Mortality and Causes of Death, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1459–1544. PMC 5388903Acessível livremente. PMID 27733281. doi:10.1016/s0140-6736(16)31012-1 
  6. Pearson, Richard. «Leishmaniose». Manual Merck. Consultado em 11 de dezembro de 2018 
  7. David M Claborn (2010). «The Biology and Control of Leishmaniasis Vectors». J Glob Infect Dis. 2 (2): 127–134. PMID 20606968. doi:10.4103/0974-777X.62866 
  8. a b Sundar, S; Chakravarty, J (janeiro de 2013). «Leishmaniasis: an update of current pharmacotherapy.». Expert Opinion on Pharmacotherapy. 14 (1): 53–63. PMID 23256501. doi:10.1517/14656566.2013.755515 
  9. Dorlo, TP; Balasegaram, M; Beijnen, JH; de Vries, PJ (novembro de 2012). «Miltefosine: a review of its pharmacology and therapeutic efficacy in the treatment of leishmaniasis.». The Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 67 (11): 2576–97. PMID 22833634. doi:10.1093/jac/dks275 
  10. Minodier, P; Parola, P (maio de 2007). «Cutaneous leishmaniasis treatment.». Travel Medicine and Infectious Disease. 5 (3): 150–8. PMID 17448941. doi:10.1016/j.tmaid.2006.09.004 
  11. Lozano, R (15 de dezembro de 2012). «Global and regional mortality from 235 causes of death for 20 age groups in 1990 and 2010: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2010.». Lancet. 380 (9859): 2095–128. PMID 23245604. doi:10.1016/S0140-6736(12)61728-0 
  12. Ejazi, SA; Ali, N (janeiro de 2013). «Developments in diagnosis and treatment of visceral leishmaniasis during the last decade and future prospects.». Expert Review of Anti-infective Therapy. 11 (1): 79–98. PMID 23428104. doi:10.1586/eri.12.148 
  13. «Neglected Tropical Diseases». cdc.gov. 6 de junho de 2011. Consultado em 28 de novembro de 2014. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2014 

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